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Violeta e ninho

Criações de Ines Schertel marcam presença na Semana do Design em Milão

Mostra será realizada de 17 a 22 de abril | 05.04.18 - 16:37

(Foto:Fifi Tong)

A Redação

Goiânia -
 Duas criações da  arquiteta e cenógrafa Ines Schertel marcarão presença na semana mais famosa de design do mundo, a de Milão, de 17 a 22 de abril. Essa é a quarta vez consecutiva que a gaúcha de Porto Alegre estará em mostras durante o Fuori Salone, que concentra os eventos paralelos ao Salão do Móvel.  
 
Na exposição “Brazil S/A” Off, no Bianca Maria Palace Hotel, o banco Violeta promete ser destaque com seu belo assento composto de cinco dúzias de flores e folhas feltradas manualmente com lã de ovelhas. Cada uma delas foi tingida pela designer com elementos naturais, na técnica botanical dyes, em tons que variam do azul ao violeta. Para a base do banco, Ines elegeu a madeira de tauari, pintada de preto. 
 
“Apesar de amar as cores naturais da lã, uma constante nas minhas coleções, sempre tive vontade de usar esses tons que remetem às lavandas e às violetas. O que mais me divertiu foi tingir as folhas e as flores uma a uma, conquistando grande variação dentro da mesma gama”, diz a designer, proprietária da fazenda Cabaña Santa Ines, em São Francisco de Paula, na região dos Aparados da Serra, RS, onde ela e o marido, Neco Schertel, criam quatro centenas de ovelhas de raças diversas: corriedale, texel, ille de france e criola. 
 
Já para a mostra “A Nossa Casa”, Ines escolheu o Ninho, pendente decorativo que lembra uma casa de passarinho, como representante de seu trabalho entre as peças impressas em 3D de artistas e designers brasileiros. A mostra, que faz parte do evento Be Brasil, organizado pela Apex no Spazio Edit (via Maroncelli, 14), conta com a curadoria da brasileira Camila Fix e do holandês Jorn Konijn. 
 
“Viver próximo da natureza me leva a observar os ninhos dos pássaros, sua dinâmica e a variedade dos materiais usados nessa construção, como areia, galhos e barro, entre tantos outros. O ninho acolhe e conforta, é a casa que abraça. Para entendê-lo espacialmente, comecei a explorar a lã. Agora, eles serão ressignificados e traduzidos em impressão 3D num novo material que será o guardião dos segredos abrigados.”
 
Arquiteta de formação e cenógrafa durante vários anos, Ines descobriu em Milão, numa visita à renomada galeria Rossana Orlandi, a técnica milenar desenvolvida por povos nômades que a levaria ao caminho do design brasileiro. “Me encantei com um tapete de feltro rústico que soube ser feito da lã de ovelhas. Foi uma feliz coincidência, pois sempre quis aproveitar o material tosquiado dos animais de minha fazenda”, conta. 
 
Durante o verão, quando ocorre a tosquia, Ines faz a seleção da matéria-prima e, após lavá-la e secá-la, leva-a ao tambor com pregos para penteá-la e dar o início ao processo ancestral de feltragem, sem fio nem tear, que resulta em itens contemporâneos de moda e decoração.
 
Este ano, após o término da Semana de Design milanesa, a gaúcha viaja para a Noruega a fim de fazer mais um curso de aprimoramento. Dessa vez, seu foco será o tingimento da lã com cogumelos e outros elementos da natureza. O olhar curioso e as mãos hábeis de Ines Schertel estão sempre a buscar o novo.     
 

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