Mônica Parreira
Goiânia - Principal característica arquitetônica de Goiânia, o Art Déco está desaparecendo. O assunto foi tema de debate realizado no domingo (20/5), na Vila Cultural Cora Coralina. Mestre em Urbanismo e doutor em Artes, Wolney Unes participou da roda de conversa e disse que “o maior problema que afeta a preservação do movimento na capital é a falta de incentivo”.
O debate “Art Déco no Brasil: situação atual do patrimônio construído em Belo Horizonte e Goiânia” reuniu, além de Wolney, a professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernanda Goulart, e o artista plástico Gutto Lemes, que foi mediador. O evento integra a programação do Goiânia Art Déco Festival, que começou no dia 18 de maio e vai até sábado (26).
Durante o debate, os especialistas levantaram problemas e apontaram possíveis soluções que possam garantir a preservação de tal patrimônio arquitetônico. “Em Goiânia temos algumas iniciativas, como o incentivo tributário. É um projeto da prefeitura e do Estado, mas que ainda não saiu do papel. Na prática, vai garantir aos proprietários dos prédios um incentivo para manter os traços arquitetônicos. Ao invés disso, o que a gente vê é uma série de demolições, prédios históricos dando espaço para outros maiores ou até para estacionamentos”, analisou Wolney.
Ainda segundo o especialista, falta fiscalização por parte da prefeitura. “Goiânia tem a lei de publicidade, que proíbe esconder a fachada toda, mas a prefeitura não implementa essa lei. Em todo lugar o que se vê são prédios com informes publicitários escondendo a Art Déco”, lamenta. “Já perdemos muita coisa, mas nunca é tarde demais. Então é importante levantar essas discussões”.
Sobre o festival
O objetivo do Goiânia Art Déco Festival é celebrar a riqueza arquitetônica da capital, fomentando a cultura e o turismo. A programação conta com exposições, mostra documental, palestras, oficinas e música. Além disso, reúne pessoas de várias partes do mundo interessadas em Art Déco.
Com participação gratuita, o evento segue até o dia 26 de maio na Vila Cultural Cora Coralina, no Instituto Lato Sensus e no IFG.
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