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Sucesso no Instagram

Autor do Precisava Escrever, Rafael Magalhães lança livro em Goiânia

Em entrevista, jovem conta sua trajetória | 14.12.14 - 10:45 Autor do Precisava Escrever, Rafael Magalhães lança livro em Goiânia Goiano Rafael Magalhães lança livro inspirado em textos para redes sociais (Foto: Marcos Zapp)
 
Mônica Parreira
 
Goiânia - Rafael Magalhães é um cara de 28 anos que se divide entre o anonimato da rotina como professor de educação física e a fama de um pseudônimo no Instagram. Escritor nas horas vagas, o goiano é autor do @PrecisavaEscrever, perfil que reúne mais de 130 mil fãs de suas frases de efeito e histórias de amor mal resolvido. Na quinta-feira (18/12), o jovem começa realmente a levar seu hobby a sério: vai lançar o primeiro volume do livro Precisava Escrever.

A noite de autógrafos será a partir das 18h no Estúdio Marcos Zapp, no Shopping Bougainville, em Goiânia. Reflexões, homenagens e crônicas da vida real, vividas por personagens fictícios, fazem parte da coletânea. Apesar de a ideia ser boa, nunca passou pela cabeça de Rafael Magalhães publicar um livro, “muito menos ver os textos ficarem tão famosos”, disse em entrevista ao jornal A Redação

Entre a timidez e a fama
Com lápis e papel na mão, o professor começou a rabiscar textos na adolescência em formato de diário. E para não perder os trabalhos, criou um blog onde registrou grande parte deles. “Mas foi só de dois anos para cá que comecei a levar a sério. Já considero uma profissão, mesmo não ganhando dinheiro com isso”, esclarece. Nos primeiros seis meses de Instagram, o perfil já contava com mais de 10 mil seguidores.

Mal dá para acreditar que o gerenciador de uma rede social tão badalada é deveras acanhado. Seus textos só começaram a alcançar pessoas depois que familiares e amigos o incentivaram a tornar tudo público.

Ainda que insista em escrever vários deles sem devida assinatura, Rafael já precisou por diversas ocasiões romper a timidez ao ser reconhecido. “Meu trabalho é meio anônimo, mas vez ou outra alguém me para na rua e dá os parabéns”.

As publicações na internet são diárias e se dividem em mensagens curtas de humor ou textos mais elaborados sobre diversos temas cotidianos. Rafael conta que, de um ano para cá, as leitoras começaram a pedir um livro. "Elas falavam que queriam ter as histórias no papel e acabei colocando o projeto em prática", relembra ao confidenciar que interrompeu um romance para se dedicar à elaboração do manuscrito.

Para as fãs de Precisava Escrever, Rafael é o tipo de pessoa que invade suas vidas, ainda que não se conheçam.

“Recebo cerca de 50 e-mails por semana, a maior parte deles pedindo conselhos amorosos. As pessoas acham que entendo de relacionamento e que posso ajudá-las. Na verdade tento ajudar baseado em minhas experiências próprias, até porque não tenho relação com a psicologia. Ainda assim não consigo responder todas as mensagens que chegam”.

Interatividade
A sensação de intimidade faz parte da intenção do autor, afinal, é o fato que justifica tamanha identidade das pessoas com os textos. Personagem de maior repercussão no perfil do Instagram, Aninha vez ou outra se chama Larissa, Maria, Vitória ou Paula. Mora em qualquer lugar, gosta de encrencas.



Histórias de Aninha e Caio (Imagens: @precisavaescrever)

“É a mulher que quer se apaixonar, mas só faz burrada”, resume o autor. “A Aninha tem o estereótipo de pessoas que convivo, histórias que escuto. São mais reais do que podemos imaginar. A maioria dos meus seguidores são mulheres que se identificam bastante com os romances dela e acabam marcando amigas nos comentários”. Além de ser a mais famosa, Rafael considera Aninha seu grande desafio. “É quando preciso me colocar no lugar delas e escrever de uma forma que desperte o interesse”.

Até quando o discurso não é direto, o público feminino continua sendo o principal alvo. Paralelo ao sucesso de Aninha está Caio. "É aquele cafajeste que quer conquistar todas as mulheres, só que de uma forma meio machista. São coisas que o homem faz e as mulheres não gostam, mas eles acham que faz sucesso". O slogan do personagem masculino é "#FaiçunãoCaio" o que, segundo o autor, reforça sua mania de insistir em fazer a coisa errada.

Leitores enviam imagens e Rafael cria frases (Foto: @precisavaescrever)

Outra forma que o professor encontrou de aproximar ainda mais os leitores foi a interatividade fotográfica. O seguidor publica alguma foto com a hashtag #SuaFotoNoTexto e o restante fica a cargo de Rafael. "Todas as artes do perfil sou eu quem faço. No início buscava imagens no Google que tivessem direito autoral liberado, mas depois tive essa ideia".

Quer sejam paisagens ou de pessoas, cada imagem inspira o autor a criar frases únicas e personalizadas. "Deu tão certo que recebo mais de cem fotos por mês. Vejo todas mas, como dá um pouco de trabalho, fico devendo".

Sobre o livro
Rafael adiantou ao AR que o livro conta com 287 páginas e é dividido em três capítulos, sendo um com reflexões, outro repleto de crônicas de personagens e o terceiro com homenagens. Neste, o autor traz textos dedicados a time de futebol, familiares ou ídolos pessoais que faleceram, como Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. e Roberto Bolaños, intérprete de Chaves.


Primeira edição do Precisava Escrever terá 287 páginas (Foto: arquivo pessoal)

“Não tem regra, escrevo o que acho que devo. O livro traz textos já conhecidos, mas também separei vários inéditos, inclusive que escrevi há algum tempo e nunca publiquei”, relata. O valor comercial será de R$ 49,90. Rafael explica que a primeira tiragem contará com pelo menos 2 mil exemplares. Inicialmente, a venda ocorre apenas em Goiânia. Leitores fora da capital poderão encomendar o livro por meio do blog a partir de janeiro.

Ainda que os planos para o futuro sejam incertos, Rafael já planeja o lançamento do segundo volume do Precisava Escrever. “É um projeto que deu certo entre vários outros que já havia tentado emplacar”, disse. Para o autor, a segunda parte será necessária porque muito conteúdo aprovado pelos leitores virtuais ficou de fora. “As histórias do Caio, por exemplo, vão ter que ficar para depois”, conclui.


 


Comentários

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  • 16.12.2014 15:56 Jhenni Winder

    Eu e minhas amigas estaremos lá prestigiando o Rafa, adoramos seus textos :)

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