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Televisão

Fracasso em série

Os sitcoms que não conquistaram o público | 20.07.11 - 12:57 Fracasso em série Joey. O personagem da consagrada comédia Friends ganhou série própria e não agradou a audiência. (Foto: divulgação)

Raisa Ramos

É muito fácil fracassar no mundo televisivo, principalmente quando o sucesso depende de uma audiência cada vez mais exigente e um mercado bastante competitivo. Todo ano, dezenas de séries estreiam nas telinhas e ficam sujeitas tanto aos elogios quanto às críticas. Com a divulgação da lista de indicados ao Emmy 2011, todos os olhos se voltam para os melhores programas do momento. Dezesseis categorias com seis concorrentes cada constituem a maior premiação da TV norte-americana, considerada o Oscar da televisão. Mas para cada série que deu certo, muitas outras fracassaram.

Para a premiação deste ano, as apostas ficam em Mad Men, que com seu roteiro sobre publicitários dos anos 1960 conquistou o Emmy de melhor drama por três anos consecutivos. A novata e já querida Game of Thrones, uma série épica baseada em romances literários também chama a atenção, juntamente com a também estreante Boardwalk Empire, sobre a máfia da Lei Seca estadunidense. Segundo especialistas, o musical adolescente Glee deve ganhar em algumas categorias. Mas e as séries que estreiam por agora? É possível prever o que vai ou não dar certo?

Caio Fochetto, produtor de conteúdo audiovisual do portal R7 e apaixonado por séries, afirma que é impossível saber o que vai agradar o público. Segundo ele, entretanto, "dá para perceber que os remakes geralmente erram na mão", como é o caso de Beverly Hills 90210, mais conhecida como Barrados no Baile, sucesso dos anos 1990. "Melrose Place, o spin-off [nome que se dá a séries que são continuação de outras] da original Beverly Hills 90210, também ganhou remake e não durou mais do que uma temporada. Recentemente a NBC [emissora dos Estúdios Universal] tentou reviver a Mulher Maravilha. Não deu certo. O programa teve um episódio piloto e os críticos norte americanos que assistiram disseram que foi um fiasco", analisa Caio.

O produtor lembrou que ainda este ano deve estrear outro remake, desta vez de Charlie's Angel, conhecida no Brasil como As Panteras. A emissora fechada TNT também anunciou a regravação de Dallas, que conquistou o público na década de 1980. Apesar do aparente fracasso certo de remakes, Caio afirma que há exceções, como o caso de Hawaii Fiv-O, atualmente no ar pela CBS.

Na cola de Friends
O estudante de audiovisual Pedro Garcia Villela afirma que as continuações de grandes sucessos também não costumam dar certo. Como exemplo, ele cita Joey, série que estreou logo após o término da grandiosa Friends e resolveu dar continuidade à história de um dos personagens mais queridos da sitcom. "O caso de Joey foi meio canalha. Quiseram aproveitar um personagem que já existia e que fazia sucesso. Foi um super fracasso", critica. Fã de Friends, uma das séries mais bem-sucedidas de todos os tempos, Pedro contou que muitas sitcoms tentam reproduzir a história dos seis amigos nova-iorquinos. "Quando Friends acabou, criaram uma igual, chamada The Class. Ela teve só uma temporada e acabou. Mas Joey era pior. Não tinha graça", conta.

Outra série que não deu certo, encabeçada por um ator de Friends, é Studio 60 on the Sunset Strip. Matthew Perry, o Chandler da sitcom, era produtor de um programa de comédia. Com linguagem diferente, a primeira e única temporada teve apenas 22 episódios. Courtney Cox, a Mônica da comédia americana, também fez uma tentativa que falhou. Depois da tediosa Dirt, ela hoje é protagonista de Cougar Town, série que até o momento vem agradando o público.

Grandes tombos
Para o jornalista Yuri Lopes, outro apaixonado por séries, o maior fracasso de todos é Rubicon. O programa, que estreou em 2010 e teve apenas uma temporada, era mais um baseado no mundo da justiça e do Direito, assim como Damages, Law & Order, The Good Wife e vários outros. Segundo Yuri, Rubicon tinha tudo para ser bom, mas não prendia o telespectador. "A impressão que tenho é que Rubicon daria um ótimo filme, mas não funcionou como série", reflete. "Criei muita expectativa e no fundo foi minha maior decepção", completa.

Apesar desse caso, o jornalista afirma que, das séries mais conhecidas, Heroes também levou um tombo grande. "Eles queriam ser Lost, mas foi tudo abaixo do esperado. O público 'caiu matando', a crítica também. Foi um fracasso". Yuri entende que mesmo programas bons já consagrados têm períodos de altos e baixos, mas enfatiza: "Perder o fôlego é compreensível, mas decepcionar é diferente. Quando a gente assiste, gosta, recomenda e a série fracassa, é horrível".

Roteiro ruim, falta de entrosamento do elenco e história que não convence são alguns aspectos que podem contribuir com o insucesso do programa, na opinião de Fochetto. Ele analisa que o alto nível de qualidade em séries voltadas para a TV aberta também pode ser prejudicial. “Séries que exigem muito do intelecto da audiência se dão bem em canais a cabo, que geralmente possuem um público com melhor formação e intelecto mais avançado. TV aberta é para todo mundo e acaba sendo nivelada para baixo. Isso diminui audiência e a consequência geralmente é cancelamento”, explica.

Em queda
Caio conta também que alguns programas têm caído em audiência. É o caso de Fringe, que estava tendo dificuldades, mas foi transferida das quintas para as sextas-feiras e se deu bem. O produtor esclarece: "Normalmente as séries que são jogadas na sexta são canceladas, pois o público norte americano não é muito de ver TV neste dia. Mas Fringe é uma série de ficção científica, e este tipo normalmente tem uma base de fãs muito grande. Eles aceitaram a nova data e ela manteve sua audiência".

Outro caso apontado por Caio é CSI e seus spin-off - CSI: Miami e CSI: New York. Grey's Anatomy também deu uma caída, mas segundo o produtor, nada considerável. Por incrível que pareça, a bombante Glee também perdeu muita audiência, mas continua dando lucro à Fox (emissora do programa) graças, principalmente, às músicas dos episódios, que não saem das paradas norte-americanas. Sobre o recente caso da saída de Charlie Sheen de Two and a Half Men, Caio não sabe dizer se vai prejudicar a sitcom: "Charlie Sheen era a essência da série, né? Mas o Ashton é muito querido. Acredito que o episódio de estreia será record de audiência pois todos querem saber o que vai acontecer. Se não agradarem neste episódio, pode ser que a série perca muito".

As boas
Apesar da lista de desastres, os telespectadores ainda têm muitas opções boas no momento. É o caso de Game of Thrones, da HBO, que já é um sucesso e uma das favoritas ao Emmy 2011, além da famosa série sobre vampiros True Blood, também da HBO. Na TNT, Falling Skies, sobre invasão alienígena, teve recorde de público já no piloto (primeiro episódio), o que era esperado por conta do profissional que assina a produção executiva, ninguém menos que Steven Spielberg.

Fochetto completa a lista: "Private Practice, spin-off de Grey's Anatomy, tem audiência consolidada. Não é nenhum fenômeno, mas vende muito bem. Desde o final de Lost, e até mesmo antes disso, Grey's Anatomy já era a menina dos olhos da ABC". O produtor continua: "The Mentalist mantém boa audiência e The Big Bang Theory, por ser comédia, surpreendeu na grade da CBS, num dia onde normalmente o canal exibe dramas de investigação. The Office, da NBC, é um sucesso para o padrão de audiência do canal". Sobre as previsões para o Emmy 2011, Caio aposta que Boardwalk Empire deve se consagrar com mais prêmios. "Acho que Glee deve ganhar algumas categorias também", finaliza.

 


Comentários

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  • 20.07.2011 18:37 Ana Carolina

    Lembro de uma propaganda do canal Sony, em 2001 ou 2002, com uma musiquinha anunciando os lançamentos de séries: "Ed, Three Sisters, CSI e o guarda-costas Dag. Também tem Misterious Ways e Whose line is it anyway. Qual vingou? só CSI! sendo que quase todas acima só tiveram UMA temporada.

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