José Cácio Júnior
Atualizado às 22h15
A 5ª Vara Criminal de Brasília revogou, nesta sexta-feira (8/6), a prisão de Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta Construções no Centro Oeste. A decisão cita medidas preventivas para evitar a fuga de Cláudio do país e foi divulgada 44 dias depois da prisão do empresário.
Todo mês o ex-diretor da Delta deve se apresentar à 5ª Vara Criminal, entre os dias 10 e 15. Cláudio terá que entregar seu passaporte e manter seu endereço atualizado no processo. A Justiça ainda o proibiu de manter qualquer tipo de contato com os outros réus e citados na denúncia da operação Monte Carlo.
Cláudio Abreu foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 25 de abril, pela operação Saint-Michel, um desdobramento da Operação Monte Carlo, que investiga denúncias relacionadas ao empresário do ramo de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
As medidas foram semelhantes ao habeas corpus que determinou a soltura do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Acusado pela PF de plantar escutas ilegais a pedido de Cachoeira, Dadá foi solto mediante condição de não haver nenhum outro pedido de prisão para o ex-sargento.
A defesa de Abreu alegou que "não se fazem presentes os pressupostos da prisão cautelar, sendo o requerente merecedor do benefício de responder ao processo em liberdade uma vez que é primário e possui endereço fixo". A defesa argumentou também que não há provas de materialidade do fato e nem indícios suficientes de sua autoria nos delitos, "uma vez que não consta nas interceptações telefônicas qualquer gravação com sua voz, não havendo quaisquer indícios de sua participação nos crimes de tráfico de influência e formação de quadrilha".
O Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pleito, mas a juíza considerou que a liberdade do requerente não representa risco à ordem pública, "visto que não é mais diretor da empresa Delta e, ainda que fosse, os crimes que lhe foram imputados são de conhecimento nacional, de maneira que dificilmente conseguiria praticar novas condutas semelhantes". (com Agência Estado)
