Michelle Rabelo
Goiânia - Depois de se mostrarem contrários à participação dos município de Senador Canedo e Aparecida de Goiânia no rateio para implantação do projeto Passe Livre Estudantil, por motivos financeiros, os prefeitos das cidades parecem mais flexíveis. Misael Oliveira (PDT) e Maguito Vilela (PMDB) disseram, na noite desta terça-feira (16), que irão analisar as planilhas de custos do transporte coletivo, além de estudar os possíveis impactos que a isenção de pagamento da passagem para os estudantes causará nos cofres municipais.
A declaração foi dada pelos gestores durante reunião, no Palácio das Esmeraldas, com o governador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Paulo Garcia (PT) e um representante das empresas do transporte coletivo.
O projeto do Passe Livre Estudantil, anunciado no dia 28 de junho, depois de uma reunião entre o governador Marconi Perillo, Paulo Garcia e os prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia, vendo dando o que falar desde que Misael e Maguito disseram que os municípios que governam não têm condições financeiras de arcar com o que foi proposto.
(Misael de Oliveira - Foto: divulgação)
Durante a reunião desta terça-feira (16) o impasse ganhou mais um personagem. O prefeito de Goianira, Randel Miller De Assis Santos (PP), também disse que o município não tem verba suficiente para participar do rateio.
Conforme disse o governador na divulgação do Passe Livre Estudantil, do total de R$ 3,2 milhões de subsídio da passagem, o Estado arcará com R$ 1,6 milhão (50%), a Prefeitura de Goiânia com R$ 1 milhão (30%) e os municípios restantes com R$ 600 mil (20%), sendo que Senador Canedo teria de arcar com cerca de R$ 84 mil por mês e Aparecida de Goiânia com mais de R$ 350 mil.
Maguito já havia argumentado dizendo que, antes de qualquer decisão, é preciso um estudo orçamentário adequado e cauteloso. Ele disse ainda que não se trata de "Maguito" e sim de 500 mil habitantes que dependem de decisões que podem afetar diretamente a vida de cada um. Já Misael disse que vê o projeto como um resposta impensada às manifestações dos usuários do transporte público. "Assim é fácil. O governo decide e a prefeitura paga", pontuou.
(Maguito Vilela - Foto: divulgação Prefeitura de Aparecida)
Enquanto os três municípios analisam a possibilidade de arcar com uma parte do projeto, Estado e Prefeitura dizem que não voltarão atrás. O projeto de lei do Executivo que institui o Passe Livre Estudantil foi aprovado com emendas pela Câmara Municipal de Goiânia, no dia 4 deste mês, por unanimidade, com 30 votos favoráveis.
Inicialmente, 20 mil estudantes seriam contemplados com o Passe Livre, sendo que até o final deste ano o número deveria ser ampliado para 60 mil. No entanto, com a decisão, mais de 98 mil estudantes, que têm cadastro junto ao Setransp, serão imediatamente beneficiados pelo programa.
Na Capital, o projeto que institui o Pase Livre depende da sanção do prefeito Paulo Garcia. Por Lei, ele tem 15 dias para se pronuciar. Como o texto foi votado na Câmara no último dia 4, o prazo termina no próximo dia 19.