Adriana Marinelli
Goiânia - Suspeitos de cometerem um latrocínio e uma tentativa de latrocínio em Goiânia nos últimos três dias, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 29 anos, e Ricardo Pimenta foram presos no início da tarde desta segunda-feira (1°/9) no Setor Bueno, também na capital. Carlos Eduardo, conhecido como Cadu, é acusado de matar o cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, em 2010.
Acusado de matar o cartunista, Carlos Eduardo é suspeito de latrocínio em Goiânia (Foto: enviada via WhatsApp)
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), um delegado teria identificado o Honda Civic de Mateus Pinheiro, levado em um assalto na noite de ontem (31/8). Mateus foi baleado e acabou morrendo. "O delegado estava no Setor Bueno, mesmo bairro onde foi praticado o crime, e viu que um dos vidros do carro estava quebrado. Ele começou a perseguir o carro, que estava com o Carlos Eduardo na direção", conta o sargento Luciano Faria. "Ao perceber que estava sendo perseguido, ele tentou fugir, mas acabou batendo o carro, momento que foi rendido pelo delegado", completa.
Carlos Eduardo estava no carro de Mateus Pinheiro, que foi vítima de latrocínio no Setor Bueno (Foto: enviada via WhatsApp)
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O outro rapaz detido estava no Honda Fit usado pelos autores da tentativa de latrocínio que vitimou Marcos Vinicius Lemes, servidor da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e Justiça (SapeJus). Marcos foi baleado na cabeça, na quinta-feira (28/8), durante uma tentativa de assalto no Setor Bueno. Ele permanece em coma no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Ricardo Pimenta estava no Honda Fit usado pelos autores da tentativa de latrocínio que vitimou Marcos Vinicius Lemes (Foto: enviada via WhatsApp)
"Tanto o Carlos Eduardo, que foi encontrado no carro do rapaz morto ontem, quanto o Ricardo, que estava no carro utilizado na tentativa de latrocínio, negam participação nos crimes", afirma o PM. Os suspeitos foram levados para a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), onde serão ouvidos ainda nesta tarde.
Os crimes
Mateus Pinheiro, 21 anos, estava com a namorada em um veículo Honda Civic branco quando foi abordado por dois homens na Rua T-29, Setor Bueno, por volta das 21h30 de domingo (31/8). Os autores do crime chegaram a pé, sendo que um deles teria batido no vidro do carro de Mateus e pedido para a vítima descer do veículo.
Testemunhas informaram que Mateus teria demorado a abrir a porta e, irritado, o assaltante teria atirado. Baleado na altura da clavícula, o jovem ainda teria corrido para pedir socorro na portaria do prédio onde a namorada mora, mas o rapaz caiu logo ao entrar na recepção do edifício. Os autores fugiram no carro da vítima.
Mateus Pinheiro foi vítima de latrocínio em Goiânia (Foto: Facebook)
Na última quinta-feira (28/8), Marcos Vinicius estava em uma VW Saveiro, na Rua T-28, também no Setor Bueno, quando recebeu voz de assalto. Ele acabou baleado na cabeça e segue internado no Hugo. Segundo testemunhas, o autor do crime fugiu em um Honda Fit, mesmo veículo apreendido nesta segunda-feira (1/9).
Marcos Vinicius está internado no Hugo (Foto: enviada via WhatsApp)
Morte do cartunista
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes é acusado de matar o cartunista Glauco Vilas Boas e o filho dele, Raoni Vilas Boas. Os dois foram assassinados em março de 2010, no sítio onde o cartunista morava, em Osasco (SP). Cadu confessou ter atirado contra as vítimas e alegou ao delegado responsável pelo caso que estava sob efeito de maconha e haxixe quando cometeu o duplo homicídio.
Cadu, que também é acusado de outros crimes, entre eles roubo, tentativas de homicídio e porte ilegal de arma de fogo, foi preso quando tentava fugir para o Paraguai. Ele foi levado para o Complexo Médico Penal do Paraná e depois, transferido para Goiânia, onde ficou internado em uma clínica psiquiátrica e teve alta em 2013.
Carlos Eduardo foi transferido para Goiânia para ficar mais próximo do pai, Carlos Grech Nunes, que mora na cidade. Pelo duplo homicídio, Cadu recebeu pena de internação em regime compulsório em hospital psiquiátrico. A internação ocorreu porque a Justiça Federal do Paraná, onde Cadu foi preso, o considerou inimputável. Segundo a sentença, ele é esquizofrênico, e, ao praticar o crime, estava "incapaz de entender o caráter ilícito do fato".
