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Entrevista

Thiago Peixoto: "Decisões ousadas e certas nos levaram ao 1° lugar no Ideb"

Ex-secretário comemora os avanços na Educação | 10.09.14 - 22:46 Thiago Peixoto: "Decisões ousadas e certas nos levaram ao 1° lugar no Ideb" (Foto: Lorena Lara/A Redação)
Adriana Marinelli

Goiânia -
Ex-secretário estadual de Educação, o deputado federal candidato à reeleição Thiago Peixoto (PSD) atribui o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) às "decisões ousadas e acertadas" tomadas durante o período em que ele esteve à frente da secretaria. Durante entrevista ao jornal A Redação, o deputado ressaltou que o governador Marconi Perillo fez questão de participar das discussões em busca de melhorias efetivas pra a Educação em Goiás.

Ao falar sobre o Ideb, que traz Goiás como o Estado com melhor Ensino Médio do país, Thiago destaca que o Pacto Pela Educação foi decisivo. "Goiás estava tendo uma trajetória descendente e o outros Estados estavam avançando mais do que a gente. E essa curva foi até 2009. Em 2011, quando assumimos, diagnosticamos isso e elaboramos um plano de reforma educacional: o Pacto pela Educação, que tinha cinco pilares e 25 iniciativas", afirma. "Esse plano foi altamente combatido, questionado, colocado em dúvida. Todos achavam que não iria dar certo. E a única coisa que eu sabia é que o que não ia dar certo era deixar do jeito que estava."

O primeiro embate, segundo o deputado, foi a volta dos professores para a sala de aula. "Eram 14 mil fora da sala de aula. Dos 29 mil educadores da rede estadual, 14 mil estavam fora de suas funções. Quando assumimos e passamos a implantar novas medidas na área, oito mil voltaram a ensinar, voltaram para as suas funções de educadores", comemora.

"Passamos a ter tolerância zero com falta e com os profissionais que não planejavam aulas. O bom do plano é que ele não tinha uma ação específica. Não tem como me perguntar o que deu certo. O que deu certo foi o todo, o conjunto. E esse conjunto foi feito a partir de boas práticas educacionais que já existiam em outras cidades, outros Estados e até em outros países. Tem projeto que conheci nos Estados Unidos, na Irlanda ou aqui no Brasil mesmo, em Pernambuco e no Amazonas, por exemplo."

"Quando assumimos e passamos a implantar novas medidas na área, oito mil professores voltaram a ensinar, voltaram para as suas funções nas salas de aula"

Para implantar mudanças na secretaria, Thiago Peixoto alega que foram necessárias decisões imediatas. "Dentre todos os pilares, focamos muito nas políticas de aprendizagem. Passamos a trabalhar com diagnósticos. De dois em dois meses o Estado fazia uma avaliação diagnóstica dos nossos alunos, para saber em quais disciplinas eles estavam tendo maior dificuldade. A partir disso conseguimos dar mais respaldo aos nossos alunos. Outra coisa que deu muito certo foi a formação dos professores com base nisso."


Thiago Peixoto concedeu entrevista aos jornalistas João Unes e Adriana Marinelli (Foto: Lorena Lara/ A Redação)

Críticas
Thiago foi direto ao comentar as críticas da oposição, que contesta os critérios de avaliação do Ideb. "Quando saiu o resultado em 2011 todo mundo achou que tinha sido uma ação de sorte. Diziam que eu nem entendia de Educação. Todo mundo achou que saltar do 16° para o 5° lugar era um fruto "do nada", mas já era resultado de um projeto bem elaborado. Com esse resultado agora, comprovamos que somos, indiscutivelmente, o Estado com Educação de melhor qualidade do país. Apostamos em algo ousado, novo, diferente, mas que deu muito certo! Muitos estão com dor de cotovelo."

"O Ideb tem como base duas coisas simples: medir se o aluno está aprendendo e se o aluno está permanecendo na escola. Na minha opinião não há nada mais importante que isso. E da mesma forma que o índice é medido aqui e nos outros Estados brasileiros, com os mesmos critérios, é também medido em outras partes do mundo. Nós reduzimos a evasão escolar em Goiás", garante.

"Todo mundo achou que saltar do 16° para o 5° lugar era um fruto "do nada", mas já era resultado de um projeto bem elaborado"

O deputado ainda ressaltou que, diferente do que muitos afirmam, há reprovação na rede estadual de educação. "Existe sim! Claro que nos esforçamos para que não haja reprovações, mas elas acontecem. Na rede municipal de ensino de Goiânia é que não são registradas reprovações de alunos", afirma.

Reforma de escolas
Durante a entrevista, o ex-secretário também falou dos avanços nas estruturas das escolas estaduais, que passaram por reforma nos últimos anos. "Todas as escolas do Estado, 1.095 unidades, foram reformadas nesta gestão. As escolas de placas que ainda existem no interior do Estado estão sendo substituídas por escolas padrão século XXI. Na região do Entorno do Distrito Federal, por exemplo, temos 130 escolas. Estamos construindo mais 50, sendo que 38 serão entregues até o final do ano. Foram construídas mais de 500 quadras cobertas nas escolas estaduais também", complementa.

Titularidade
Ponto polêmico e utilizado como gancho nas propagandas políticas deste ano, a retirada da titularidade dos professores foi outro ponto que o ex-secretário de Educação comentou.

"Muitos afirmam que perderam algo que é direito deles. É importante ressaltar que tudo que é direito ninguém pode tirar. O que houve foi uma incorporação. O professor, por exemplo, ganhava 'x'e ele tinha uma gratificação de até 30%. O que a gente fez foi que ele passou a ter um vencimento de 'x+30', ou seja, ele não perdeu absolutamente nada. E aí, em cima disso, todos os aumentos passaram a vigorar considerando uma base maior", explica.

"Se fizerem uma análise nesses três anos e meio, o acumulado de aumento é de 38%. Todos os anos tiveram aumento. O governador Marconi Perillo foi o único governador de Goiás que cumpriu o piso. O que é importante dizer é que a questão de remuneração dos professores não é simplesmente questão de querer ou não. Tem que considerar as dificuldades financeiras, já que temos 97% dos recursos da Seduc comprometidos com folha de pagamento."

Thiago ainda destaca que Marconi Perillo quer garantir investimentos de 60% dos royalties do petróleo na carreira do professor estadual. "Tudo para valorizar os educadores."

Questionado sobre como está seu relacionamento com os professores, que chegaram a paralisar as atividades durante o período em que ele esteve à frente da Seduc, Thiago Peixoto garante que não enfrenta problemas.

"Eu sempre estive muito presente nas escolas. Visitei mais de 800 das 1.095 unidades que nós temos. Sempre fui muito bem recebido pelos professores, sempre tive um diálogo correto com eles" diz. "O meu atrito foi com o sindicato, que tem uma posição política muito clara. Eu tive esse atrito com o sindicato, que na minha opinião representa muito mais um partido político do que os professores. O sindicato hoje é completamente vinculado ao PT. Os dirigentes são filiados ao PT. Eles se limitam ao mundo político-partidário deles. Nada mais que isso", finaliza.


Comentários

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  • 11.09.2014 20:11 Jilvan Souza

    Parabéns ao secretário pela determinação de levar um estado periférico como goiás para a liderança nacional da educação

  • 11.09.2014 17:36 Marley Pedroso

    Achei o Ex-secretario de uma coragem tremenda. Parabéns, o nosso estado está carente de pessoas como você.

  • 11.09.2014 13:59 Aldo da Silva Bastos

    Pior secretario de educação que Goiás já teve. Se depender dos professores vai perder cada voto que iria ter!

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