Adriana Marinelli e Carolina Pessoni
Goiânia - Preso na terça-feira (14/10) suspeito de ser o autor de uma série de assassinatos em Goiânia, Tiago Henrique Gomes, 26 anos, seria o responsável por pelo menos 38 homicídios na capital. A informação é do delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, que concedeu entrevista coletiva à imprensa após reunião com familiares de mulheres assassinadas na capital neste ano.
O encontro, realizado no Palácio das Esmeraldas, foi convocado pelo governador Marconi Perillo e contou com a presença de toda a cúpula da Secretaria de Segurança Pública, além dos delegados responsáveis pelas investigações da série de assassinatos.
Número incerto
Segundo o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, que também falou com a imprensa nesta terça-feira, Tiago já teria confessado o assassinato de 15 mulheres, um homem, além de oito moradores de rua. De acordo com investigações da Polícia Civil, ao todo, o suspeito teria participação em pelo menos 38 assassinatos. De manhã, o número se resumia a oito mulheres.
No entanto, release oficial enviado pela governadoria no início da noite já apontava que o preso teria confessado matar 40 pessoas. Nos bastidores, é dito que, em depoimento, Tiago teria assumido a autoria de quase 50 mortes.
Segundo o delegado-geral da PC, João Carlos Gorski, as provas dos crimes, detalhamento da investigação, um número certo e novas informações serão apresentadas somente na manhã desta quinta-feira (16), em entrevista coletiva na Secretaria de Segurança Pública.
Força-tarefa
Desde que começou a série de assassinatos de mulheres na capital, uma força-tarefa foi montada, a pedido do governador, para esclarecer os casos. Ao todo, 17 homicídios estavam sendo apurados, sendo que 15 teriam sido assumidos pelo suspeito.
"Ele não assumiu uma das mortes e uma tentativa de homicídio que também inserimos na força-tarefa. Todos esses casos foram elucidados", afirmou o secretário Joaquim Mesquita.
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De acordo com Mesquita, além da confissão da autoria dos crimes, há provas fortes confirmadas em interrogatório. "São provas robustas e incontestáveis da autoria dos homicídios", ressaltou.
O delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, afirmou que a investigação foi extensa e que na noite desta terça-feira (14) havia cerca de 150 policiais nas ruas de Goiânia. "Não podemos dar detalhes da investigação, mas foi um trabalho intenso. Ele começou matando homens, depois, mendigos e, mais recentemente, mulheres", declarou Gorski.
Ainda segundo o delegado-geral, uma arma foi apreendida e passa por perícia. "Por ele trabalhar como vigilante, não descartamos o uso de outras armas." Questionado sobre a motivação dos assassinatos, Gorski afirmou que ainda não tem nada concreto. "Ele (Tiago) falou em raiva, mas temos que trabalhar com um psiquiatra para traçar um perfil. Entendo que ele é um psicopata."
Alívio
Entre os familiares que participaram da reunião estava Marlene Bernadete Sousa, mãe de Bruna Gonçalves, 26 anos, morta a tiros em um ponto de ônibus na Avenida T-9, no dia 8 de maio. Marlene disse que agora o sentimento é de alívio.
"A gente estava orando, pedindo para que isso fosse resolvido. Eu sinto um pouco mais de paz, acredito que a justiça vai ser feita. Bruna deixou um filho de 7 anos, isso não pode ficar impune. Espero que ele fique muito tempo preso", destacou.
Marlene disse ainda que acredita que Tiago seja mesmo o autor do homicídio e disse que o perdoa por ter assassinado sua filha. "Eu sinto pena, ele se aprisionou com tantos crime. Eu o perdoo porque entendo que, para Deus, a alma dele é tão importante quanto a de minha filha."
Bruna Gonçalves (dir.) e Isadora Cândido (esq.)
Geovani Cândido, irmão de Isadora Aparecida Cândido dos Reis, morta também a tiros no dia 1º de junho próximo à sua casa, se disse igualmente aliviado com a apresentação do suspeito. "Isso não vai trazer a Isadora de volta, mas dá um conforto pra gente."
De acordo com Geovani, o namorado de Isadora, que estava com ela no momento do crime, reconheceu o suspeito por meio de uma foto e confirmou ser ele o autor do assassinato. "A gente estava meio desconfiado que ele tinha matado minha irmã, mas quando o namorado dela reconheceu, passamos a acreditar."
