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Eleições na OAB-GO

Pré-candidatos usam redes sociais de forma amadora, avaliam especialistas

Estratégia digital não é priorizada | 04.08.15 - 18:25 Pré-candidatos usam redes sociais de forma amadora, avaliam especialistas (Foto: reprodução/redes sociais)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – As mídias digitais, nelas incluídas as redes sociais, ainda estão sendo utilizadas de forma amadora e sem foco em estratégias digitais pelos quatro pré-candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Enil Henrique de Souza Filho, Flávio Buonaduce Borges, Lúcio Flávio de Paiva e Paulo Teles. A constatação foi feita por especialistas, com atuação nos mercados goiano e nacional, procurados pelo jornal A Redação.

A baixa frequência digital, o reduzido engajamento, o desuso de linguagem específica para cada uma das redes sociais em que possuem perfis, a irregular periodicidade de publicações e o aparente descaso com monitoramento digital foram apontados pelos analistas como as falhas mais graves dos pré-candidatos. Entre os perfis analisados (veja detalhamento abaixo), a constatação foi unânime: ainda não há estratégia digital nas pré-campanhas. 
 
Na avaliação de Bruno Quirino (foto), ex-funcionário do Google e hoje diretor executivo da Silo Inteligência Digital, instalada em São Paulo, ao ignorar a importância das mídias digitais, os pré-candidatos, enquanto figuras públicas, desprezam o alcance, a segmentação e os dados demográficos que mídias oferecem e que podem resultar não apenas em conquista de eleitorado, mas em formação ou reformulação de imagem.

“Quando falamos de redes sociais, há comunicação de verdade, e não apenas bombardeamento de informações. E isso é muito importante para demonstrar ideias e estabelecer vínculos emocionais com seus públicos-alvo. Quando falamos de uma campanha classista, isso pode ser ainda mais importante, pois temos um nicho muito específico a ser atingido e verbas mais restritas, então temos que usar diversas segmentações combinadas, o que só a internet permite”, explica.

Com dez anos de experiência em mídias digitais, o especialista em Ciências do Consumo pela ESPM afirma que é imprescindível que figuras públicas mantenham atuação adequada no universo digital e nele sejam referências aos diversos públicos. "O Brasil é um dos países com maior tempo de acesso à internet e mais de 50% de nossa população têm acesso a ela. Qualquer figura pública que deixe de ter uma presença digital adequada estará negando a realidade e abrindo espaço para que milhares de pessoas digam que reputação essa pessoa deve ter, sem que essa mesma pessoa tenha a chance de se colocar e de dialogar", diz.

O ex-funcionário do Google afirma que outro aspecto fundamental para um candidato é compreender com quem ele pretende dialogar. “Baseado nisso ele delimitará quais as mídias e quais as redes sociais pelas quais seus públicos-alvo se interessam mais e as que permitem uma segmentação mais adequada às necessidades da campanha. Além disso, o tom do diálogo também deve ser pautado e planejado com base nesse público. Uma coisa que grande parte das pessoas ainda não percebeu é que, na internet, quem manda é o usuário”, constata Bruno Quirino.
 
De acordo com Leonardo Diogo (foto), especialista em Mídias Digitais e diretor da Associação Brasileira das Agências Digitais em Goiás (Abradi-GO), as mídias digitais são a base para qualquer consulta a respeito de propostas, conduta, engajamento e veracidade dos fatos. “Posso dizer que são a ‘persona’ de cada um dos candidatos, uma vez que a maioria deles utilizam principalmente o Facebook e Instagram para se comunicar com sua base. Além disso, servem como material para formadores de opinião e stakeholders que queiram saber mais sobre cada um dos proponentes”, avalia.

Mas não apenas a presença digital por si só é fundamental. Segundo Leonardo Diogo, especialmente para um candidato, é crucial que se faça uso adequado das mídias digitais para que o usuário se torne influenciador tanto na audiência e no alcance, quanto na percepção da imagem dele próprio, enquanto candidato. “Inclusive este foi um dos pontos que deixou a desejar, pois há falta de cuidado com a apresentação de campanha. Alguns itens essenciais para uma campanha desse nível seriam: personalização dos canais, criação de identidade do nome, padronização de publicações com endereço e marcadores e linguagem definida”, constata o diretor da Abradi-GO.

Leonardo Diogo acredita que, apesar de a campanha da OAB ser restrita a um universo classista, é importante que o candidato se comunique de modo segmentado, mas sem perder a essência de se portar ao público em geral. “Por exemplo, se ele focar somente em postagens padronizadas e com direcionamento da campanha, com certeza o público em geral sentirá que o conteúdo não está sendo relevante e o candidato perderá a audiência. A minha recomendação é estabelecer uma tabela de postagens, algo em torno de 70/30, sendo 70% para publicações de campanha e 30% para informações ao público em geral”, sugere.
   
Perfis dos pré-candidatos não são ideais para campanha
A pedido do jornal A Redação, a jornalista Thaís Franco (foto), especialista em Comunicação e Estratégia Digital, analisou cada um dos perfis mantidos pelos quatro pré-candidatos à presidência da OAB-GO nas mais populares redes sociais no Brasil: Facebook, Instagram e Twitter.

De acordo com Thaís, a presença e frequência digitais deles são deficitárias. “Para quem deseja usar as redes sociais de forma estratégica numa disputa eleitoral, ainda que seja classista, estar presente no Facebook como perfil e negligenciar o recurso da fan page é um erro primário. E isso acontece com os pré-candidatos da OAB”, pontua.

A especialista comenta que muitos usuários acreditam erroneamente que manter um perfil garante pessoalidade na presença digital, uma vez em que se mantém contato de mão dupla com os amigos virtuais. No entanto, segundo ela, o recurso da fan page é mais eficiente para quem quer utilizar a plataforma como ferramenta estratégica de posicionamento, interação e gestão de imagem. “Quando utilizada de forma correta, potencializa e qualifica a comunicação.”

No Twitter, o cenário digital não é diferente. Flávio Buonaduce aparece com dois perfis e praticamente abandonados. Um deles, criado em dezembro de 2010, nunca foi utilizado. O outro, ativo desde 2012, possui sete postagens, sendo a última de 15 de maio de 2013.

No mesmo caminho está o atual presidente da Ordem. Apesar de existir o perfil @enilhenrique desde novembro de 2009, a conta nem avatar (foto no perfil) possui. Muito menos conteúdo.

Lúcio Flávio está na contramão dos adversários. Com 1.213 seguidores, ele aparentemente utiliza o microblog com mais frequência. No entanto, os tweets são na maioria compartilhamento de links e posts integrados ao Instagram.

“Não há geração de conteúdo para formadores de opinião, umas das estratégias que, geralmente, é mais utilizada”, diz Thaís Franco. Quanto ao pré-candidato Paulo Teles, não foi encontrado perfil no microblog, tampouco no Instagram.

Na rede social de foto-legenda, os outros três pré-candidatos estão presentes com uma média de 800 seguidores cada, com exceção de Lúcio Flávio, que possui 2.091 amigos virtuais.

Os baixos índices de engajamento são pontos de alerta. Flávio e Lúcio atualizam a rede com mais frequência, mas ainda não atingem a média indicada. Já o presidente Enil comete erro crasso: a última postagem foi feita há nada mais, nada menos que 36 semanas.

Linguagem e engajamento
O que se observa é que nenhum dos pré-candidatos utiliza as redes sociais com o objetivo de fortalecer o processo democrático, ampliando e aprofundando o debate no que diz respeito aos assuntos de interesse da classe.

Percebe-se que o único que tenta apresentar um trabalho mais profissional é Flávio Buonaduce, com personalização de banners, por exemplo. Mesmo assim, esquece o mais importante: não utiliza linguagem adequada de cada rede social e, principalmente, ignora o engajamento.

Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo AR, não há o mínimo de interação entre os pré-candidatos e internautas em nenhuma das redes analisadas. “Assim como no ambiente off-line, existem grupos e nichos no universo online. São essas pessoas que precisam ser mapeadas, ouvidas e atendidas”, atesta Thaís Franco.

Monitoramento
O monitoramento - ou a falta dele - de redes sociais também chama a atenção. De acordo com Soraia Lima (foto), community manager do Scup (ferramenta de Monitoramento, gestão de perfis, SAC 2.0 e CRM Social) e professora universitária em cursos de pós-graduação em Mídias Digitais, o acompanhamento digital é importante em qualquer setor, sobretudo no âmbito político.

“Isso porque ele serve não apenas para saber o que os usuários estão falando sobre os candidatos e partidos, como igualmente para saber quais são as demandas de cada região, podendo, assim, elaborar um plano de governo mais assertivo”, argumenta.

Soraia Lima afirma que sem monitoramento se torna impossível calcular se o investimento e a estratégia utilizadas numa campanha são ideais e eficazes. “O monitoramento permite que obtenhamos mais informações assertivas sobre quem são de fato nossos eleitores. Isso faz com que possamos ter uma relação mais próxima, de qualidade e por meio de dados que eles voluntariamente deixam no ambiente digital todos os dias.”
 

Comentários

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  • 04.08.2015 18:41 Silvano Froes

    PQ NÃO COLOCARAM O CONTATO DOS GRAAAANDES ESPECIALISTAS CITADOS NO TEXTO... kkkkkkkkkkk... FALA SÉRIO!!! MATÉRIA LIXO!!!!!!!

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