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Saúde

Salto alto e excesso de peso em bolsas podem ocasionar dores na coluna

Saiba como se prevenir | 18.10.17 - 22:59
A Redação

Goiânia -
Carteira de dinheiro, nécessaire com maquiagem, escova de cabelo, escova de dente, protetor solar, álcool em gel, lenços umedecidos, lanches, esmalte e até perfume – talvez o item mais pesado de todos esses objetos – podem ser encontrados em uma bolsa feminina, muitas vezes carregada, diariamente, com esse peso, em praticamente todos os dias da semana. Muitas mulheres não abrem mão de levar consigo – ao trabalho, por exemplo – toda essa parafernália, principalmente as que têm dupla ou tripla jornada, pois um ou mais itens podem fazer falta.  
 
Mas, como para toda ação existe uma reação, é o corpo que reclama quando o excesso de peso dá o sinal: dores nos ombros, nos braços e nas costas são podem aparecer e se tornar queixas constantes. Quanto à bolsa, o uso, com excesso de peso, pode causar problemas à saúde da mulher. “Além de ocasionar hérnia de disco e desgaste na coluna, as articulações dos ombros (tendinites, bursites, etc.) e a postura também são afetadas. Isso é devido ao fato de, normalmente, a bolsa ser carregada de apenas um lado, mas, mesmo alternando os lados, quando o peso está acima do tolerado, todas essas estruturas sofrem muito”, afirma o fisioterapeuta Fernando Assunção Miranda, do ITC Vertebral (unidade Goiânia), pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e especialista no método McKenzie de terapia mecânica.
 
O fisioterapeuta explica por que as dores são geradas: “Quando a bolsa carregada em apenas um dos lados tende a sobrecarregar apenas aquele lado, o nosso corpo entende que ‘aquele lado’ precisa estar mais ‘forte’, e se adapta àquela situação, causando desequilíbrio em toda a musculatura postural da mulher”. 
 
Dicas
Normalmente, os problemas ocorrem com o tempo, com uma carga repetitiva, mas, conforme diz Fernando, “basta um movimento errado para causar uma lesão muscular ou uma inflamação nos tendões (tendinites) ou até mesmo uma dor aguda na coluna”.
 
Para quem não abre mão de carregar muitos objetos dentro de uma bolsa, o especialista aconselha: “A melhor dica é fazer uso de uma bolsa menor, porém, se a mulher não quer abrir mão de um modelo maior – que caibam mais objetos –, o ideal é que ela alterne os lados dos ombros, de tempo em tempo; não use uma bolsa com alças muito longas, que possam atrapalhá-la no caminhar; prefira modelos com suporte dos dois lados (tipo mochila), pois a distribuição da carga vai ser mais uniforme; use a bolsa na transversal. Mas a principal dica é manter uma postura alinhada, no dia a dia, evitando o aspecto de postura cansada”.
 
Salto
Quem usa salto alto, com frequência, pode ter problemas na coluna – segundo Fernando. “O salto alto altera a distribuição de peso da pessoa: primeiramente, nos pés, pois a região anterior vai receber muito mais carga que os calcanhares, por exemplo, mas o maior problema acorre com a coluna lombar, que é responsável pela maior parte da absorção de impacto da coluna. Quando o salto ultrapassa 4 centímetros, a coluna já começa a fazer adaptações, aumentando, por exemplo, a curvatura da região lombar para manter o equilíbrio, e, consequentemente, comprime mais os discos intervertebrais”, detalha o fisioterapeuta.
 
Sobre o uso do salto precocemente pelas adolescentes, Fernando alerta: “Não existe idade para o salto alto prejudicar a mulher, mas as adolescentes em fase de crescimento ou com a musculatura ainda não desenvolvida, totalmente, devem fazer uso mais comedido de saltos muito altos, lembrando que sua estrutura física ainda está em fase de desenvolvimento”.
 
Para proporcionar conforto aos pés, o especialista orienta: “Um salto de aproximadamente 3 centímetros faz com que o nosso peso seja distribuído igualmente no pé, ou seja, 50% na região anterior do pé e 50 % nos calcanhares, então acaba sendo melhor para a saúde dos pés. No caso de saltos maiores que 6 centímetros, a carga na região dos dedos pode chegar a mais de 90% do nosso peso corporal”.
 
O fisioterapeuta, então, sugere o tamanho e o formato ideais do salto: “Não deve ultrapassar os 5 centímetros, e eu sugiro os mais largos (para conferir estabilidade). O de bico fino deve ser evitado, pois pode machucar os dedos. Caso a mulher não abra mão do salto alto, o ideal é alternar com um sapato de salto médio”.
Para o especialista, o melhor calçado, contudo, “é aquele com o qual a mulher se sente bem e confortável”. E Fernando completa: “Para uma pessoa que caminha muito, no dia a dia, o melhor é escolher um calçado que tenha um pequeno salto, de até 3 centímetros, que não aperte demasiadamente os pés, e que, se possível, tenha algum tipo de amortecimento nos calcanhares”.
 
Solução
Segundo Fernando, o salto alto não precisa ser totalmente abolido do dia a dia: “Basta que a mulher siga algumas dicas para que os problemas trazidos pelo uso do salto sejam amenizados”. São elas: “Mantenha seu corpo saudável com a prática regular de exercícios físicos; após o uso do salto, alongue as panturrilhas; não faça uso do salto todos os dias da semana: alterne com calçados mais baixos; massageie os pés, quando acabar de usar o salto, pois ajudará a restabelecer a circulação sanguínea”.
 
Tempo
Em ambos os casos – uso de bolsas e saltos altos –, o fisioterapeuta Fernando enfatiza que o que se deve levar em consideração é o tempo de uso. “Devemos lembrar que o nosso corpo precisa de descanso em qualquer posição; alternar o tipo e o lado de uso da bolsa e o salto (alternar com um baixo) é fundamental para uma vida sem dor. E o preparo que a mulher tem para usá-los deve ser levado em conta. “Devemos lembrar que uma mulher que tem hábitos de vida saudáveis, se alimenta bem e pratica exercícios, regularmente, tem uma estrutura física mais preparada para o dia a dia, e, com certeza, sofrerá menos com o uso desses acessórios”, finaliza o fisioterapeuta Fernando.

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