Embora poucos saibam, deformidades do contorno corporal, assim como da face, também podem ser tratados com preenchedores. Aliás, uma categoria mais avançada em tecnologia é o carro-chefe deste tipo de tratamento: os bioestimuladores de colágeno.
Eles são injetáveis biocompatíveis e totalmente reabsorvíveis, mas representam um avanço em relação ao ácido hialurônico (polissacarídeo ubíquito nos seres vivos), pois induzem a formação de novo colágeno no local aplicado. Com isso, um “plus” pode ser observado, tanto em textura e firmeza, quanto em volume (o próprio colágeno do paciente em torno do biomaterial expande e redensifica a derme).
Outro atrativo dos bioestimuladores é a durabilidade. Podem durar de 1 a 4 anos, dependendo da substância empregada.
Atualmente, no Brasil, temos 3 tipos:
1) policaprolactona (produto europeu comercializado como Ellansé, único com opção de durabilidade de 4 anos); 2) ácido poli-l-láctico (produto europeu comercializado como Sculptra, dura 2 anos); 3) hidroxiapatita de cálcio (a versão americana se chama Radiesse, e as brasileiras Diamond e Vida Bela).
Por que os bioestimuladores estão fazendo tanto sucesso nos tratamentos de glúteos? Primeiro, devido à questão cultural: as mulheres brasileiras gostam de manter tudo em cima e não abrem mão de tratar a celulite.
Por outro lado, aparelhos decepcionam: Com exceção do ultrassom microfocado, que atende com bons resultados em apenas 1 ou 2 sessões, os demais deixam a desejar, com sessões a perder de vista e resultados limitados.
Quais os objetivos do tratamento corporal com bioestimuladores:
1) Tratamento da celulite:
Eles são utilizados em 2 a 6 sessões, dependendo do grau de acometimento e do número de depressões. Como as estas são processos fibróticos, na mesma sessão o médico deve endereçá-las com subcision, uma técnica de descolamento que solta a adesão tissular, devolvendo o relevo original. Com o auxílio do bioestimulador, o resultado fica ainda mais natural, e a pele tratada com mais viço, revitalizada.
2) Atenuar a depressão trocantérica:
Trata-se de um desnível lateral do quadril, causando um “afundamento” na altura do músculo glúteo médio. As pacientes com esta irregularidade do contorno corporal costumam se frustrar em não poderem usar roupas que denunciem o problema, como vestidos justos.
Com os bioestimuladores de colágeno, a questão pode ser resolvida em 1 ou 2 sessões, com cerca de 5 ml de produto injetado na fossa, sem os riscos de uma cirurgia.
3) Empinar e volumizar:
O procedimento, popularizado nos EUA como “Brazilian Butt Lift”, pode ser realizado em 1 ou mais sessões, com volumes de cerca de 10ml, afastadas 30 dias uma da outra. O tratamento lança mão de técnicas específicas para projeção glútea, e necessita ser realizada por médico. Os resultados da técnica com volume reduzido, porém, com bioestimuladores volumizadores (bem diferente dos procedimentos que se realizavam no Brasil antigamente, profundos e com alto volume) são bem suaves e naturais. O preço é bem mais acessível que uma cirurgia, e também oferece menos riscos, visto que a técnica é realizada no tecido conjuntivo, em uma área livre de vasos.
*Ana Carolina Rocha é médica, doutoranda em preenchimentos (UFG), mestre (UFG) e fellow of TXID (EUA). É também palestrante internacional – EUA, Portugal, Argentina e Itália