Sabe aquele ditado que diz que estamos "todos no mesmo barco"? Hoje vi uma frase que diz que não estamos no mesmo barco, mas sim no mesmo mar.
E parando para analisar, estamos sim no mesmo mar, passando pela mesma tempestade. A diferença é que alguns estão em transatlânticos, outros em iates, outros em botes, alguns com coletes salva-vidas e aqueles que estão completamente à deriva, contando apenas com a sorte.
Nesta semana várias cidades decretaram lockdown. Em algumas para sair às ruas é necessário autorização por escrito. É necessário até mesmo autorização para abastecer o carro.
Muita gente se revoltou, correu e lotou supermercados, postos de combustíveis. Cada um preocupado com o seu próprio umbigo.
vários se dizem solidários com o outro, mas é só o calo apertar que cada um cuida do seu.
Isso sem contar as festas clandestinas que rolam soltas país afora. E as reuniões familiares? Conheço algumas pessoas que se reuniram pois era "só a gente" e algumas pessoas se contaminaram, chegando mesmo a morrer.
Se todos nós realmente nos preocupássemos com o bem-estar de todos, incluindo o nosso é claro, o mundo seria um lugar diferente. Se cada um realmente fizesse a parte que tem que fazer, os problemas seriam muito mais fáceis de serem solucionados.
Um amigo meu, Ricardo Bagnete, disse nesta semana que enquanto não se chega a um consenso sobre tudo, "o brasileiro vai morrendo de corona, de fome ou de desespero".
E aí, melhor mudar a atitude ou escolher a forma de morrer? Afinal, estamos todos no mesmo mar, passando pela mesma tempestade.
*Fabrício Santana é jornalista