Nos últimos dias, um encontro histórico realizado no Paço Municipal com o prefeito Sandro Mabel, representantes do DNIT, vereadores, prefeitos da região metropolitana e deputados federais deu um passo importante rumo à realização de uma das obras mais esperadas por Goiânia: o novo Anel Viário Metropolitano.
Com orçamento estimado em R$ 948 milhões e um traçado de 44 quilômetros de pista dupla, o projeto liga Hidrolândia a Goianápolis, passando por Aparecida, Senador Canedo e Goiânia. Serão construídas 10 pontes, 35 viadutos e 11 interseções, com pavimento de concreto rígido, o que garantirá maior durabilidade e economia de quase R$ 180 milhões. Além do impacto positivo no escoamento de cargas e na mobilidade intermunicipal, o objetivo central da obra é desafogar a BR-153 e dar fôlego à malha urbana da Capital, hoje estrangulada pelo trânsito pesado.
Como representante da Região Sudeste de Goiânia, onde milhares de moradores convivem diariamente com o caos no entorno da BR-153, recebo essa notícia com entusiasmo — mas também com senso de responsabilidade. Este é o momento de garantir que todas as instituições envolvidas atuem em sintonia, e que essa obra finalmente saia do papel. A Câmara Municipal tem um papel essencial nesse processo, especialmente nas discussões que envolvem as desapropriações, a mobilidade local e os impactos urbanos. Por isso, nossa presença e escuta ativa não devem ser simbólicas, mas estratégicas. Esta Casa Legislativa precisa e quer colaborar.
Faço também aqui um reconhecimento justo e importante: essa conquista é o desdobramento de uma luta de décadas. Nos anos 1990, o ex-deputado federal Virmondes Cruvinel — meu marido — liderou, ao lado de técnicos e urbanistas, a primeira articulação pelo chamado Contorno Leste de Goiânia. Foi ele quem destinou uma emenda parlamentar que viabilizou os primeiros estudos e traçados, com o objetivo de retirar o tráfego pesado da BR-153. Como deputado federal, Sandro Mabel deu sequência nessa mobilização. Porém, por diversas razões, mas principalmente por falta de vontade política, o projeto ficou parado e áreas inicialmente previstas para o contorno foram, ao longo dos anos, ocupadas por moradias.
Agora, com um novo traçado mais amplo e moderno, temos uma segunda chance. E ela não pode ser desperdiçada. Em paralelo ao anel viário, outra notícia que nos enche de esperança é a possível liberação do viaduto na Avenida Bela Vista, na divisa com Aparecida de Goiânia — um gargalo histórico para os moradores do Parque Atheneu, Parque das Laranjeiras e toda a região. Assim como o anel viário, esse viaduto é fruto de anos de reivindicações populares e políticas.
Repito aqui uma frase que o Virmondes já dizia 30 anos atrás: não se trata mais de fazer “pontes de safena” no trânsito de Goiânia — chegou a hora de um verdadeiro transplante de coração urbano. E o novo anel viário é esse coração: vai oxigenar a cidade, redistribuir o fluxo de veículos e melhorar radicalmente a qualidade de vida dos goianienses.
A obra está no radar federal, com articulações em curso no Ministério dos Transportes e apoio de parlamentares goianos como José Nelto, relator setorial do orçamento de infraestrutura. O momento é agora. A hora é de unir forças, deixar de lado vaidades e garantir que o sonho de décadas se transforme em realidade concreta, segura e eficiente.
*Rose Cruvinel é médica e vereadora em Goiânia pelo União Brasil
