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Diogo Sales

ASCO 2025: quais as novidades e os avanços no tratamento contra o câncer?

| 12.09.25 - 10:09
 
A oncologia clínica está evoluindo de forma significativa a partir de estudos que comprovam os benefícios da imunoterapia em diferentes tipos de câncer. Foi que demonstrou a ASCO 2025, maior congresso de oncologia do mundo, ao apresentar dados que devem transformar a prática médica. 
 
Um dos principais destaques foi o uso da imunoterapia neoadjuvante antes da cirurgia em pessoas com câncer de pulmão. Pacientes tratados com a combinação de imunoterapia e quimioterapia antes da operação tiveram menos recidiva e viveram mais. Resultado semelhante foi visto no câncer gástrico, em que a adição de imunoterapia ao tratamento perioperatório, ou seja, antes e depois da cirurgia, mostrou desfechos superiores à quimioterapia isolada. Essas evidências reforçam a tendência de integrar a imunoterapia ao tratamento em tumores operáveis. 
 
No câncer de cólon com instabilidade de microssatélites, uma alteração genética específica, o tempo livre de doença também foi maior com o uso de imunoterapia, indicando a importância da personalização do tratamento. Já em pacientes com câncer de cabeça e pescoço avançados e operados, a adição da imunoterapia ao protocolo tradicional de quimio e radioterapia trouxe ganhos em sobrevida sem aumento significativo de efeitos colaterais. 
 
Um estudo bastante interessante mostrou que pacientes com câncer de pulmão metastático que receberam imunoterapia antes das 15h tiveram melhores resultados, uma mudança sem custo, mas com impacto expressivo. Outro estudo apontou que a prática de atividade física supervisionada em pacientes com câncer de cólon operados, além de aumentar a sobrevida, reduziu o risco de metástase. 
 
Por fim, surgem tecnologias como a biópsia líquida para identificar DNA tumoral circulante, o que permite detectar precocemente a recidiva da doença. Trata-se de uma ferramenta promissora para avaliar a resposta ao tratamento e indicar se o paciente está, de fato, curado.  
 
A oncologia clínica vive um momento promissor. O conhecimento científico oferece ferramentas cada vez mais potentes para ampliar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Diante desse cenário, é essencial que os avanços científicos caminhem lado a lado com a revisão constante dos protocolos clínicos e estratégias que promovam a equidade no acesso às novas terapias. Garantir que essas inovações cheguem de forma justa e oportuna a todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica ou localização, é tão importante quanto os próprios avanços científicos.

*Diogo Sales é médico oncologista do Einstein Goiânia.
 


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