Em tempos de fortalecimento regulatório, impulsionado por normativos da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS e pelas exigências do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar - IDSS, não há mais espaço para gestões que operam na defensiva. A saúde suplementar exige líderes que compreendam não apenas os indicadores, mas as vidas por trás deles.
O IDSS, criado e monitorado pela ANS, é muito mais do que um ranking, trata-se de um instrumento estratégico que avalia a qualidade, a eficiência e a sustentabilidade das operadoras de saúde. Ele mede dimensões que vão desde a atenção à saúde e o acesso ao cuidado até a gestão econômico-financeira e o cumprimento das obrigações regulatórias. Ao compreender esse índice em profundidade, percebemos que sua essência não é punir, mas induzir melhorias que garantam equilíbrio entre a performance institucional e a segurança do beneficiário, traduzindo a regulação em benefícios tangíveis para quem realmente importa: o paciente.
Nesse contexto, a pauta ESG (Ambiental, Social e Governança) deixa de ser um discurso corporativo para se tornar prática concreta no setor. A sustentabilidade na saúde suplementar passa por promover eficiência na utilização de recursos, fortalecer a relação com a rede prestadora e garantir transparência nas decisões clínicas e administrativas. A integração entre ESG e saúde não é uma tendência de marketing, mas um compromisso ético com a longevidade do sistema, a preservação dos recursos e a equidade no acesso aos cuidados.
Como executiva de operações, consultora e tendo atuado na direção de assistência e saúde na maior autogestão do país, tenho aprendido, diariamente, que a verdadeira entrega de valor não se mede apenas por metas cumpridas, mas por fluxos reorganizados, prontuários respeitados, regulação clínica transparente e decisões amparadas em dados e ética.
A sustentabilidade que tanto buscamos no setor nasce de escolhas técnicas, coragem institucional e de uma escuta ativa aos desafios que os prestadores e usuários enfrentam. Gosto de dizer que cada auditoria bem feita, cada norma internalizada e cada guia corrigida representam um pequeno avanço em uma jornada de transformação cultural.
Avançar em governança, regular com precisão e cuidar com responsabilidade. Esse é o caminho.
Sem atalhos ou soluções fáceis, é na construção diária e silenciosa dos processos que pavimentamos mudanças verdadeiras no setor. Seguimos firmes no propósito de alinhar regulação, assistência e governança para fortalecer o sistema e entregar valor real à saúde suplementar.
Fabíola Pereira, é executiva de operações e consultora em gestão de saúde suplementar