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Davi Braga

A automação do time de vendas

| 26.09.25 - 11:32
Goiás vive um momento único: a taxa de desemprego está em sua mínima histórica (4,4%, segundo o IBGE), mas a indústria goiana alerta para a necessidade de qualificar quase meio milhão de trabalhadores até 2027 (Fieg/CNI). Este paradoxo revela que o desafio não é a falta de vagas, mas a crescente automação e a demanda por novas competências. A chegada da IA é um acelerador desse processo, e a questão para o líder goiano não é mais se deve usar a tecnologia, mas como gerenciar essa transição de forma inteligente.
 
Para navegar neste novo território, todo líder deveria se fazer cinco perguntas estratégicas.
 
1. Sua estratégia é de eficiência ou de experiência?
O primeiro impulso ao adotar IA é focar na redução de custos. É um caminho válido, mas limitado. A verdadeira transformação ocorre quando a IA é usada para criar uma experiência de cliente superior. A tecnologia deve ser a ferramenta para liberar a equipe humana das tarefas repetitivas, permitindo que eles atuem em vendas mais complexas e consultivas, onde a conexão humana ainda é insubstituível.
 
2. Seu time atual pode ser requalificado ou precisará ser substituído?
A narrativa da "substituição" é simplista. O futuro do trabalho é a criação de novas funções de gestão e curadoria da tecnologia. Antes de pensar em demitir, o líder estratégico deve se perguntar: "quem do meu time tem o potencial para evoluir de operador para gestor de sistemas de IA?". Em um estado com vocação para o agronegócio e a logística, isso significa treinar operadores para se tornarem analistas de dados de safra ou gestores de rotas inteligentes.
 
3. Você está medindo o ROI ou apenas a redução de custos?
O verdadeiro retorno sobre o investimento (ROI) da IA não está na folha de pagamento, mas no aumento da conversão e na satisfação do cliente. Um líder orientado a dados deve criar métricas para medir o impacto da IA na jornada completa do consumidor. A resposta a essas perguntas mostra o valor real da tecnologia para o negócio.
 
4. Sua governança de IA está pronta para os desafios éticos e de dados?
Implementar uma IA conversacional significa lidar com um volume massivo de dados de clientes, o que traz uma responsabilidade enorme. Sua empresa tem uma política clara de governança, em conformidade com a LGPD? Seus algoritmos foram auditados para evitar vieses? Um deslize ético pode gerar uma crise de reputação muito mais cara do que qualquer economia de custos.
 
5. Você está automatizando o presente ou construindo o futuro?
Usar IA para fazer as mesmas coisas, só que mais rápido, é pensar pequeno. A pergunta final que todo CEO deve fazer é: "Como essa tecnologia me permite criar modelos de negócio que antes eram impossíveis?". A automação do processo atual é o começo; a reinvenção do negócio é o grande prêmio.
 
A automação de tarefas é inevitável. A automação do pensamento estratégico, no entanto, é uma escolha. A IA não substitui a liderança, ela a potencializa. O desafio para os CEOs não é tecnológico, é de visão. Liderar essa transformação não é mais uma opção, é a única estratégia viável para a sobrevivência e o protagonismo no novo mercado.

*Davi Braga é fundador e CEO da UNEED

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