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FERNANDO BOSSO

Raiva é doença letal e controle depende de ação conjunta

| 28.09.25 - 10:45

A raiva é uma zoonose letal em praticamente 100% dos casos, sendo responsável pela morte de 59 mil pessoas anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Além disso, e mais especificamente no caso da raiva dos herbívoros, a doença tem grande impacto econômico na pecuária brasileira, seja por prejuízos decorrentes da morte de animais, ou custo com insumos para prevenção e controle da doença. Estudos demonstram que as perdas podem chegar a dezenas de milhões de dólares.
 
Frente a este cenário, fica evidente que a raiva é uma grande ameaça que possui reflexos importantes na esfera econômica, na saúde pública e em aspectos sociais e de sustentabilidade. Isto demonstra que é de extrema importância que sejam implementadas políticas eficazes de prevenção e controle da doença.
 
Neste sentido, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) desenvolve o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), que tem como objetivo baixar a prevalência da raiva dos herbívoros em Goiás, reduzindo impactos sanitários e econômicos da doença e protegendo os rebanhos e a saúde pública. 
 
Para tanto, o PECRH lança mão de estratégias como: vigilância epidemiológica, vacinação estratégica, controle populacional de transmissores e educação sanitária. Estas ações vêm permitindo que a casuística da raiva dos herbívoros em Goiás esteja em patamares aceitáveis, inclusive experimentando considerável diminuição de focos da doença na última década.
 
É importante ressaltar que no caso da raiva dos herbívoros o morcego hematófago da espécie _Desmodus rotundus_ é o principal transmissor da doença, sendo foco primordial de ações de controle para evitar a sua disseminação. Recentemente, tem se percebido uma mudança no perfil epidemiológico da doença, com participação importante do morcego inclusive no ciclo urbano da raiva, antes protagonizado pela transmissão via cães e gatos. Isso reforça ainda mais a importância da atuação do órgão de defesa agropecuária no controle desta zoonose.
 
Para além dos controles oficiais, a prevenção da raiva deve contar sempre com a cooperação entre todas as partes envolvidas, desde instituições e entidades até produtores rurais e cidadãos individualmente. Cada ente tem seu papel de relevância no processo, ressaltando que a notificação de suspeitas, seja por produtores, profissionais ou qualquer outro cidadão é de extrema importância para o sucesso das estratégias de controle.
 
No dia 28 de setembro é celebrado o Dia Mundial contra a Raiva, estabelecido pela Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC) e reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover o combate à doença, conscientizar sobre prevenção e comemorar conquistas.
 
A raiva continua sendo uma ameaça real à saúde pública e à pecuária. O sucesso no seu controle depende da ação conjunta entre instituições e sociedade. Neste 28 de setembro, Dia Mundial contra a Raiva, é momento de reforçar o compromisso com a prevenção e a conscientização sobre essa zoonose letal.
 
*Fernando Bosso, médico-veterinário e mestre em Ciência Animal, é fiscal estadual agropecuário na Agrodefesa.

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