Théo Mariano
Goiânia - O Centro de Goiânia atravessa um momento recorrente na formatação das cidades, principalmente em metrópoles com mais habitantes: a valorização após o esquecimento. Em tal cenário, faz-se necessário reconhecer detalhes que tornam tão bela e única esta região da capital, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora é um deles.
Detalhes da Catedral Metropolitana de Goiânia Nossa Senhora Auxiliadora / (Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
O pesquisador do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás (UFG) e engenheiro civil, Wolney Unes, relembra, ao destacar o histórico da região central e sua renovação, que o projeto da Catedral Metropolitana é estrangeiro. “Primeiro foi construído o edifício, depois fizeram as torres”, conta. O autor do desenho foi o arquiteto salesiano Padre Consolini.
Segundo Wolney Unes, o ponto onde fica a Catedral é o mais antigo da cidade. “A primeira rua de Goiânia foi a Rua 20, que é justamente a via de entrada da Catedral. À época, a providência inicial do governo foi contratar a construção de sobrados para os funcionários que se mudavam para cá, e essas casas foram todas feitas na Rua 20.”
Retrato histórico do local no qual foi construída a Catedral Metropolitana / (Foto: Reprodução)
Na história da Catedral publicada em seu site, é relatado que no final da década de 40 as lideranças católicas se mobilizaram para dar início à construção da Catedral, após apresentação da planta geral de urbanização de Goiânia. O arcebispo Dom Emanuel foi responsável por escolher a planta final da obra na Catedral.
Carregada com estilo moderno-eclético, a construção conta com influências europeias da arte sacra moderna, com toques do neo romântico, neo basilical e neogótico.
Detalhes da Catedral Metropolitana de Goiânia Nossa Senhora Auxiliadora / (Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
Após a morte do arcebispo Dom Emanuel em 1955, Dom Abel, que também participou das deliberações sobre a construção da Catedral, foi eleito vigário capitular. Em 10 de maio de 1956, com o êxito dos esforços da Comissão das Obras na Catedral, Dom Abel abençoou e inaugurou a construção, que se tornou um marco na história do Setor Central de Goiânia.
Revitalização do Centro
Para Wolney Unes, a valorização da região Central surge após um momento de debandada da população para outras regiões. “O Centro é a região da cidade com melhor infraestrutura, tem seu comércio próprio, serviços e está próximo dos outros pontos da capital”, comenta.
Morador do Setor Central, o universitário Lucas Assunção reforça que a acessibilidade da região pesou na hora de escolher o melhor local para morar. “Quando me mudei para Goiânia, procurei um local que facilitasse a ida ao trabalho, faculdade e também a serviços essenciais como supermercados e farmácias”, disse em entrevista ao jornal A Redação.
Além disso, o estudante tem esperanças de que a renovação do Centro traga maior reconhecimento dos monumentos presentes na região. “Muitas vezes a população local não valoriza e reconhece esses pontos, pode ser que a revitalização altere esse cenário.”
A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia
(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
