Carolina Pessoni
Goiânia - Do alto de seu cavalo, Pedro Ludovico contempla o marco inicial da fundação de Goiânia. Instalada na praça que leva o próprio nome e que carinhosamente é conhecida pelos goianienses como Praça Cívica, a estátua do fundador da Capital compõe o conjunto arquitetônico do local desde 2010.
A escultura foi feita pela artista plástica Neusa Morais 19 anos antes de sua instalação. Neusa e seu assistente, Júlio Valente, ainda trabalhavam na obra quando a artista morreu, em fevereiro de 2004. Júlio ficou, então, com a incumbência de finalizar a peça.
O monumento, que tem nome oficial de "Resgate à Memória", foi esculpido em gesso e banhado em bronze. A obra mede 7 metros de altura por 3 metros de comprimento e 1,8 metros de largura. Seu peso é de 2,5 toneladas.
O revestimento em bronze foi feito em Piracicaba (SP). Para chegar a Goiânia a estátua foi dividida em três partes e transportada de carreta. As partes foram soldadas pelos trabalhadores da empresa responsável que acompanharam o traslado da escultura até a capital e fizeram a fixação por chumbamento da escultura no pedestal, em área autorizada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O monumento foi instalado pela primeira vez no gramado da lateral do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na confluência da Rua 82 com a Avenida 85. Com a revitalização da Praça Cívica, em 2016, a estátua foi transferida para a parte central, ao lado da obra do artista plástico Siron Franco.
(Foto: Letícia Coqueiro)
Inicialmente a ideia era que a estátua fosse colocada no Morro da Serrinha, onde Pedro Ludovico teria visto pela primeira vez a área onde seria construída a futura capital. Apenas 19 anos após sua confecção, ela foi instalada na Praça Cívica, que é considerada o marco zero de Goiânia.
A estudante universitária Luana Ferreira diz que sempre que passa pela Praça Cívica observa os monumentos e que a estátua de Pedro Ludovico sempre lhe chama atenção. "Acho interessante a forma como ela retrata o fundador da cidade. A postura como ele foi colocado mostra uma pessoa com olhar para o futuro, que é como Pedro Ludovico pensava sobre Goiânia."
Para Luana, os monumentos poderiam ser mais valorizados e divulgados, com o objetivo de difundir a história do Estado e da cidade. "Infelizmente a gente aprende muito pouco sobre essas figuras tão fundamentais para nossa história. Por isso gosto de saber sobre esses monumentos porque, por meio deles, acabo sabendo um pouco mais sobre Goiânia e Goiás", destaca.
Quem foi Neusa Moraes
Sobrinha do arquiteto Jorge Félix de Souza (responsável pelos projetos da Igreja Imaculado Coração de Maria e do Instituto Federal Goiano), Neusa foi criada pelo tio após perder a mãe. Seu interesse pelas artes veio pela influência que teve dentro de casa.
Ganhou uma bolsa de estudos em São Paulo e, após voltar para Goiânia, foi convidada para ser professora na Universidade Federal de Goiás (UFG). Uma de suas marcas era o uso de materiais diversos em sua produção, como ferro, cerâmica, pau-brasil, bronze, pedra-sabão e mogno.
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