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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: reprodução)
Aproveitando o paradão do "entre festas" e no espírito do ano novo, decidi começar uma nova tradição na coluna: o Zé Awards, escolhendo os melhores do ano em parcas categorias e com critérios totalmente pessoais e arbitrários. Selecionei meus favoritos em filme, série, álbum e game. Livros não foram listados porque francamente não soube escolher um só e também porque não li nada lançado este ano. Sem mais delongas, vamos adiante:
Filme - Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Evelyn, vivida por Michelle Yeoh, leva uma vida medíocre e está insatisfeita. Uma reviravolta inesperada acaba lhe permitindo acessar a sua vida em outras realidades e todas as possibilidades. Mas ter infinitas escolhas pode não ser lá uma vantagem tão grande quanto parece... Dirigido pelos autorais Daniel Kwan e Daniel Scheinert, conhecidos como “Os Daniels”, este filme é um bálsamo. Se trata de uma comédia absurda, misturando humor besteirol com viagens interdimensionais e que, mesmo assim, consegue abordar de forma tocante e relevante grandes temas como a vida, a morte e o amor. Saindo de uma pandemia e de uma sequência de anos muito difíceis e desafiadores, a mensagem otimista e intimista do longa aponta uma luz no fim do túnel sem precisar ser um filme hermético e obscuro, muito pelo contrário, podendo ser facilmente assistido e apreciado por toda a audiência.
Série - Ruptura
É no mínimo irônica que uma das mais potentes mensagens anticapitalistas do audiovisual recente seja uma produção original da Apple TV. Ruptura acompanha a distopia de um grupo de funcionários que separaram cirurgicamente suas vidas no ambiente de trabalho e em casa. Além de ter personagens e tramas envolventes, a série chama atenção por sua abordagem nem um pouco sutil sobre a crescente desumanização e alienação do trabalho, fazendo conexões diretas com grandes conceitos filosóficos e sociológicos em sua narrativa. Inspirado pelos já distópicos anos da pandemia, o programa questiona o espaço cada vez maior que o trabalho ocupa em nossas vidas e o apagamento do indivíduo frente a um expediente que nunca termina.
Game - Elden Ring
Falo com tranquilidade que nenhum jogo lançado este ano – quiçá nos últimos anos – se equipara a Elden Ring. Na verdade, nem chegam perto. O designer Hidetaka Miyazaki e o estúdio From Software continuam dando aula de game e level design de alta complexidade e profundidade, desta vez, revolucionando as mecânicas de mundo aberto, consideradas estagnadas há quase uma década. Para além disso, como de costume, o jogo é extremamente desafiador e possui uma mitologia original que se destaca em um mar de mesmice. Tão profundo que, para concluir, precisei de mais de 150 horas de jogo e ainda assim não vi tudo o que tem a oferecer.
Álbum - ‘Impera’ (Ghost)
Meu Wrapped de final de ano não me deixa mentir: Impera foi disparado o álbum que eu mais ouvi em 2022 e não é à toa. Em um gênero nichado e que também tende à estagnação do rock, os escandinavos da Ghost finalmente encontraram um lugar confortável no mainstream sem perder toda a linguagem estética, temática e profundamente autoral que fizeram com que se destacassem em um estilo que parecia ter perdido os dentes. Agora só falta fazer mais shows por aqui.