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Rádio Universitária: legado cultural e da cidadania de Goiânia há 61 anos

Sede está instalada no Setor Oeste | 29.12.23 - 14:00
Rádio Universitária: legado cultural e da cidadania de Goiânia há 61 anos Foto: Carlos Siqueira/Rádio UniversitáriaCarolina Pessoni
 
Goiânia -
Quem passa pela Alameda das Rosas, no Setor Oeste, região central de Goiânia, talvez não perceba que ali, ao lado de um dos cartões postais da cidade, está instalada uma das mais antigas emissoras de rádio da capital. A Rádio Universitária da Universidade Federal de Goiás (UFG) funciona neste endereço desde 1979, mas sua história começa bem antes disso.
 
À época da criação da UFG, no início dos anos 1960, já se pensou na criação de órgãos com a finalidade de divulgar o conhecimento produzido pela universidade para a sociedade. Assim surgiram o serviço de Imprensa e a Rádio Universitária.
 
A Rádio Universitária UFG foi criada pela Resolução nº 14 de 1962 da Reitoria da UFG e outorgada pelo Decreto nº 56.876 de 16 de setembro de 1965. A concessão da emissora foi uma das primeiras no país para radiodifusão educativa e teve a interferência do ministro da Justiça, o goiano Alfredo Nasser.


Da esquerda para a direita: Colemar Natal e Silva (reitor), Mauro Borges (governador), Ivo Pinto de Melo (diretor) e Juscelino Kubitschek (ex-presidente), na inauguração da Rádio Universitária (Foto: Arquivo/Rádio Universitária)
 
A rádio foi pioneira como emissora ligada a uma universidade. Isso porque a legislação referente a emissoras educativas só veio em 1967, conforme explica a diretora da Rádio Universitária, Márcia Boaratti. "Ela surgiu com a missão de oferecer à população uma programação plural, ética e comprometida com a universidade pública, a cidadania, a transformação social e a democracia", destaca.
 
O funcionamento inicial da emissora, de forma experimental foi no Campus Samambaia, na Escola de Agronomia. O projeto de instalação foi coordenado por Ivo Pinto de Melo, primeiro diretor da emissora, designado pelo reitor Colemar Natal e Silva.
 
A instalação em prédio próprio se deu em 1965, na Alameda Botafogo, no Centro de Goiânia, e a inauguração dos transmissores teve a presença do senador por Goiás e ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, do então governador Mauro Borges, o primeiro reitor da UFG, Colemar Natal e Silva, e o primeiro diretor da emissora, Ivo Pinto de Melo. Na ocasião, foram iniciadas suas transmissões com uma potência de 1 KW.
 
Entretanto, nem só de momentos de glória é feita a história da Rádio Universitária. Em 1978, um incêndio destruiu grande parte dos equipamentos, como móveis, acervo de áudio e outros registros.


Laboratório de Comunicação: programa Maçaroca (Foto: Arquivo/Rádio Universitária)
 
A partir de então, a emissora passou a funcionar precariamente, por cerca de um ano, em um estúdio improvisado na sede dos transmissores no Setor Sul. Em 1979, a rádio foi transferida para o atual endereço, na Alameda das Rosas, Setor Oeste. Já os transmissores foram instalados no Campus Samambaia da UFG.
 
Desde a criação dos cursos de comunicação da UFG, em especial o curso de Jornalismo em 1966, a emissora passou a apoiar a formação de estudantes. "Os estudantes têm na emissora um campo de estágio importante e estruturado, além de todo suporte para os laboratórios e projetos de extensão em produção radiofônica", ressalta a diretora da rádio.
 
Ao longo da década de 1980, a Rádio Universitária UFG consolidou sua política acadêmica firmando-se, inicialmente, como laboratório do curso de Jornalismo e, posteriormente, como laboratório para cursos de diversas áreas do conhecimento como: Música, Engenharias, Informática, Gestão da Informação, entre outros.
 
Isto continua até os dias de hoje de maneira muito intensa. O campo de estágio atende as demandas da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG quanto à disciplina curricular do curso de Jornalismo.
 
"A coordenação de estágio envia os estudantes no início do período letivo para cumprirem, sob a responsabilidade de um professor orientador e a supervisão de um profissional da Rádio, um plano de trabalho acadêmico relacionado ao radiojornalismo", explica Márcia Boaratti.


A Rádio Universitária se consolidou como um laboratório para os estudantes de jornalismo da FIC/UFG (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

A diretora ressalta que, além do campo de estágio, a emissora apoia os laboratórios da FIC/UFG, disponibilizando espaço físico para sala de aula, equipamentos, servidores profissionais, estúdios de gravação e de transmissão com agendas exclusivas para o trabalho desenvolvido pelos estudantes, em períodos da manhã, tarde e noite. "Atualmente, ligados às atividades práticas de ensino e aos projetos de extensão, com programação diária e semanal, freqüentam a emissora 136 estudantes da FIC."
 
A Rádio Universitária é uma emissora educativa e esse termo vem da legislação que denomina as emissoras públicas de comunicação como emissoras educativas. Márcia Boaratti salienta, entretanto, que, na atualidade, o termo que melhor exprime toda a ação da rádio e que tem sido adotado é o de emissora pública.
 
"Internamente, podemos considerar que a característica educativa estaria relacionada ao papel contributivo da emissora na formação de novos profissionais. Externamente, o termo pode ser alusivo à difusão de temas de interesse do cidadão, sejam de caráter informativo ou artístico, buscando contribuir para o processo de cidadania, por meio da melhor conscientização sobre as questões sociais, cotidianas desse cidadão", enfatiza.
 
Após 60 anos no ar, comemorados em 2022, esse papel na formação do cidadão deve ser expandido, com a migração da emissora da frequência AM para a FM. Atualmente, a rádio irradia em ZYH 754, 870 AM com 20 KW, e transmite em tempo real pela internet.
 

Rádio Universitária possui modernos estúdios e passa por processo de migração da frequência AM para FM (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

"Essa mudança ocorre com emissoras dessa frequência em todo o país, a partir do decreto presidencial, assinado por Dilma Roussef, em novembro de 2013. A Frequência Modulada representa um sinal mais forte, sem interferência de outras ondas magnéticas e de qualidade sonora superior", elucida a diretora.
 
A mudança, entretanto, vai muito além do sinal de qualidade, como frisa Márcia. "Tudo está sendo reformulado, a programação musical, os programas, a forma de fazer rádio. As emissoras FM têm uma presença mais marcante, especialmente pela trilha musical e um ouvinte mais exigente. Assim, estamos tendo que nos adaptar, uma nova forma de trabalhar mais dinâmica, instantânea e alto astral."
 
Isso se reflete na nova linguagem da programação musical, predominantemente de música brasileira, nos programas e campanhas mais curtos e direcionados, e na elaboração dos demais itens da programação. "A criatividade e a sintonia com o ouvinte estão muito presentes. Em breve, entraremos numa fase de ajuste dos novos equipamentos e de experimentação da nova programação", anuncia a diretora.

Mais do que uma emissora entre tantas da capital, a Rádio Universitária marca presença na história de Goiânia, a começar da sua instalação, sendo uma das primeiras da Capital. O fato de ser ligada à UFG sempre lhe conferiu respeito e credibilidade.
 

Nara Leão e Wilson Simonal se apresentaram em festival da Rádio Universitária (Fotos: Arquivo/Rádio Universitária)
 
"De lá para cá, além da programação musical eclética sempre elogiada pelos ouvintes, a emissora participou de diversos eventos culturais, por vezes na qualidade de organizadora, como os festivais de música, com destaque para o I Festival Goiano de Música, que contou com a presença de Nara Leão (foto) e Wilson Simonal, entre outros cantores já consagrados", lembra Márcia Boaratti.
 
Um grande destaque é o acolhimento da emissora a artistas locais e regionais, que sempre tiveram espaço para mostrar os seus trabalhos. O seu auditório, que já foi palco para muitos programas musicais com transmissão ao vivo para o rádio, acaba de passar por uma ampla reforma e a intenção é abri-lo ao público novamente para diversos tipos de atividades.
 
Outra particularidade da Rádio Universitária são as iniciativas de integração com os seus públicos, como o Mesa de Bar (nos bairros de Goiânia), Fábulas Radiofônicas (voltado para as crianças), O canto do Poeta (declamação de poesias e poemas), entre outros. "Fora isso, sempre foi meta divulgar os diversos estilos, como o chorinho, a música clássica e o instrumental, um diferencial em relação às outras emissoras", evidencia.
 
Ao longo das mais de seis décadas de existência, a Rádio Universitária se consolidou e se firma na efetivação de seu papel original para a sociedade, como enfatiza a diretora. "Cumprir a sua missão, oferecendo música e informação de qualidade, numa programação plural que prima pela música brasileira, pela divulgação dos fatos locais e regionais, pela popularização da ciência, pela cultura, além do entretenimento."


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