Carolina Pessoni
Goiânia - A região central de Goiânia conserva a tradição na prestação de serviços e venda de alguns itens específicos. Esse é o caso de óticas, que ainda se mantêm como um dos mais populares tipos de comércio da localidade. De grandes redes a pequenas lojas, é quase certeiro dizer que em praticamente todas as ruas do Centro há pelo menos uma ótica. As ruas 4 e 8 estão entre as mais conhecidas nesse quesito por serem endereço de comercialização de óculos, lentes e armações.
Getônio Francisco de Menezes é proprietário de uma ótica que funciona há 31 anos na Rua 4, próxima à Avenida Goiás. Ele já trabalhava no ramo, como vendedor, quando decidiu empreender e abrir o próprio negócio. "Sempre trabalhei na região e na mesma área, de ótica e relógios. Então, resolvi montar a loja e hoje já somo 44 anos trabalhando e também morando no Centro", diz, sem esconder o orgulho.
Getônio Francisco de Menezes e a filha Fernanda Fleury de Menezes são proprietários de uma ótica que tem mais de 34 anos de história no Centro de Goiânia (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
O empresário diz que, mesmo com a queda do movimento de consumidores na região, o negócio segue firme porque tem clientes fiéis. Entretanto, ele afirma que o "segredo" da longevidade de seu empreendimento é outro. "O trabalho que a gente executa, com muito cuidado e atenção, é o nosso diferencial", sublinha Getônio.
Acompanhado da filha Fernanda, que ajuda a gerir a loja há 20 anos, seu Getônio ressalta que o Centro é parte de sua vida. "Me sinto muito gratificado por tudo o que construí com o trabalho que faço aqui há tantos anos."
Fernanda Fleury de Menezes reforça o posicionamento e compromisso do pai para garantir o sucesso do negócio. "É um trabalho árduo e diário de seriedade, presença e qualidade. Temos um compromisso com as pessoas e fazemos de tudo para cumpri-lo."
Vivendo na região há muitos anos, a administradora guarda um carinho sincero pelo local. "Sou nascida e criada aqui. O Centro é família, é minha casa. Temos muito amor por esse lugar", se declara.
Marcelo Araújo Silva trabalha como vendedor em uma ótica na Rua 8, quase em frente ao Cine Ritz. Esse trecho é um dos mais procurados pelos clientes, já que concentra comércios do tipo, além de clínicas oftalmológicas. Com nove anos nesta função, ele conta que é preciso se reinventar diariamente para manter o faturamento. "Tem que ser diferenciado. A gente se apega em sempre renovar e fazer um bom serviço para atrair os clientes", ressalta.
O vendedor diz que o Centro já teve um movimento comercial muito bom, mas que atualmente é preciso investimento do poder público para retomar a prosperidade anterior. "Eu trabalho há 14 na região, então acompanhei essa queda. Os clientes fiéis são o que sustentam o negócio", lamenta.
A bióloga Amanda Veneziani faz parte da clientela imperecível das óticas da região central de Goiânia. Ela conta que sempre faz suas lentes e armações de óculos na região da Rua 4.
A bióloga Amanda Veneziani é uma cliente fiel das óticas da região central (Foto: Arquivo pessoal)
"Comecei a fazer óculos nas óticas do Centro por indicação de uma amiga e também por causa do preço. Os valores são muito mais acessíveis do que em outros setores, principalmente bairros nobres, e lojas de shopping", avalia.
Para ela, mandar fazer o acessório na região é muito mais do que uma simples compra. É também um momento de nostalgia. "Eu aproveito que vou ao Centro e visito lanchonetes que conheço, lugares que eu vou desde a minha infância."
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
