Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351
Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Michelle Williams como Molly Kochan (foto: divulgação)
Facilmente uma das melhores minisséries do ano e totalmente esnobada no Emmy, Morrendo por Sexo consegue dosar e reunir com maestria drama e comédia sem cair nas armadilhas melodramáticas e clichês já tão conhecidas de histórias sobre câncer e outras doenças terminais.
A trama é levemente inspirada na vida real de Molly Kochan, vivida brilhantemente por Michelle Williams, que pouco tempo depois de se recuperar de um tratamento oncológico exaustivo de câncer de mama descobre que a doença voltou e se espalhou e está em estado terminal.
Molly então decide terminar o seu casamento infeliz de 14 anos com um marido com quem nunca teve um orgasmo e vai morar sozinha sendo apoiada e cuidada por sua melhor amiga, Nikki, vivida por Jenny Slate, uma atriz extremamente desorganizada e "de lua", e parte em uma jornada pessoal para encontrar a felicidade, enfrentar os demônios do seu passado, e, não menos importante, se descobrir sexualmente, um pedaço de sua vida que esteve enterrado o tempo todo.
Paralelamente, acompanhamos Molly encontrar sua felicidade livre das amarras da sociedade, já que está vivendo contra o relógio. Do outro lado, temos Nikki, que precisa, pela primeira vez na vida, cuidar de outra pessoa em uma função desgastante e ingrata. Como uma sombra por cima de tudo isso, há a progressão do câncer em si, imbatível, e as preparações das duas para algo que, desde o começo, era inevitável: não há curas milagrosas no terceiro ato por aqui.
O resultado é uma minissérie que consegue transformar uma doença terminal em uma comédia hilária com um roteiro muito bem escrito e conduzido por personagens que são verdadeiramente interessantes e envolventes. Na parte mais autoajuda da coisa, mesmo que não seja proposital (embora certamente seja), é difícil não aprender com Molly, não pensar em quais são as amarras invisíveis que estamos carregando nas nossas próprias vidas com medo do futuro ou do que os outros vão pensar.