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Tatiana Potrich
Tatiana Potrich

Tatiana Potrich é curadora, produtora de arte, escritora e designer. Formada em Design de Moda pela UFG, possui pós-graduação em Arte Contemporânea e História do Brasil, também pela UFG, e em Filosofia da Arte pela UEG. / jornalistas@aredacao.com.br

Curadoria Afetiva

Feriados Brasileiros

| 23.11.25 - 10:29 Feriados Brasileiros Auto-retrato da arquiteta e artista, Larissa Almeida. (Foto: Acervo Tatiana Potrich)

Brasileiro adora um feriado. Ele pode nem saber a proposta da data, mas se for ter um dia de folga, já é um alento para a jornada 6x1. Brasileiro nem esquenta para organizar a agenda e os compromissos que ficarão sabotados com a pausa do dia da semana. Ele quer mesmo é descansar, curtir, abrir uma 'breja' gelada e acordar no outro dia, só Deus sabe como! 
 
Brasileiro é um termo curioso. Não é como americano dos Estados Unidos da América, ou francês da França, ou português, espanhol, inglês, holandês, angolano, senegalês, japonês, australiano... Brasileiro é como marceneiro, padeiro, pedreiro, oleiro, engenheiro, cozinheiro, serralheiro, ferreiro, roceiro, coveiro. Brasileiro é uma profissão. Poderia ter a grafia brasilinês, brasilerano ou brasilerista. Mas, por uma ironia da língua portuguesa, ou um metaplasmo com o dialeto abrasileirado que inventamos, a Psicanálise chamaria de ato falho, uma verdade velada por consequência de um ranço histórico. 
 
Somos denominados tal como prestadores de serviço, serventes, servidores, servos de um sistema colonialista que nos domina através do próprio adjetivo de pertencimento nacional. Ainda somos descendentes daqueles comerciantes que extraíam a madeira do pau-brasil. Embora, atualmente, extraímos e comercializamos outras riquezas além do ouro, como o petróleo, o nióbio, as terras raras, o ar e até a última gota d'água potável. É como cantava Legião: "Vamos faturar um milhão quando vendermos todas as almas dos nossos índios no verão".
 

Eu e Larissa,na mostra "Natureza Humana". (Foto: Acervo Tatiana Potrich)

Chegaremos ao ponto de ter que inventar mais feriados como o da Consciência Negra, tal qual seria um para a Consciência Verde, para nos lembrar de preservar a Natureza, ou Consciência Rosa e Azul, porque sabe-se lá de onde emergem tantas toxidades que corroem os órgãos do corpo, ou até a Consciência Amarela, que padece da crescente depressão coletiva que está associada ao baixo nível de equidade, senso ético e moral da sociedade. 
 
Enfim, um arco-íris de feriados brasileiros para conscientizar todos nós, cidadãos, das causas e consequências de nossas próprias ações. Se essa estratégia funcionará, só Deus dirá! Além do mais, não há como negar que, um dia a mais de sossego, para curtir e tomar 'uma' no meio da semana, alivia bem a pressão e as exigências do trabalho e das obrigações impostas. Afinal, somos ou não "somos pau(brasileiro) para toda obra"?! 

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