Brasileirão e o duro golpe em nossos ídolos

Sangue, suor e lágrimas. De tudo, a temporada do Brasileirão que se encerra foi farta. E do que procura-se para tentar defini-la, coisas até que não gostaríamos de achar.Claro que bate já uma certa nostalgia das goleadas, viradas sensacionais, golaços, choros sinceros, decepções ultrajantes, mas também uma lembrança deixada pela dor da úlcera. O golpe em nossos ídolos que havia sido forte o bastante na perda de (Super) Ézio, não cessou em nos deixar sem Sócrates.

Dia festivo aos corintianos, mas com um cão latindo sozinho para o final da madrugada. Um a menos na trincheira dos bons, caro Doutor. A Foice ainda nos deixou com a respiração em suspenso ao circular próxima de Ricardo Gomes, símbolo vascaíno deste ano, mas antes de tudo zagueiro eterno tricolor. Menos mal, bateu de raspão e não nos dilacerou ainda mais a alma.

Dramas e perdas à parte, coube ao Dragão deixar ao menos algum torcedor goiano apto a distribuir escárnio aos rivais. Goleada de encerramento e a expectativa de praticar o portunhol em 2012, pela Sul-Americana. Na última semana, prestou justas homenagens a Anailson, meio que num tom de fim de festa. Enfim, não foram poucos os serviços prestados pelo ‘franzino’. Que o time aprenda agora a encontrar o seu equilíbrio pessoal com antecedência de uma competição de tiro-longo, como será o Brasileirão 2012, para assim ter pretensões mais ousadas do que apenas não cair. E que idéias canhestras, como tentar leiloar jogos por cidades do interior, sejam solapadas. O torcedor agradece.

Pela Série B, dissabores não foram poucos. Vacilos gerais diante da Segundona mais fácil dos últimos anos. Sorte do Goiás –mais uma vez  - Cruzeiro e Atlético-MG terem se segurado pelas beiradas na Primeira Divisão e não entrarem passando o rodo nas vagas de acesso. Ao Vila Nova, sinceramente, muita gente (este colunista incluso) não tem a mínima idéia do que esperar do ano que vem. Para o Tigre, 2011 já vai tarde, passar bem!

Recesso nos gramados, uma vida amputada provisoriamente, arrastando-se nessa passada trivial do dia para a noite.  Aos condenados da bola, um mês e meio até os Estaduais encharcarem novamente nossa seca abstinência.