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Especial - 17º Goiânia Noise

"Sinto hoje os riffs bem melhores que antes", diz Digão

Guitarrista celebra boa fase com a banda | 02.12.11 - 21:35 "Sinto hoje os riffs bem melhores que antes", diz Digão (Foto: Divulgação)


João Gabriel de Freitas

Rodrigo Aguiar Madeira Campos, aos 41 anos, está suave em suas palavras. Depois de passar os últimos 20 anos empunhando a guitarra do Raimundos, Digão parece viver um momento de leveza à frente da banda, depois de uma última década tensa, desencadeada com a saída do ex-vocalista Rodolfo, em 2001. O conhecido lado cascudo do guitarrista, ao rebater críticas e sobrevivendo praticamente sozinho à frente da banda, parece ter se dirimido com um novo momento vivido pela banda.

Ao lado do também Raimundo originário Canisso -  e os egressos Marquim (guitarra) e Caio (bateria) -  passou a integrar  o line up de grandes festivais nacionais e aplicando esporros sonoros capazes de torcer o braço de fãs “acomodados em só falar mal”, define Digão. Depois de passar pelo SWU, participa nesta sexta-feira do 17º Goiânia Noise Festival. Na capital, onde o Raimundos transita desde seus anos primários, sente-se em casa. Espera em 1 hora de show deferir todos os clássicos além de músicas novas, como Jaws (de 2010), considerada por Digão a real “cara do Raimundos hoje”.

Em entrevista exclusiva ao A Redação adiantou a preparação de um novo CD, ou ao menos a pré-produção, em 2012. Por enquanto, divulga o CD/DVD Roda Viva (independente, do final de 2010). Confira abaixo entrevista abaixo:     


Quais são as recordações iniciais que tem dos shows em Goiânia, no início da banda?

DIGÃO: Goiânia sempre foi um dos maiores pólos do Rock N’Roll e sempre que estivemos aqui, desde os primeiros shows, foi maravilhoso. O clima, a interação com o público, sempre foi forte. Até mesmo no nosso último, em 2010, a energia dos fãs foi impressionante. Isso, até mesmo em apresentações que por vezes fiz em palcos menores, como no Bolshoi, na Taberna do Ogro. Goiânia sempre acolheu bem o Raimundos.

Como se dá a escolha do repertório para shows como o desta noite?

DIGÃO: Bom, como trata-se de um festival, então nosso show, que costuma ter 1h30, é reduzido para 1 hora. Então tem uma seleção mais apurada. Temos que tocar os hits consagrados, mas entra algumas coisas novas também, do KavooKavala (álbum de 2002) ou feitas depois disso.

Recentemente vocês participaram do SWU, agora Noise, Planeta Atlântida em janeiro. Como você vê essa retomada aos grandes festivais?

DIGÃO: Cara, isso é fruto de muito trabalho, perseverança mesmo. Sempre que a gente sobe no palco é por que todo mundo ali deseja muito isso. A gente toca por que a gente ama estar ali. Então quando o negócio é feito com sinceridade, quando se faz algo com intenção boa, os resultados acabam surgindo.

Que análise você faz do público do Raimundos hoje. São apenas fãs saudosistas ou tem gente nova curtindo a banda?

DIGÃO: Pois é, nisso tem até um certo conflito. Isso por que os fãs desde o início do Raimundos se consideram meio que donos da banda, defendem as músicas. Mas tem uma molecada nova, que na época não tinha idade para ir aos shows, que acabou entrando agora e tem curtido. Tentamos ampliar isso.  

O último álbum lançado, o Kavookavala completa no ano que vem 10 anos. Há pressão, até mesmo pessoal, para lançar material novo?

DIGÃO: Isso é normal e há uma cobrança nossa mesmo, sobretudo antes do lançamento do Roda Viva (CD/DVD de coletâneas do Raimundos), que ainda não fizemos oficialmente em Goiânia, já que é uma divulgação independente. O próprio lançamento da Jaws (música e clipe divulgados em 2010 – veja abaixo) foi justamente para definir a identidade desse novo Raimundos. Aquele som ali é o que a gente é hoje, com sangue novo. O DVD Roda Viva tá sendo fundamental antes de um novo álbum por que serviu para fãs acomodados em só falar mal darem o braço a torcer. Tem muita gente que vem falar comigo e diz que depois de ver o DVD, ir no show, passou novamente a respeitar. O Roda Viva veio abrir o coração de quem estava em dúvida com a banda. No ano que vem, se não for gravando, com certeza ao menos alguma coisa estaremos produzindo.

No momento de feitura das músicas, você já se sente à vontade de ser o principal compositor da banda, com riffs e letras?

DIGÃO: Há uma coisa que as vezes detona a banda, que é a fome do mercado. Para se criar uma música você tem que viver, vivenciar alguma coisa. Aqui se exige que os artistas, as bandas lancem coisa nova todo ano. No exterior, por exemplo, dá-se muito mais tempo para a banda trabalhar aquele CD, divulgar. Você vê bandas lançando material num prazo de 3 ou 4 anos, como é o caso do Red Hot Chili Peppers.

Quanto à pegada dos riffs? Acha que com a idade pode ir amaciando?

DIGÃO: Ah, isso não sinto diferença não. Estou com 41 anos e sinto os riffs hoje melhores do que antes, mais nervosos. Tô muito satisfeito tocando, com o pessoal da formação agora que entra no palco com energia, o Caio (bateria), Marquim (guitarra) e o Canisso (no baixo e além de Digão o único remanescente do grupo).   

Que som você anda ouvindo atualmente? Alguma coisa nova?

DIGÃO: Aí é complicado. Sou um velho rabugento nessa coisa. No máximo parei ali no System of a Down, mas sempre ouvindo coisas antigas. Quem da banda escuta coisa nova é o Canisso.

Depois da saída do Rodolfo, em 2001, chegou a se cogitar fazer uma seleção para algum outro vocalista? De onde veio a ideia de chamar o Tico Santa Cruz para fazer alguns shows?

DIGÃO:
Muito se falou para se colocar outro vocalista. Esse lance com o Tico foi uma idéia dele, que foi ver o show do Queen com o Paul Rodgers no vocal e ficou empolgado. Mas foi algo datado, só para fazer alguns shows mesmo, já que ele tem o Detonautas. Ele é um amigo nosso, mas não teve como continuar.  



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