A Redação
Goiânia - A importância das cooperativas de trabalho de reciclagem foi um dos temas de destaque no primeiro dia do Encontro Catar, Seminário de Catadores do Centro-Oeste, que ocorre nesta quinta e sexta-feira (22/5 e 23/5) na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O Encontro Catar consiste em uma série de painéis e debates com a participação de autoridades, lideranças do trabalho de reciclagem, cooperados do setor e especialistas. Na abertura do evento, nesta quinta-feira, mais de 200 catadores e catadoras estiveram presentes no Teatro Belkiss Spencieri da EMAC para participar do encontro. Tião Santos, presidente do Movimento Eu Sou Catador (MESC), afirmou que a data é “um marco de mobilização, escuta e ação”.
Jubrair Caiado, superintendente do Sistema OCB/GO, destacou a importância da união entre os trabalhadores que atuam na atividade. “Para conseguirmos avançar com esse trabalho, temos que nos unir”. O MESC, idealizador do Encontro Catar, contou com apoio do Sistema OCB/GO em aspectos como translado e hospedagem. Foram recebidos catadores de todos os estados do Centro-Oeste.
Mentoria e treinamento
O Sistema OCB/GO, por meio do Programa Negócios Coop para reciclagem, também concede treinamentos, consultoria e mentoria para cooperativas do ramo, trabalhando áreas como gestão, liderança e empreendedorismo.
A primeira turma do programa se forma em junho e conta com catadores de cinco cooperativas goianas. Cerca de 60 cooperados receberam a formação. De acordo com Laura Sampaio, analista de cooperativismo do SESCOOP/GO, o braço de capacitação do Sistema OCB/GO, são 80 cooperativas de trabalho de reciclagem em Goiás, 12 delas em Goiânia.
Ao todo, 24 cooperativas estão registradas no Sistema OCB e usufruem desses benefícios. “No âmbito da reciclagem, nós somos a salvação. Não somos só catadores, somos empresários do ramo da reciclagem. O Sescoop nos ajuda a entender isso”, afirmou Divino Teles, presidente da cooperativa Recicla Sudoeste Goiano, presente no Encontro Catar.
Para Milene Lima, presidente da Cooperativa A Ambiental, a reunião serve para evidenciar a voz dos catadores, que por vezes sofrem “nos lixões, nas ruas ou até dentro das organizações”.
A dirigente da cooperativa afirmou que as lideranças do MESC querem mostrar para os governantes a organização do segmento e como as cooperativas melhoraram em diversos aspectos. “O objetivo é mostrar o empreendedorismo do setor e cobrar pelos serviços prestados à sociedade, levando em conta o caráter social e ambiental da reciclagem”, explica.
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