José Cácio Júnior
O presidente da Câmara de Anápolis, Amilton Batista de Faria (PTB), considerou a operação Saint Michel da Polícia Federal (PF) pirotécnica. Deflagrada na manhã desta quarta-feira (25/4), a operação prendeu o vice-presidente da Casa, Wesley Silva (PMDB), o ex-diretor da empresa Delta Construções no Centro-Oeste Cláudio Abreu e apreendeu documentos.
"Não havia necessidade desse aparato todo. Não precisava fechar a Câmara nem impedir a entrada de funcionários para procurar documentos", critica Amilton, sobre a operação, que começou às 7h.
A Saint Michel é um desmembramento da operação Monte Carlo, que investiga a exploração de jogos de azar em Goiás. O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está preso desde o dia 29 de fevereiro, suspeito pela PF de ser o mandante de uma quadrilha do jogo do bicho no Estado.
Cotado para ser indicado a vice na chapa prefeito Antônio Gomide (PT), Wesley não negava amizade com Cachoeira. Durante visita ao velório da mãe de Cachoeira, o vereador peemedebista admitiu que visitou diversas vezes a chácara do empresário e que era amigo de infância da familia. ""A cidade é pequena, sou amigo da família e todos têm consideração pela Dona Zezé e seus 11 filhos", disse à época.
Para Amilton, o caso não arranhará a imagem da Câmara com a sociedade. Ele explicou que os policiais federais estavam lá para fazer seu trabalho e saíram e depois que tinham apreendido os documentos. "A Câmara é um poder transparente, democrático. Não tenho muita informação sobre o que está acontecendo com o vereador. E maiores esclarecimentos serão buscados no processo."
Saint Michel
A operação conta com o apoio do Ministério Público do Estado de Goiás e do Ministério Público do Estado de São Paulo. Os crimes praticados estão relacionados à Operação Monte Carlo e foram encaminhados ao MP-DFT já que os crimes investigados são de competência local.
De acordo com o Ministério Público Estadual, três mandados de prisão serão cumpridos em Goiânia e um em Anápolis. Já os mandados de busca e apreensão são quatro em residências e um na Câmara Municipal de Anápolis.
A prisão do vereador Wesley Silva aconteceu por voltas das 7h30 da manhã, na Câmara de Anápolis. No gabinete do vereador, foram apreendidos computador e documentos.