Carla Lacerda e Thaís Lobo
Goiânia - Viúva do jornalista Washington Novaes, Virgínia Novaes
se manifestou nesta sexta-feira (14/5) sobre a retirada do nome do ambientalista e colunista do jornal A Redação de um parque no Conjunto Vera Cruz, em Goiânia. A lei que desfaz a homenagem a Washington
, que faleceu em agosto de 2020, foi sancionada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) nesta quarta-feira (12/5).
Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação, Virgínia Novaes definiu a atitude como "inominável". "Não tenho mais palavras, pois ainda esperava que o senhor prefeito [Rogério Cruz] pudesse ser um pouco mais sensível e não continuasse com esta agressão à memória de uma pessoa tão ética como foi Washington [Novaes]", desabafou Virgínia. "Acho uma atitude inominável, que só pode mesmo ter acontecido em Goiás, onde a política ainda é muito primária e feita em torno de currais eleitorais", disse.
O projeto que muda o nome do parque de Washington Novaes para Sargento David Luiz Rodrigues é de autoria de Clécio Alves (MDB). Ele justificou que o militar, que morreu em 2018, foi morador e também atuou na região, e por isso merecia a homenagem. Mas, após a repercussão negativa da mudança, ele fez
outra proposta para que o nome do Parque Areião, no Setor Pedro Ludovico, fosse batizado em homenagem ao ambientalista.
Entenda o caso
O parque no centro das discussões foi inaugurado em dezembro de 2020 pelo então prefeito Iris Rezende (MDB). Na ocasião, o emedebista enviou um Projeto de Lei à Câmara Municipal para nomear o local com o nome do ambientalista Washington Novaes.
O projeto enviado por Iris Rezende tramitava junto da proposta feita pelo vereador Clécio Alves. Como o PL de Iris era mais antigo, ele se sobressaiu em relação ao do parlamentar.
No entanto, assim que Rogério Cruz (Republicanos) assumiu a Prefeitura de Goiânia, solicitou para que todos os projetos da gestão anterior fossem devolvidos. Isso possibilitou que a ação de Clécio Alves voltasse a tramitar.
O prefeito chegou, inclusive, a devolver a proposta de Iris Rezende, mas por ser considerada mais recente, prevaleceu a matéria de Clécio Alves, que foi aprovada em definitivo pela Casa.