Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (30/7), que não tem "nada de grave ou anormal" com as eleições na Venezuela e condicionou a entrega das atas ao reconhecimento do resultado que deu vitória ao ditador Nicolás Maduro sob suspeitas de fraude eleitoral. A declaração sobre a crise em Caracas ocorreu durante entrevista à TV Centro América.
“Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”, disse o presidente.
A oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirma que houve fraude durante a eleição. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% do oposicionista Edmundo González. Entretanto, o grupo contrário ao mandatário afirma que González venceu por cerca de 70% dos votos.
Desde domingo (28/7), manifestações são registradas na capital Caracas e também no interior da Venezuela; 11 pessoas morreram, 123 ficaram feriadas e 749 foram presas nesses protestos, segundo mais recente levantamento. ?
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Nota do PT
Na opinião de Lula, no momento, é necessário que as pessoas que não concordam com o resultado tenham o direito de se expressar e de provar porque não estão de acordo. E que o governo venezuelano tem o direito de provar que está certo.
A Executiva Nacional do PT divulgou comunicado em que trata Nicolás Maduro como presidente “reeleito” e cumprimenta o povo venezuelano pela “jornada pacífica, democrática e soberana” da eleição. Para Lula, a nota divulgada por seu partido elogia o povo venezuelano pela eleição pacífica que houve.
“O PT reconheceu, a nota do Partido dos Trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E, ao mesmo tempo, ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador”, citou Lula.