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Reitoria da UFG (Foto: divulgação/UFG)Samuel Straioto
Goiânia - Começou nesta terça-feira (20/5) o período de inscrições das chapas que disputarão a Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) para o mandato 2026–2029. O prazo segue aberto até esta quarta-feira (21), conforme cronograma da Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade Universitária (COC/UFG).
Até o momento, duas pré-candidatas oficializaram interesse na disputa: as professoras Karla Emmanuela e Sandramara Chaves, mas é possível o registro de outras candidaturas. A reportagem do Jornal A Redação já ouviu as duas pré-candidatas.
A homologação das chapas será divulgada na quinta-feira, 22 de maio, marcando uma nova etapa do processo democrático na instituição. A consulta será realizada de forma paritária e com votação eletrônica nos dias 24 e 25 de junho.
A consulta pública à comunidade universitária da UFG será realizada nos dias 24 e 25 de junho. A eleição ocorrerá por meio do sistema eletrônico SIGEleição, com opção de voto presencial para servidoras e servidores aposentados que não possuem acesso ao sistema.
Quem organiza o processo ?
A organização da consulta está sob responsabilidade da COC/UFG, composta por representantes das quatro entidades que integram a comunidade universitária: Sint-IFESGO, ADUFG-Sindicato, DCE-UFG e APG-UFG. A presidência da comissão está com o Sint-IFESGO, representado por Fernando César Silva Mota, atual vice-coordenador de administração e finanças da entidade.
As pré-candidatas
Até o momento, duas professoras se colocaram na disputa. Karla Emmanuela, docente há 15 anos na universidade, defende uma gestão descentralizada, próxima das unidades acadêmicas e comprometida com a permanência estudantil. Em entrevista ao Jornal A Redação, Karla declarou que a universidade precisa de novos rumos:
“A gestão atual está no poder há duas décadas. A UFG cresceu, mas muitas áreas continuam sem consolidação adequada. Falta escuta, falta diálogo, falta enfrentamento às desigualdades internas.”
A outra pré-candidata é Sandramara Chaves, atual vice-reitora da universidade. Com longa trajetória na gestão da UFG, ela defende a continuidade de uma universidade pública, gratuita e forte, com responsabilidade institucional e escuta ativa: “Defendemos uma UFG que atue com coragem, sem renunciar ao diálogo com a sociedade e com a comunidade universitária. Nosso compromisso é com uma universidade viva, atuante e de excelência.”
A escolha do novo reitor ou reitora da UFG será referendada posteriormente pelo Conselho Universitário, conforme determina a legislação vigente. O novo mandato terá início em 2026 e seguirá até 2029.
Sandramara Matias Chaves: Professora titular da Faculdade de Educação, foi vice-reitora e reitora da UFG entre 2018 e 2021. Em 2021, liderou a chapa que venceu a consulta pública com 3.309 votos, mas não foi nomeada reitora pelo então presidente Jair Bolsonaro. Com ampla experiência em gestão universitária, é vista como nome ligado à defesa da universidade pública e à retomada de políticas estruturantes.
Karla Emmanuela Ribeiro Hora: Professora associada da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA/UFG), Karla é doutora em Geografia e atua como docente nos Programas de Pós-Graduação Projeto e Cidade (PROCIDADES/FAV/UFG) e Ciências Ambientais (PPGCIAMB/UFG). Com forte trajetória nas áreas de planejamento urbano, meio ambiente e políticas públicas, sua candidatura representa a renovação e defende uma gestão mais participativa. Karla tem como vice o professor Eliomar Araújo de Lima e conta com apoio de docentes que defendem mudanças na condução da universidade.
. Participação da comunidade acadêmica
A consulta é organizada por entidades representativas da comunidade acadêmica, incluindo o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (ADUFG-Sindicato), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos (SINT-IFESgo), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação de Pós-Graduandos (APG). Juntas, essas entidades formam a COC, responsável por conduzir todo o processo.
A votação é direta e secreta, com pesos proporcionais entre os segmentos: docentes, técnicos administrativos e estudantes. Poderão votar docentes e técnicos administrativos ativos e aposentados da UFG, além de estudantes de graduação, pós-graduação stricto sensu e do CEPAE, com idade a partir de 16 anos.
Os pesos proporcionais entre os segmentos são os seguintes: docentes (70%), técnicos administrativos (15%) e estudantes (15%). Servidores aposentados sem acesso ao SIGEleição poderão votar em urnas presenciais, cujos locais serão definidos pela COC.
Lista tríplice e nomeação presidencial
Embora a consulta seja chamada de "eleição", seu caráter é consultivo. O resultado serve de referência para o Conselho Universitário da UFG, que elabora uma lista tríplice com os três candidatos mais votados. Essa lista é enviada ao Ministério da Educação e, posteriormente, à Presidência da República, que tem a prerrogativa de nomear um dos nomes indicados.
Historicamente, o costume tem sido respeitar a vontade da comunidade universitária, indicando o primeiro colocado da consulta. No entanto, em 2021, a atual reitora Angelita Pereira de Lima foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro, apesar de ter sido a terceira colocada na consulta interna. A decisão gerou críticas e reacendeu o debate sobre a autonomia universitária.
O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeu-se publicamente a respeitar a escolha da comunidade acadêmica em todas as universidades federais. Até o momento, em seu mandato, tem seguido essa linha nas nomeações realizadas.