A Redação
Goiânia - Teve início nesta terça-feira (1º/7) a transposição do córrego Santa Bárbara, atingido por uma montanha de lixo que desmonorou no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, no dia 18 de junho. A operação está sendo executada com auxílio de uma motobomba, com capacidade para bombear 50 metros cúbicos por hora.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a água está sendo succionada em um ponto do córrego anterior ao desastre (à montante) e devolvida em um ponto posterior ao desabamento (à jusante). O esforço dos servidores envolvidos é o de succionar a água no ponto mais distante possível do desmoronamento, com objetivo de devolvê-lo ao leito do córrego com níveis menores de contaminação.
A motobomba foi disponibilizada pela empresa dona do empreendimento, mas quem teve de descê-la pela grota foram servidores do ICMBio, da Semad e da prefeitura de Padre Bernardo. Utilizou-se técnica de rapel para fazer a máquina chegar à zona quente.
Acesso ao lixo que desabou
Em paralelo ao bombeamento de água, tratores que a prefeitura conseguiu contratar depois do decreto de estado de emergência estão sendo usados para abrir um acesso na margem à esquerda da pilha de lixo que desabou na grota (com o consentimento de proprietários rurais vizinhos ao lixão). Será a partir desse acesso que os caminhões vão tirar os resíduos que caíram no vale.
A terra removida na abertura do acesso está sendo utilizada na construção de uma barreira metros depois do local do desmoronamento. Essa barragem tem o objetivo de evitar um novo carreamento de lixo e de chorume se eventualmente a pilha de resíduos ceder. Toda a água do córrego succionada pela motobomba está (e continuará sendo) devolvida ao leito depois da barragem.
Uma segunda motobomba, cedida por uma empresa sucroalcooleira de Goianésia, está a caminho de Padre Bernardo para auxiliar na transposição. A capacidade dela é de 150 metros cúbicos por hora, ou seja: três vezes acima da bomba que no momento faz o trabalho sozinha. Futuramente, depois que a crise emergencial for resolvida, a ideia é de fazer um desvio físico e definitivo para o córrego - que não passe pela área contaminada.
Cerca de 15 servidores da Semad, ICMBio e prefeitura de Padre Bernardo operam no local nesse momento, além de dez operadores da Ouro Verde. Não há ninguém cedido pela empresa e com habilitação técnica presente no lixão.