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Novembro azul

Inimigo silencioso, câncer de próstata ainda é ignorado pelos homens

Doença atingiu 2,2 mil goianos em 2018 | 28.11.19 - 18:35 Inimigo silencioso, câncer de próstata ainda é ignorado pelos homens (Foto: divulgação)
A Redação
 
Goiânia - Os números para alertar a população masculina sobre a importância da prevenção contra o câncer de próstata estão estampados por todos os lados. A doença é considerada a causa de morte de 28,6% dos homens que desenvolvem neoplasias malignas, atrás apenas do câncer de pulmão. Porém, nem sempre eles conseguem sensibilizar os integrantes do grupo de risco e, infelizmente, há quem precisa “ver para crer” sobre as consequências da doença.
 
É o caso do o carpinteiro Aldir Barbosa dos Santos, 57 anos, que após ver o tio paterno sofrer com o câncer de próstata passou a ficar mais atento com sua saúde. “Foi algo que nos assustou muito porque imaginávamos que esse tipo de doença não iria atingir alguém tão próximo, mas aconteceu dentro da minha família”, lembra. 
 
Depois do episódio que preocupou a todos, o carpinteiro já deixa uma data reservada todos os anos para ir ao urologista. “Neste ano, vou aguardar só até o final do ano quando terei o recesso por conta das festas. A correria do dia a dia vai estar menor e irei fazer um check-up completo da minha saúde”, afirma o carpinteiro. “Já o meu tio conseguiu sobreviver porque, felizmente, descobriu o câncer no começo. Depois da cirurgia, ele voltou a trabalhar normalmente e está cuidando de suas coisinhas no campo”, completa.
 
Aldir foi um dos 26 trabalhadores da obra do residencial Celebrate Vaca Brava, empreendimento da Dinâmica Engenharia, que participaram do levantamento da própria construtora para identificar a preocupação de seus colaboradores com a saúde. Infelizmente, ele é minoria. O carpinteiro faz parte do grupo de 28% dos homens da obra que já procuraram um urologista. 
 
A consciência e a preocupação de Aldir, infelizmente, não são compartilhados pela maioria dos brasileiros. De acordo com pesquisa promovida neste ano pelo Instituto Lado a Lado pela Vida com mais de 2.400 entrevistados, 59% dos brasileiros afirmaram não frequentar o urologista, sendo que 36% dos homens com mais de 50 anos, integrantes do grupo de risco, não buscam essa especialidade.
 
O câncer
O urologista Fernando Leão, especialista em cirurgia robótica e membro da American Urological Association (AUA) e da Society of Robotic Surgery, ambos dos Estados Unidos, ressalta que homens com mais de 45 anos devem  ter mais cuidado com a saúde. “Exames preventivos frequentes são necessários quando o homem chega aos 50 anos, que é a faixa etária com maior fator de risco. Já os homens que tiveram casos de câncer de próstata na família, devem ir antes, a partir dos 45”, explica.
 
Ele lembra que a negligência pode resultar em graves enfermidades. “A ida ao urologista pode prevenir doenças graves, como os cânceres de próstata, de bexiga e renal. Se o homem não for ao especialista, essas doenças podem chegar a um estágio muito avançado em que a possibilidade de cura fica muito baixa”, alerta o médico.
 
Os números da pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida ganham ainda mais relevância quando confrontados com a quantidade de casos da doença no Brasil. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 68 mil homens sofreram com o câncer de próstata no país em 2018. Em Goiás, estima-se que 2.210 homens desenvolveram a doença no ano passado.
 
De acordo com Fernando Leão, ainda preocupa o fato de o câncer de próstata ser silencioso e seu diagnóstico acontecer apenas com a visita ao urologista. “Essa doença, na fase inicial, é assintomática, ou seja, não tem sintomas. Portanto, o diagnóstico só pode ser realizado mediante a realização de exames preventivos”, destaca o especialista que ainda alerta sobre a importância do envolvimento da sociedade civil em divulgar e apoiar os homens para a realização dos exames. “A cada ano, com o aumento da campanha do Novembro Azul, vemos empresas, meios de comunicação e instituições empenhadas em divulgar a importância de se preocupar com a saúde, situação que pode salvar muitas vidas”, completa Fernando.
 
Foi através de uma dessas iniciativas que Aldir conheceu a importância de ir regularmente ao urologista. “Fiquei sabendo sobre a relevância dos exames através de uma palestra onde eu trabalho. Além disso, agora tenho condições para conversar e alertar os meus amigos e familiares sobre os riscos dessa doença”, disse o carpinteiro.

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