Catherine Moraes
Quantas perguntas passam pela cabeça de uma gestante? É cabelo que cai, mancha que aparece, varizes que surgem, unhas fracas, coceiras. Além disso, o que pode comer? Existe medida liberada de álcool? Pode tomar café, laxante? Que alimentos evitar? Quais atividades físicas fazer? Foi pensando na complexidade de dúvidas que o Jornal A Redação consultou especialistas das futuras mamães e buscou todas estas respostas. Abaixo você pode conferir o resultado e garantir uma gravidez saudável para mãe e bebê.
Tintura no cabelo
Segundo a dermatologista Lana Bezerra, mestranda em alterações dermatológicas na gestação pela Universidade Federal de Goiás (UFG), há estudos que evidenciam dano ao feto. Não há, segundo ela, quantidade mínima que possa ser utilizada. Isso porque, os produtos contém substâncias que são absorvidas pelo couro cabeludo como amônia e formol. Caso deseje pintar, no final da gravidez, use tinturas com Henna, e evite pintar a raiz do cabelo.
Manchas, sardas e pintas
Se além da barriga crescer estão aparecendo manchas na pele, calma, é normal. Durante a gravidez, cicatrizes recentes, sardas e pintas podem apresentar intensificação da pigmentacão. Além disso, a linha do umbico e a aréola mamária escurecem.
Pelo excessivo
A dermatologista explica que o hirsutismo (aumento de pelo) é também é frequente, principalmente em mulheres que já têm tendência. Geralmente regride em até seis meses após a gravidez e não necessita de terapia específica.
Unhas e cabelos
A queda de cabelo também é natural e tem início entre o primeiro e o quinto mês após o parto, prolongando-se por vários meses. Ela ocorre devido à rápida conversão dos pêlos novos em velhos que se dá pelo desbalanço hormonal e estresse do parto. Na maioria das pacientes há recuperacão completa em um ano. Caso contrário, deve-se procurar um dermatologista. As unhas também são afetadas, podendo apresentar-se mais frágeis e quebradiças, com descolamento da porção final da unha e acumulo de material de queratina abaixo da unha.
Varizes
Cerca de 40% das gestantes costumam ter varizes durante a gravidez, sendo mais frequente nas pernas e na região anal. Surgem a partir do terceiro mês de gestacão e a tendência familiar pode ser um fator, além da fragilidade do tecido e aumento da pressão venosa devido à compressão venosa pelo útero. A tendência é regredir após o parto e pode ser realizada profilaxia com o uso de meia elástica e repouso com elevação dos membros inferiores.
Evite carnes e vegetais crus
É bom evitar carnes e peixes crus ou mal-passados, especialmente quando não se sabe qual é a procedência e nem como foram armazenados, pois existe o risco de contaminação por toxoplasmose, doença que pode causar aborto ou má-formação fetal. Os vegetais crus também podem transmitir, então evite comer saladas em restaurantes e, em casa, higienize com hipoclorito.
Nada de cigarros
Apesar de conhecer os riscos, muitas gestantes não conseguem abandonar o vício do cigarro durante a gestação. A fumaça é extremamente tóxica, possuindo substâncias cancerígenas como a nicotina e o chumbo, que atravessam a barreira placentária, chegando até o feto e durante a amamentação, passam pelo leite materno. Aborto espontâneo, sangramento, complicações durante o parto, aceleração dos batimentos cardíacos do feto, nascimento prematuro e bebê com baixo peso são alguns dos riscos causados pelo tabagismo, é o que afirma a nutricionista Talita Morbeck.
Evite bebidas ricas em cafeína
Evite o consumo de bebidas ricas em cafeína (chá preto e verde, café, guaraná, chocolate...) durante a gestação e amamentação, pois essa substância estimulante acelera os batimentos cardíacos da mãe e do bebê, além de deixá-lo mais agitado.
Laxante, apenas recomendado pelo médico
A obstipação intestinal é comum em gestantes, por isso aumente a quantidade de fibras com a ingestão de cascas, bagaços, sementes de frutas, verduras cruas, cereais e grãos integrais; o uso de laxantes só é recomendado em alguns casos severos, e só com a prescrição médica.
Cuidado com saunas e banhos muito quentes
Saunas e banhos muito quentes são desaconcelhados pela maioria dos médicos com o intuito de prevenir problemas como queda de pressão, desmaio e enjoo.
Atividade física
Atividades físicas podem ser realizadas desde que haja supervisão. Uma boa pedida são as aulas de pilates. A técnica contribui para otimização da respiração, melhorando a sensação de cansaço. Além disso, fortalece a musculatura do abdômen e o assoalho pélvico. Dessa forma, um parto normal pode ser menos doloroso e mais fácil.
Restrinja inchaço
É possível restringir o inchaço evitando alimentos industrializados como embutidos: linguiça, salame, presunto, mortadela; enlatados e conservas; salgadinhos: “chips”, aperitivos; caldos de carne concentrados; molho de soja (shoyu) e molhos prontos para salada; sugestão: sal light (o da Linea contém 66% menos sódio). Comer devagar também pode diminuir enjôos e indigestão.
Álcool não pode
Apesar de alguns médicos liberarem uma taça ou outra de bebida durante a gravidez, não há segurança na medida. Além de gerar problemas obstétricos, pode levar a síndrome alcoólica fetal que causa baixo peso, déficit mental, deformidades cardíacas e do sistema nervoso central. O álcool também não deve ser ingerido durante a amamentação.
Tome os cuidados necessários e garanta uma gravidez saudável para seu bebê (Foto: Álbum pessoal/ Larissa Freitas)
