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José Cácio Júnior

A renovação que o PMDB não quer

Disputa pelo capital político de Iris | 03.08.11 - 11:48

 

 
Desde 2010, quando perdeu a quarta eleição estadual seguida para Marconi Perillo (PSDB) e seu grupo, tem se falado em renovação no PMDB. Mudança de quadros, comando e ideias para mudar a forma de conduzir o partido. Acreditam que Vanderlan Cardoso pode reoxigenar o partido, quando tantos brigam pelo comando da legenda em Goiás. Mas pouco se mudaria de fato.
 
A disputa principal é sobre quem vai herdar o capital político de Iris Rezende. A mudança de comando é salutar, importante e revigora qualquer partido. Mas falta ao PMDB a definição de um projeto político claro para 2012, com estratégias discutidas entre todos. Do jeito que a coisa anda, o cenário desorganizado de 2010 se repetirá no ano que vem, quando cada um trabalhou por sua candidatura. 
 
Analisando os grupos que dominam o partido, chega-se à conclusão de que o PMDB não quer se renovar no sentido de abrir caminho para novas lideranças. No máximo, redistribuir o poder entre os que já fazem parte do reduto peemedebista. Não se discute projetos, ideias e a construção de um discurso unificado e coeso.
 
Iris ainda dá as cartas no PMDB e é bem próximo de três deputados na Assembleia Legislativa: Lívio Luciano — seu primo —, Wagner Siqueira, o Waguinho, e Samuel Belchior. Os três também são abençoados pela mulher de Iris, a deputada federal Iris de Araújo. Embora seja o mais experiente, Lívio é quem tem menos chances de herdar o espólio político de Iris. Waguinho, além do cacife do pai, Wolney Siqueira, conta com o carisma de Iris. E Samuel Belchior também é querido pelo ex-prefeito. Os dois teriam motivo para abrir espaço para outra liderança dentro do partido? Não. Buscariam para si o controle do diretório estadual.
 
A trinca formada pelo prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela, seu filho, o deputado estadual Daniel Vilela, e pelo deputado federal Leandro Vilela é outro grupo fortíssimo dentro do PMDB. Os três construíram uma boa base de prefeitos na região Sudoeste e possuem projeto eleitoral bem claro. Daniel Vilela pode disputar vaga na Câmara dos Deputados em 2014 no lugar de Leandro, que quer ser prefeito de Jataí. Teriam motivo para abrir espaço a outra liderança no PMDB? Não. Daniel também articula para assumir o comando do diretório estadual.
 
Fora esses dois grupos, existem os políticos que praticamente trabalham por si só. Dependem do partido sim, mas não contam com o aval de Iris ou Maguito. O deputado estadual Bruno Peixoto é citado como colegas como “um avião para fazer voto”. Mas, fora o apoio do seu pai, Sebastião Peixoto, não conta com a simpatia interna para um voo político maior, como a prefeitura de Goiânia. O deputado estadual Francisco Júnior, inicialmente ligado a Maguito, conquistou o carisma de Iris quando foi secretário de Planejamento no Paço Municipal. Mesmo assim, quem elege Francisco Júnior são os fiéis da Renovação Carismática Católica. Líder do movimento há mais de 20 anos, o deputado estadual tem uma base eleitoral considerável em todo o Estado.
 
Mesmo caso é do deputado Luiz Carlos do Carmo. Evangélico, o peemedebista conta com o apoio de um irmão pastor para se eleger e construiu um bom estofo político entre os protestantes. Nélio Fortunato demonstra a cada dia que seu objetivo na Asssembleia é trabalhar a favor de seu irmão, o prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato (PMDB), que faz um mandato desastroso. Nélio foi praticamente eleito com os votos da Capital da Fé em Goiás. E por último, o deputado estadual Paulo Cezar Martins, que sonha em ser prefeito de Quirinópolis. Para isso, ele tem o apoio de Sodino Vieira, ex-prefeito do município. A ligação de PC Martins com Marconi fez com que o deputado perdesse, claro, ainda mais espaço dentro do partido.
 
A falta de abertura para outros políticos do PMDB, como o vereador por Goiânia Agenor Mariano e o prefeito de Goianésia, Gilberto Naves, mostra a dificuldade enfrentada por quadros que circulam fora da órbita Iris-Maguito dentro do partido. A falta de renovação é tamanha, que o partido tenta convencer Iris a disputar eleição para vereador em 2012. Essa é a maneira encontrada para PMDB fazer uma bancada consistente na Câmara de Goiânia.

Comentários

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  • 07.08.2011 19:11 Flávia Cristina

    É só p ver o PMDB ainda está precisando evoluir, perdeu várias vezes, mostrando que necessita de mudanças, que Iris não funciona mais, só que o medo de mudanças se mostra maior que o óbvio, e 2012 se aproxima...

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