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Gismair Martins Teixeira

A terapia musical de Andressa Toledo em show no IFG

| 25.04.24 - 15:30
O cinema é um espaço artístico em que a junção entre música e imagem apresenta uma complementaridade essencial. É simplesmente inconcebível um filme sem a trilha sonora, que tem o seu espaço garantido na premiação máxima da academia hollywoodiana de cinema. Músicas temáticas se tornaram um gênero que já se pode considerar clássico.

No momento atual, quando o problema onipresente da chamada Inteligência Artificial (I.A.) desperta a atenção geral, a busca por referências cinematográficas sobre o tema das máquinas conscientes remete naturalmente a filmes como “O Exterminador do Futuro”, que sob a batuta do Midas da direção fílmica, James Cameron, apresenta um futuro sombrio quando a Inteligência Artificial atinge a singularidade de tornar-se consciente, deliberando exterminar a humanidade por conta de um instinto de autoconservação que o cálculo binário estabeleceu para as máquinas. Ou seja, antes que algum humano puxasse a tomada, a espécie biológica deveria ser destruída para que ela pudesse sobreviver.

Na trilha sonora que tematiza a franquia, James Cameron convidou o compositor norte-americano Brad Fiedel, que compôs “The Terminator Soundtrack”, célebre entre os cinéfilos ao apresentar o som tematizado de um coração metálico pulsando em fortes batidas, que também remetem a uma fábrica de modelos metálicos que seria explorada ao longo da franquia, para imprimir o imaginário da fusão entre vida e metal que tanto atemoriza tangencialmente àqueles que se preocupam com a possível ascensão de uma Inteligência Artificial apocalíptica que venha a destruir a humanidade.

Este é apenas um dentre os infindáveis exemplos possíveis da emoção geral que pode ser suscitada pela arte musical quando em diálogo com outras linguagens artísticas. E quando se fala em emoção, existe um amplo leque de possibilidades de suas manifestações e expressões na e pela psiquê humana. Ou seja, a música tanto pode adoecer quanto pode curar. Suscitar alegria ou tristeza. Desespero ou esperança. Enfim, todas as possíveis dicotomias emocionais da alma.

É num contexto assim que se insere o show “Amor Que Adoece = Amor Que Cura”. Este espetáculo a ser apresentado por Andressa Toledo e Banda entrega e difunde música, saúde e cultura, uma vez que o repertório a ser exibido dialoga com uma vivência musicoterapêutica conduzida pela cantora, compositora e musicoterapeuta que atua há mais de 16 anos na área de saúde mental. O show tem como proposta trabalhar conceitos de autocuidado da saúde mental, proporcionando um momento cultural voltado para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, peças fundamentais para o fortalecimento da saúde mental.

Do ponto de vista cultural, é um espetáculo que traz um repertório eclético e com músicas autorais. Em 2020, Andressa Toledo criou um método de vivência musicopsicoterapêutica sistêmica voltado para o desenvolvimento pessoal em que, a partir de uma imersão em grupo, o participante individualmente constrói a sua própria Canção Sistêmica. Nessa proposta, acontecem encontros on-line intercalados com aulas psicoeducativas (gravadas) em que o participante tem um espaço para, por meio de suas músicas, acessar sua história de vida pessoal e experimentar um reencontro com a dor de sua criança ferida, bem como com as memórias felizes, seus amores e dissabores.

Assim, em um espaço seguro, o paciente pode realizar trocas e receber o suporte adequado para trabalhar suas possíveis questões traumáticas, dando um novo olhar para a dor e extraindo o aprendizado que ela traz. A imersão, além de colocar luz sobre a dor e buscar um caminho de ressignificação para ela, também convida o participante a ressignificar a vida. O processo de construção da canção sistêmica permite ao participante conectar-se com sua missão e com seu propósito de vida sob um olhar sistêmico, levando em consideração a existência de leis que regem as relações e, a partir de reflexões pessoais, possibilita um caminho de elaboração aos possíveis desconfortos emocionais, impulsionando à realização de projetos pessoais, seja no campo familiar, pessoal, de casal, profissional, dentre outros.

Após finalizada a Canção Sistêmica, o participante tem a oportunidade de compartilhá-la com o mundo. Nessa fase, questões pertinentes à exposição de sua história são trabalhadas, de forma que cada um avalie os efeitos terapêuticos dessa partilha e, caso perceba não ser favorável, pode optar em deixá-la reservada para uso pessoal ou compartilhá-la sem correlacionar a história à sua pessoa.

Andressa Toledo é graduada em Musicoterapia pela UFG desde 2007. Atua como cantora, compositora e palestrante. Especialista em Psicanálise, Psicopedagogia, Saúde Mental e Dependência Química, é Mestre em Música pela Universidade Federal de Goiás (UFG), onde desenvolveu pesquisa que teve como foco a utilização da mesa vibroacústica para avaliar a minimização dos sintomas de ansiedade durante o tratamento em dependência química.

Na função de musicoterapeuta, atua desde 2008 com a saúde mental de crianças, adolescentes e adultos. Para ampliar a visão do adoecimento e estudar melhores formas de intervenção, fez as especializações especificadas, o que lhe permitiu um leque mais amplo de possibilidades na condução dos casos clínicos que acompanha, buscando constantemente um diálogo entre os conhecimentos adquiridos para atender mais assertivamente à necessidade e ao bem-estar dos pacientes.

Como cantora, Andressa Toledo tem dois CD’s gravados: “Um Novo Sol” (2006) e “Rumo À Evolução” (2017), disponibilizados em suas redes sociais no Instagram, no Youtube e na plataforma musical Spotify. No primeiro trabalho, dialoga com a cultura musical secular, enquanto no segundo busca desenvolver um projeto mais voltado para os caminhos de uma espiritualidade que constitui objeto de seus estudos direcionados para uma perspectiva terapêutica integralista.

O show “Amor Que Adoece = Amor Que Cura”, a ser apresentado por Andressa Toledo e Banda, terá lugar no Teatro IFG, no Centro de Goiânia, no próximo dia 25 de abril, sexta-feira, às 20 horas. O ingresso é gratuito, com vagas limitadas.
 
Gismair Martins Teixeira - Doutor em Letras, com Pós-Doutorado em Ciências da Religião; professor e pesquisador.

Comentários

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  • 25.04.2024 18:17 Gilberto Martins Teixeira

    Espetaculoso?... Resumidamente, espetaculoso?...

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