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Padre Carlos Gomes

Por que o lava-pés?

| 29.03.24 - 12:00 Refletir sobre o significado do gesto do lava-pés nos leva a concluir que ele transforma as relações de domínio em relações de serviço, supera as rupturas e divisões, criando relações de aliança, invertendo o comportamento egoísta em atitude de fraternidade. Jesus fez de sua vida um grande lava-pés. Seu jeito de amar e respeitar as pessoas, de ser irmão e servidor, de doar-se aos outros, de entregar sua vida pela salvação do mundo, é um lava-pés existencial.
 
Pelo lava-pés, os inimigos tornam-se amigos, as relações truncadas tornam-se mais amáveis e possíveis, o outro é respeitado como irmão, amigo e companheiro. Ninguém é espezinhado, empurrado, pelo contrário, é colocado de pé caso tenha caído. Estar aos pés de quem caiu, fracassou, faliu é um verdadeiro lava-pés. Isso tudo cura os pés feridos.
 
Encurtar distância, vencer diferenças, superar divisões, socorrer as vítimas da injustiça é lavar os pés dos outros, até que ninguém mais seja chutado, pela vingança, pela intolerância e pelo orgulho. Tem os pés sujos quem alimenta ódio, raiva, crueldade. O lava-pés nos faz peregrinos na direção do irmão e dá coragem para o diálogo, o perdão, a reconciliação. É banido à discriminação, racismo, a exclusão.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Lava-pés é acolhimento, hospitalidade, aceitação dos outros, altruísmo, solidariedade. É optar pela misericórdia, pela compaixão, pelo cuidado e pela comunhão. É ter o coração aberto para acolher a proposta e os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e fazer tudo em memória dele.
 
Na lógica do lava-pés, o outro é o centro e digno de ternura, respeito, consideração. Jesus, inclinando-se para lavar os pés, explicou de forma inequívoca o sentido da Eucaristia.
 
P.S. Ontem, Dom João, Diácono e eu, lavamos os pés dos paroquianos na entrada da Catedral.
 
Padre Carlos Gomes é pároco da Catedral de Goiânia, vigário geral da Arquidiocese de Goiânia, doutor em direito canônico e cantor

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