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Jerônimo Mendes

Onde estão as pessoas certas para sua empresa?

Dicas servem para todo tipo de negócio | 15.12.14 - 19:47
 
Goiânia - A resposta para essa pergunta vale milhões de reais em resultados, entretanto, não é necessário desembolsar a mesma quantia para encontrá-la. Basta avaliar o ambiente e a forma da gestão da sua empresa. O restante flui de maneira natural. 
 
São poucas as empresas que reconhecem a importância do capital humano como fator preponderante para o alcance dos resultados. Por alguma razão, as empresas estão sempre buscando novos talentos, high potential ou um salvador da pátria capaz de “oxigenar” o marasmo em que se veem mergulhadas. 
 
Na prática, gestão de recursos humanos ou gestão de pessoas ou gestão de capital humano são tentativas infrutíferas de valorizar a importância e a criatividade dos profissionais, mas, seja qual for o nome adotado, isso não muda a realidade de muitas empresas. 
 
Apesar de os gestores de RH encamparem a difícil missão de recrutar os melhores talentos, muito mais fora do que dentro das organizações, os atributos ainda são mais valorizados do que a capacidade de lidar com circunstâncias adversas. 
 
Atributos como boa aparência, experiência profissional, domínio de dois ou três idiomas, moreno alto, bonito e sensual, há muito tempo deixaram de ser suficientes para recrutar os melhores talentos para as empresas. 
 
De fato, não existe um modelo ideal de contratação, mas, é possível reduzir de maneira considerável o índice de seleções equivocadas. Por experiência, penso que as dinâmicas mais sofisticadas não conseguem neutralizar essa deficiência. 
 
A contratação de profissionais que se sobressaem durante o processo de seleção e, depois de admitidos, não correspondem ao esperado, é muito comum, por várias razões, aqui não exploradas. Algumas empresas demoram em corrigir essa falha. Executivos são orgulhosos demais para admitir o problema. 
 
Na realidade, não é necessário mais do que três a seis meses para saber se o profissional vai ou não abraçar a causa da empresa, portanto, de que adianta prolongar o problema? Qual é a dificuldade de refazer o processo e tentar novamente? 
 
Onde está o problema, então? Está na cultura da gestão de pessoas. Existem duas coisas que não nos ensinaram desde a mais tenra infância: lidar com dinheiro e lidar com pessoas, razão pela qual a situação financeira da maioria é caótica e o relacionamento nem se fala. 
 
A falta de uma política voltada para a gestão de pessoas, no sentido prático, é um dos principais fatores que contribuem para as seleções equivocadas e o não aproveitamento dos talentos existentes dentro da própria organização. 
 
Dessa forma, uma politica séria de recursos humanos deve levar em consideração todos os fatores a seguir relacionados. Desculpe a dureza das palavras, mas, qualquer coisa fora isso não traz resultados efetivos:
 
Estrutura organizacional bem definida
Matriz de responsabilidades bem definida 
Processo de seleção e admissão criterioso
Programa de integração
Treinamento e desenvolvimento constante
Plano de Cargos e Salários + Benefícios compatíveis
Critérios de avaliação bem definidos
Autonomia das lideranças em todos os níveis

Antes de responder a pergunta que serve de título para esse artigo, vale a penar refletir sobre outra questão: por que algumas empresas não encontram os profissionais que tanto procuram? Alguns insights para ajudá-lo na resposta: 
 
A política de recursos humanos não existe; quando existe, há sempre um diretor ou gerente que se acha no direito de abrir uma exceção e isso contamina o processo.
Algumas empresas nem sabem o que significa Política de RH; outras acham isso uma grande bobagem.
Os gestores encontram tempo para tudo, menos para fazer gestão de pessoas.
Existem empresas que simplesmente ignoram a gestão de pessoas.
Os lideres não são treinados para avaliar pessoas.
O processo de admissão não tem consistência alguma.
Os objetivos não estão claros e as pessoas são “largadas” literalmente no seu local de trabalho.
Não existe programa de desenvolvimento de talentos internos.
O negócio está dando muito dinheiro e algum alienado acha que isso pode dispensar a necessidade de treinamento, além de tantos outros. 
 
Agora sim, respondendo a questão do título, como encontrar as pessoas certas para a sua empresa? Primeira dica: elas não estão na concorrência. Segunda dica: elas estão dentro da sua própria empresa.
 
Que tal adotar os seguintes critérios?
 
1. Comece envolver e a responsabilizar os gestores durante o processo de seleção, interna ou externa, e de avaliação até que o profissional se estabilize.
 
2. Indicação vale, mas, independentemente disso, torne o processo mais transparente e profissional possível. Se indicação fosse suficiente, o serviço público seria uma beleza.
 
3. Adote processos de avaliação que levem em conta tanto os fatores comportamentais quanto os resultados; as pessoas precisam saber o que vão fazer, como devem fazer e o que vai acontecer se não fizerem; não precisa xingar nem reclamar nem falar mal do profissional no corredor, basta ser claro em relação ao desempenho.
 
4. Nenhuma empresa acerta todos os processos de admissão. Se, apesar de ter tomado todos os cuidados e de ter feito as avaliações etc., o profissional não corresponder às expectativas, corrija o processo rapidamente e parta em busca de nova opção.
 
5. Dê oportunidades para as pessoas da sua própria empresa; muitos talentos estão deslocados da sua vocação natural e, ao promover a seleção interna, você concede a si mesmo o direito de corrigir algumas deficiências do processo original de admissão.
 
6. Deixe de se iludir e carregar as pessoas nas costas. Em todas as empresas, existem poucas pessoas comprometidas. A maioria não está nem aí para o negócio e uma boa parte não vê a hora de a aposentadoria chegar. Como líder, gerente, empreendedor ou empresário, você tem o direito de tentar novamente.
 
Contratar e reter talentos (modismo puro) exige cultura voltada para a gestão de pessoas e comprometimento efetivo das lideranças como o monitoramento dos resultados de todos os profissionais a serviço da empresa, periodicamente, e não apenas uma vez a cada cinco anos, quando se faz.
 
Por fim, lembre-se, nenhum profissional vindo de fora conseguirá suprir a deficiência gerada pela falta de processos, de politicas, de normas e procedimentos instituídos para todas as áreas e para todos os níveis hierárquicos da empresa.
Pense nisso, empreenda e seja feliz!


Jerônimo Mendes é administrador, professor do MBA Executivo em Liderança e Gestão Organizacional do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG).
 

Comentários

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  • 24.12.2014 10:18 Luísa

    Gostei. Ainda estou no mercado de trabalho como estagiária. Já fiz tantas entrevistas, dinâmicas que sei exatamente como agir, interpretar. E esse é um erro grave. O candidato interpreta o funcionário ideal, é selecionado, mas não corresponde as expectativas. Meu último estágio foi assim, permaneci por 6 meses apenas. A verdade é que as empresas querem alguém que abrace a cause, eu não abracei. Fiquei aliviada de sair. Se o funcionário ama estar ali, claro que ele irá desenvolver um trabalho muito melhor, mas a empresa precisa permitir esse sentimento. Eu ganhava x reais pra trabalhar por 4h, enquanto fulano ganhava 1,5x pra trabalhar 6h. Só que a empresa queria que eu me dedicasse ao trabalho o mesmo tanto que o fulano, que recebe muito mais pra fazer a mesma coisa. Desmotivação total.

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