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Rafael Barbosa

Black Friday nem tanto

| 28.11.17 - 17:11
Me perguntaram recentemente se eu tinha interesse em participar de uma matéria sobre a Black Friday. Educadamente, declinei do convite, afinal a proposta dessa famosa data vai contra a base do meu trabalho: a economia compartilhada.
 
Óbvio que entendo a necessidade do comércio em desenvolver estratégias para estimular o consumo e movimentar a economia. Mas numa época em que se debate a escassez de recursos, sejam eles financeiros ou naturais; em que as pessoas começam a entender a necessidade de um consumo mais racional de seus bens; que tal fazermos uma reflexão sobre a Black Friday?
 
Será que aquele celular de última geração é, de fato, essencial ao meu dia a dia? Será que preciso de mais uma TV em casa? Ou então, antes de sair correndo para comprar aquele brinquedo que o filho pede insistentemente, por que antes não fazer uma visita ao quarto dele e reunir outros brinquedos que farão a alegria de outras crianças. Aliás, esse momento é uma ótima oportunidade para ensinarmos aos pequenos o real significado de: compartilhar e desapegar. 
 
Na economia compartilhada, essas palavras são chaves. Precisamos desapegar para focarmos no que, de fato, é importante, como investir num bom passeio com a família, o que certamente ficará muito mais tempo em nossa memória do que aquele moderníssimo celular, que atenderá nossas necessidades só até o lançamento de um novo modelo. 
 
Compartilhar é outro verbo que precisa ser ensinado desde cedo às crianças, não só no sentido de ajudar ao próximo, mas também de promover a cultura do uso racional dos bens de consumo, dividir ao invés ter e acumular.
 
Quando unimos os verbos “compartilhar” e “desapegar” é que entendemos a grande diferença entre a economia compartilhada e o modelo do consumismo capitalista. Precisamos desapegar não só do que não usamos mais, mas também do que temos de sobra, para então compartilhar com alguém que busque algo que podemos oferecer, e este alguém, por sua vez, poderá compartilhar o que possui.
 
Ainda refletindo sobre a Black Friday, a estratégia pode até trazer uma boa movimentação ao comércio a curto prazo, mas a médio e a longo prazo pode afetar a força do mercado consumidor, já que incentiva a compra por impulso. É nesse momento que muitas pessoas comprometem seu orçamento com itens que deixam de ser um sonho de consumo para virar, em poucos meses, em mais quinquilharia na casa.
 
 


*Rafael Barbosa é especialista em economia compartilhada e CEO da plataforma XporY.com

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