-
06.09.2013 07:13 Cejana Di Guimarães
Duílio, obrigada pela leitura atenta, mesmo discordando do seu ponto de vista. Tentei abordar o tema com um enfoque histórico, quem sabe até até humanista, porque esse é um conflito que não se diferencia muito de outros na região. Analisando a questão geopolítica, as coisas ficam até mais claras. Infelizmente ninguém pensa em intervir no conflito na Síria por razões humanistas, para ajudar os refugiados, evitar novas vítimas, muito menos para garantir a liberdade. A Síria é o novo Iraque. E da mesma forma, forças opostas entram em conflito com o objetivo de expandir ou garantir seu poder militar, econômico e político na região. De um lado, USA, Israel e Saudi Arábia, do outro Síria, Iran, Rússia. Nada é por acaso. Ainda não foi provado (será um dia?) quem foi o responsável pelo uso de armas químicas. Em todo caso, aconteceu em um momento no qual o regime Sírio estava ganhando o controle da situação e não teria interesse algum na ação. Há um ano atrás, 20 de agosto de 2012, Obama havia declarado que se fossem usadas armas químicas, eles entrariam no conflito. Paul Wolfowitz, Ministro durante a guerra no Iraque, afirmou pouco tempo depois ao "Washington Post" que a participação dos EUA na guerra seria inevitável. Grande parte da população é contra o conflito e não apoia os rebeldes, formados por milícias vindas em grande parte de outros países. Na realidade, como sempre, a população é quem mais sofre, em função de um conflito de interesses econômicos e políticos internacionais. E talvez vá demorar muito tempo, talvez várias gerações para voltarem a ter o nível de vida que tinham antes do conflito.
-
05.09.2013 11:42 Duílio Calaça
A questão é mais complexa. Não se trata apenas de garantir mercados, petróleo, gaz, combustível, minérios. Assim como comentei no blog da Anapaula de Castro, colocar as coias sobre esse ponto de vista não ajuda a resolver a situação. Já são 2 milhões de refugiados em mais de um ano de guerra civil. Mais de 1000 foram mortos em um único dia por armas que são proibidas por tratados internacionais ratificados pela Síria. Se o mundo não agir outros ditadores farão o mesmo com sua população e ficarão impunes. Se comprovado o uso de armas químicas contra a população a punição deve ser exemplar. As pessoas estão morrendo na Síria para derrubar uma ditadura de décadas. Nenhuma luta é mais justa do que pela liberdade.