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Fabrício Cordeiro
Fabrício Cordeiro

Crítico de cinema e curador da Goiânia Mostra Curtas 2013 - Mostra Municípios / fabridoss@yahoo.com.br

Sala de Cinema

Os melhores filmes de 2013

| 10.01.14 - 11:46
Imagem do filme Tabu, de Miguel Gomes (Reprodução)

Goiânia - Ainda dá tempo? Eu costumava ser mais entusiasmado com listas de final de ano. Fazia de melhores e piores. Religiosamente. Categoricamente.

Ainda gosto, mas sem tanta excitação. É bom para mapear, ver o que o colega crítico/cinéfilo pode ter gostado ou desgostado diferente de você. Se gera alguma boa discussão, melhor ainda.
 
A cinefilia a qual somos afeiçoados, aquela que acabara germinando a nouvelle vague, surge acompanhada de algumas de suas próprias manias. Hoje isso é cada vez mais fetichizado, por vezes deixando-a a mercê do mero prazer do acúmulo. "Ver mais, ver mais, ver mais, listar, dar nota" (o que com a internet no travesseiro pode ser quase desesperador) e não ir muito além disso.
 
Não que não seja importante assistir a vários filmes. Eis aí uma base da cinefilia, afinal. Mas o consumo desenfreado do olhar às vezes pode revelar apenas isso: consumo.
 
Listas, TOPs, o que seja, podem ser apenas listas. Dependendo da veiculação, podem ajudar na carreira de um filme e também na memória em torno dele. Na melhor das hipóteses, em níveis um pouco mais pessoais, servem de guia rápido.
 
Desta vez não me sinto tentado a apontar os desagrados. Alguns são óbvios, e, no fim das contas, pra quê? De todo modo, para não passar no zero, nada foi tão árduo pra mim quanto a sessão de Os Miseráveis ainda no começo do ano, aquele musical torto e cheio de si.
 
Bom, meu pequeno guia de 2013, meus dez preferidos (lançados no Brasil), do que deu pra ver, são estes abaixo:
 
1) Tabu (2012), de Miguel Gomes
2) O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho
3) Depois de Lúcia (2012), de Michel Franco
4) Las Acacias (2011), de Pablo Giorgelli
5) Killer Joe (2011), de William Friedkin
6) O Mestre (2012), de Paul Thomas Anderson
7) Além das Montanhas (2012), de Cristian Mungiu
8) A Caça (2012), de Thomas Vinterberg
9) Azul é a Cor Mais Quente (2013), de Abdellatif Kechiche
10) Amor (2012), de Michael Haneke
 
Ainda vale mencionar A Cidade é uma Só? (2013), de Adirley Queirós, pelo pequeno e inspirado raio-x de uma Brasília distante da imagem passada pela capital; Bastardos (2013), de Claire Denis, pelo desfecho esbofeteante; Um Estranho no Lago (2013), de Alain Guiraudie, pelo que esconde e pelo que não esconde num bosque; O Estranho Caso de Angélica (2010), de Manoel de Oliveira, por, em toda a experiência de seu cineasta, ser tão singelo ao manobrar imagens que remetem às origens do cinema (coisa que o compatriota Gomes também faz em Tabu, mas de maneira distinta) e fazer disso uma espécie de obsessão, ilusória ou não; Django Livre (2012), que mesmo ficando pra trás na escala Tarantino, é fruto de alguém que entende os meios de amplificar o cinema; e Gravidade (2013), porque, apesar de Cuarón insistir em rejeitar a simplicidade de duas pessoas aterrorizadas com o fato de estarem jogadas à sorte no espaço como se fossem bilboquês humanos, inflando seu filme com simbolismos de renascimento, num mix de ciência e criação que age como freadas irritantes no espetáculo que tem em mãos, ainda é uma baita experiência visual e sonora dentro de uma sala de cinema.
 
ps: não vi Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda, e nem Um Toque de Pecado (2013), de Jia Zhang-ke.

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