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Adoção: um novo início

Curso preparatório de adoção em Goiás é referência nacional

Grupo voluntário ministro palestra em Recife | 28.08.12 - 19:13 Curso preparatório de adoção em Goiás é referência nacional Vera Lúcia Cardoso é coordenadora do GEAAGO e participou do encontro de pais que fundou o grupo (Foto: André Saddi)
Catherine Moraes

Goiânia - O caminho inicial para o processo de adoção é ir primeiro até o juizado da cidade e realizar o cadastro, de posse de uma lista de documentos. Em seguida, os interessados participam de um curso, que é um dos pré-requisitos. A formação é ministrada pelo Grupo de Estudo e Apoio à Adoção de Goiânia (GEAAGO) e é referência no país. Recentemente, os componentes da diretoria do grupo ministraram palestra no Encontro Nacional de Adoção em Recife.
 
O curso de Goiânia surgiu no ano 2000 por uma necessidade de pais e mães adotivos compartilharem dificuldades e dúvidas pós-adoção. O movimento foi nacional sendo que o Brasil todo já conta com mais de 120 unidades. Entre os questionamentos: quando e como contar para meu filho sobre sua história de adoção? E se ele quiser conhecer a mãe biológica? Somos fisicamente diferentes, como lidar com perguntas sobre isso?
 
As reuniões, realizadas duas vezes por semana foram se tornando oficiais. “Percebemos que as dúvidas eram muito frequentes e, na maioria dos casos, poderiam ser evitadas se os pretendentes tivessem uma orientação prévia”, declara Vera Lúcia Cardoso, editora- executiva do GEAAGO. Integrante do grupo de pais que fundou a ONG, ela lembra que em sete de outubro de 2002, o curso se tornou obrigatório após portaria (Portaria nº 003, de 7/10/2002), estabelecida pelo magistrado Maurício Porfírio, que na época era titular do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Goiânia.
 
Desde então, a parceria existia na capital e os cursos eram ministrados por um técnico do Judiciário, um assistente social e um pai ou mãe adotivo. Entretanto, com a troca do titular do juizado pela juíza Mônica Neves Soares Gioia, foi suspenso. “Interromperam a parceria com a gente dizendo que era ilegal nosso curso mesmo sabendo que ele foi instituído por uma portaria. No primeiro semestre chegamos a realizar, mesmo sem autorização, mas desde julho, estamos parados”, completa Vera.
 
Equívoco
A juíza substituta do juizado, Maria Socorro de Sousa Afonso afirma que há um equívoco e o curso não foi encerrado. “O que aconteceu é que a corregedoria estava com uma minuta de um termo de parceria entre o juizado e o grupo e a minuta foi aprovada somente agora. Enquanto não havia essa aprovação, os cursos ficaram momentaneamente suspensos aguardando. Havia termos que precisavam ser ajustados, estabelecidos entre ambas as partes para satisfazer as necessidades tanto de um lado quanto de outro. O que houve foi uma suspensão e não foi nem por determinação judicial. Já estamos reativando e em setembro temos um curso agendado e demanda para um próximo”, afirma a magistrada.
 
Maria Socorro de Sousa Afonso conta ainda que o grupo procurou o Ministério Público e foi encaminhado à Corregedoria do TJ-GO onde propuseram um convênio de cooperação técnica. A corregedoria informou, por meio da assessoria, que o objetivo era apenas analisar se tudo está acontecendo de forma legal e que a desembargadora Beatriz Figueiredo reconhece que o convênio é importante.
 
Curso pós-adoção
Existe ainda um curso pós-adoção, realizado na sede do grupo, que fica no Setor Oeste, em Goiânia. As reuniões são realizadas às terças-feiras à noite e no sábado pela manhã. O trabalho é voluntário e a frequência é opcional. “Vez ou outra sabemos de casos de pessoas que devolvem as crianças, não se adaptam, e na maioria das vezes são justamente pessoas que decidem não receber acompanhamento. Estamos aqui para dividir experiências e isso é especialmente positivo”, afirma.

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