Mônica Parreira
Goiânia - O titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati, deu detalhes de como Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, conseguiu a arma supostamente utilizada para matar uma série de pessoas em Goiânia. O homem é suspeito de praticar pelo menos 38 homicídios desde 2011.
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (21/11), o delegado disse que o revólver calibre 38 encontrado na casa do vigilante quando foi preso, no dia 14 de outubro, pertencia a uma empresa de vigilância para qual o suspeito já prestou serviço.
Tiago Henrique teria furtado a arma no dia 15 de setembro de 2012. De acordo com o delegado, dois dias depois o vigilante escreveu uma carta de próprio punho comunicando o desaparecimento da arma. "Constatamos o sumiço de um revólver e todas as munições", diz trecho do texto. Confira na íntegra:
(Imagem: divulgação/Polícia Civil)
O acesso à carta só foi possível depois que a perícia conseguiu identificar a numeração do revólver, que era registrado na Polícia Federal por pertencer a uma empresa de segurança. A polícia já conseguiu provar que ao menos 16 mortes investigadas na força-tarefa foram provocadas por disparos vindos da arma.
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O que mais chamou a atenção do delegado foi o último parágrafo da carta onde, antes de assinar, Tiago Henrique diz: "Agora espero que tudo seja resolvido da melhor forma possível, e que os inocentes não paguem pelos responsáveis...". Tal comportamento, classificado por Murilo Polati como irônico, só faz reforçar a ideia de que o suposto assassino em série "desafiou o trabalho da polícia, desafiou a sociedade e infelizmente destruiu várias famílias", disse o titular.
Murilo Polati também informou que ainda é investigada a hipótese de Tiago Henrique ter extraviado outras armas em situações diferentes. "A Polícia Civil ainda tem que identificar a possibilidade, principalmente após a conclusão de todos os laudos balísticos, para saber se realmente foi a única arma ou se outras também foram utilizadas".
Revólver supostamente utilizado por Tiago Henrique nos crimes (Foto: Mônica Parreira/A Redação)
