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Elizabeth Abreu Caldeira Brito

"Eu vi o que você fez... E eu sei quem você é"

| 20.07.23 - 10:04
Cinéfila que sou, certa vez assisti a um filme (lançado em 1988) impactante! Ele narra as aventuras de duas jovens que, entediadas por passarem uma noite em uma fazenda isolada e no intuito de diminuir a monotonia, começam a passar trotes telefônicos aleatórios. Elas fazem ligações para desconhecidos e falam, de forma ameaçadora: “Eu vi o que você fez... E eu sei quem você é”. A brincadeira e as gargalhadas tornam a noite mais amena e hilariante. A frase tornou-se o título do filme. Eis que, por uma dessas armadilhas do acaso, elas ligam para um jovem diretor de cinema que havia assassinado, brutalmente, sua noiva naquele instante. Intrigadas diante das atitudes curiosas e estranhas do interlocutor, elas continuam a intimidá-lo. Sentindo-se ameaçado, ele passa a procurá-las para eliminá-las (supondo que fossem testemunhas do homicídio). Assim, a trama se desenrola na dinâmica das jovens para salvar as próprias vidas.

Pois bem, a lembrança do filme nos remete ao aqui e agora, porém, sem ameaças ou tragédias. Tão só e apenas para afirmarmos ao Dr. Jales Guedes Coelho Mendonça: “Eu vi o que o você fez e sei quem você é”.  

Plagiando o título da película e colocando o sujeito na primeira pessoa do plural, afirmamos que: “nós vimos o que você fez e sabemos quem você é. Lembro-me da ocasião, no início desta gestão, em que fomos (eu, vice-presidente; Pedro Nolasco, o tesoureiro; e o presidente, Jales Mendonça) a uma reunião no SICOOB. Lá, foi ventilada a possibilidade da celebração do que seria a maior empreitada de uma instituição cultural junto à iniciativa privada: a parceria SICOOB/IHGG, para o restauro da Sede Original, a “Casa Rosada” – título dado por mim, em texto publicado, há anos, em uma edição da revista do Instituto. Numa referência à cor do prédio na época de sua construção.

Nós a chamávamos, carinhosamente: “A casinha de papai”, numa alusão à forma afetiva como Moema de Castro e Silva Olival (filha de Colemar) se referia a ela, em função do sentimento de pertencimento do Dr. Colemar Natal e Silva (um dos seus fundadores) para com o IHGG. Certa vez, já adoentado, com a memória comprometida e recluso, visitou, depois de longa ausência, o Instituto. Ao perceber que estava nos aposentos da sala dedicada a ele e ao seu acervo pessoal, exclamou: “Eu estou no meu Instituto? Este é o meu Instituto?”. A emoção dele foi contagiante...

Nós vimos um espaço de somente passagem transformar-se no Café Brasileira. Uma belíssima área de convivência, cultura, arte, poesia, gastronomia, entretenimento e enlevos. E, recentemente, uma galeria de arte aberta sob o céu e as sombras do Instituto Histórico.

Vimos o IHGG alcançar a tão sonhada acessibilidade, com a fantástica parceria da empresa BaladAPP. Dela, resultou a aquisição do elevador, idealizado há anos e só agora viabilizado. Com ele, foi possível disponibilizar, àqueles com dificuldades de locomoção, o acesso irrestrito às áreas culturais do segundo pavimento, o que possibilitou e fortaleceu a realização do projeto “A História Chama a Escola”, que já recebeu quase mil alunos nas dependências do Instituto.

O elevador beneficiou, ainda, a acessível presença de todos às mostras cíclicas e à exposição perene que ocuparão aquele espaço de arte, cultura e história. As mostras periódicas visam a apresentar a história e a trajetória dos que orgulham, com suas biografias, o nosso chão e o nosso povo goianos. A exposição permanente marca, indelével e perenemente, a historiografia goiana, com a instalação do painel iconográfico “Goiás + 300 Reflexão e ressignificação”. Idealizado em parceria entre o IHGG e o Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis – ICEBE, o painel, executado pelos artistas visuais Manuel Henrique e Patrícia Lobo, é composto por 1.200 azulejos que fazem referência à história, à geografia, à literatura e à cultura de Goiás.

O mencionado projeto se constitui, também, na publicação de 18 livros com estudos, pesquisas e narrativas de 13 mil anos da História de Goiás, sob a coordenação de Jales Mendonça e Nilson Jaime. A edição geral da coleção está a cargo de Nilson Jaime. As publicações terão a participação de 450 autores e 30 instituições culturais e científicas.

E, agora, inauguramos a revitalização do Auditório Augusto da Paixão Fleury Curado. Este espaço ao alcançar a maioridade, com pouco mais de vinte e um anos de idade, já ansiava reparos. Construído sob uma arquitetura moderna de acústica impecável e acessibilidade adequada, necessitava de melhorias para se adaptar às recentes conquistas estéticas das demais dependências que compõem atualmente o IHGG. Pois bem, já as tem.

Quando acreditei que nada mais há a ser feito, em prol da revitalização de todo o espaço do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, o Dr. Jales Mendonça afirmou: “Não, Beth! Falta adaptarmos e adequarmos o terceiro pavimento com novas divisórias. As que estão lá já não nos servem. Estão em péssimas condições”. Eu concordei... E sei que logo estarão renovadas.

Essas ações nos fazem lembrar do presidente JK e seu ousado plano desenvolvimentista de levar o Brasil a avançar 50 anos em 5. As ações da atual gestão promoveram mudanças inimagináveis ao IHGG. Eu, que estive junto ao Instituto, por mais de meio século, em uma analogia, posso assegurar que seu desenvolvimento teve um avanço de 50 anos nesses 2 anos desta diretoria.

Por tudo isso, com relação à gestão do Dr. Jales Mendonça, podemos afirmar: nós vimos o que você fez e sabemos quem é você!!! Você é quem concretiza o difícil, no aqui agora, e o impossível, daqui a pouco. 

*Elizabeth Abreu Caldeira Brito é formada e pós-graduada em Educação Física e Psicologia. Mestra em Letras e Críticas Literárias pela PUC – GO. É acadêmica e presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Sócia Titular e 3ª vice-presidente do IHGG. É membro da Associação Nacional de Escritores, da Associação Goiana de Imprensa – AGI e da União Brasileira de Escritores – Seção de Goiás, dentre outras. E-mail: beth-abreu@hotmail.com
 

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