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Othaniel Alcântara
Othaniel Alcântara

Othaniel Alcântara é professor de Música da Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisador integrado ao CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), vinculado à Universidade Nova de Lisboa. othaniel.alcantara@gmail.com / othaniel.alcantara@gmail.com

MÚSICA CLÁSSICA

O que é uma orquestra?

| 14.03.19 - 18:07 Othaniel Alcântara Jr.

A palavra orquestra é usada atualmente, de forma genérica, para designar um conjunto instrumental que, independentemente do seu tamanho e tipo de instrumentos usados, executa uma peça musical ou acompanha um cantor em apresentações artísticas. Particularmente no universo da música “de concerto”, expressão que costumeiramente é substituída por música “clássica” ou música “erudita”, são bastante conhecidas as orquestras de cordas¹, as de câmara² e também a maior delas, a sinfônica (ou filarmônica³).


Grécia
 
É certo que a estrutura da orquestra sinfônica/filarmônica, por exemplo, não surgiu com as características atuais. Aliás, o próprio substantivo “orquestra”, em sua origem no vocábulo grego orkestra (ορχ?στρα), não se referia a um conjunto musical como organização, mas sim, a um espaço físico. De acordo com o Grove Dictionary of Music and Musicians, nas famosas representações teatrais gregas do século V a. C., o termo orkestra significava “lugar para dançar”. Tratava-se, mais especificamente, de uma área circular (ou semicircular) localizada próxima à plateia. Esse local era destinado aos cantores e dançarinos integrantes do coro (SADIE, 1980). Salienta-se que a performance destes dois corpos artísticos era sempre acompanhada por instrumentos musicais como tambores, flautas, cítaras e aulos (MEDAGLIA, 2008, pp.16-17).

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1) Orquestra de tamanho reduzido formada, exclusivamente, por instrumentos de cordas e arco integrantes da “família do violino”. São eles: os violinos (separados em dois grupos, os primeiros e os segundos), as violas, os violoncelos e contrabaixos. (DOURADO, 2008, p. 239).
 
2) Orquestra reduzida de formações variadas, podendo ser apenas uma orquestra de cordas (família do violino) ou a seção de cordas com alguns sopros. Nesse caso, são acrescentados instrumentos tais como, flautas, oboés, clarinetas, fagotes, trompetes e trompas, geralmente aos pares. (DOURADO, 2008, p. 239).
 
3) No passado, houve o entendimento de que uma orquestra sinfônica era composta por músicos remunerados, enquanto a orquestra filarmônica era formada unicamente por músicos amadores. Também já houve, e ainda há, a compreensão de que a diferença entre tais orquestras está na maneira como são mantidas. A primeira seria mantida, então, pelo poder público, enquanto a segunda, pela iniciativa privada. Esta definição justifica-se pelo fato de que, no início do Século XIX, comerciantes de algumas cidades da Europa organizavam sociedades culturais que mantinham orquestras. Atualmente, não existem diferenças entre essas orquestras, exceto com relação ao nome. Na prática, parte das filarmônicas de hoje não sobreviveriam sem financiamento público. Ambas orquestras - sinfônicas e filarmônicas - possuem uma estrutura definida: naipe das cordas, naipe das madeiras, naipe dos metais etc. Sua formação pode comportar entre 60 e 120 músicos. (SAMPAIO, 2000, p. 11).
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(Foto: Falando de artes)

 
Itália

Mais adiante, Roma, ao transformar a Grécia em uma de suas províncias - em 146 a. C. - acabou por assimilar parte da cultura daquela região (GROUT; PALISCA, 2001, p. 33). Assim, o vocábulo grego orkestra passou a ser conhecido em latim como orchestra. Porém, curiosamente, essa palavra, por algum tempo, deixou de se referir ao local do coro, visto ter este desaparecido no teatro romano, passando, então, a indicar o local reservado aos assentos das autoridades e altos dignitários romanos, tais como governantes, cavaleiros, magistrados e senadores (SANTOS, 2016, p. 2).

Tempos mais tarde, a expressão grega orkestra, por meio de seu cognato italiano orchestra, seria revivida pelos humanistas renascentistas que, a partir dos últimos anos do século XVI, tentariam reconstituir o teatro grego clássico. Inicialmente, nesse cenário de experiências com a música dramática, do qual emergiram as primeiras óperas4 italianas, os pequenos conjuntos instrumentais permaneceriam próximos aos cantores no palco, ou mesmo em uma sacada ou, ainda, nos bastidores das primitivas casas de espetáculos. 

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4) Obra musical dramática em que alguns ou todos os papéis são cantados pelos atores. Trata-se de uma união de música, drama e espetáculo com a música, normalmente desempenhando a principal função (SADIE, 1980, p. 459). É importante dizer que, embora as primeiras peças do gênero ao qual hoje damos o nome de “ópera” datem apenas dos últimos anos no século XVI, a ligação entre música e teatro foi bastante usual desde a Antiguidade. São os casos de algumas partes musicadas nas tragédias e comédias gregas ou nos dramas litúrgicos medievais (GROUT; PALISCA, 2001, p. 316). Em relação às obras dramáticas cantadas no final do século XVI e início dos anos Seiscentos, inspiradas no modelo da Grécia Antiga, Roland de Candé prefere utilizar a palavra “melodrama”. Para esse autor, a palavra “ópera” evoca, de uma forma bem particular, o teatro lírico - gênero mais musical do que dramático - que se caracteriza pela sucessão de recitativos, árias e coros (CANDÉ, 2001, p. 424).
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Como exemplo desse último caso podemos citar a estreia da obra Euridice, composta pelos italianos Jacopo Peri (1561-1633) e Giulio Caccini (1551-1618), por ocasião das comemorações oficiais do matrimônio entre Henrique IV da França e Maria de Médici, em Florença, no mês de outubro de 1600. Para a apresentação desse melodrama5, - o primeiro que chegou inteiro até nós - os quatro músicos responsáveis pelo acompanhamento musical (cravo, lira, alaúde e teorba) ficaram escondidos atrás das cortinas (DIAS; JANK, 2016, p.159).

Em algum momento, durante as primeiras décadas do século XVII, os produtores de óperas optaram por colocar o conjunto instrumental no proscênio, ou seja, entre o palco e a plateia. Como consequência disso, ainda no decorrer dos anos Seiscentos, o proscênio passou a ser chamado também de “orquestra”, um neologismo adotado, posteriormente, por outras línguas europeias (fr. orchestre; al. orchester; ing. orchestra). É pertinente destacar que a historiografia musical não foi capaz, até o momento, de oferecer dados mais precisos acerca da cronologia referente ao processo histórico acima mencionado. Da mesma forma, devido ainda à falta de comprovações, não é possível determinar quando, exatamente, o termo “orquestra” passou a designar um corpo de instrumentistas. 
 
Nesta trilha, Tim Carter e Erik Levi, autores do Capítulo intitulado The history of the orchestra, parte integrante do livro The Cambridge Companion to the Orchestra, editado por Colin Lawson especulam que a utilização do termo “orquestra” no sentido de um conjunto musical e não como o espaço onde os instrumentistas tocavam já era comum na década de 1670, tanto na França quanto na Itália (CARTER; LEVI, 2005, p. 05). 

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5) O termo “melodrama” é muitas vezes utilizado como sinônimo de “ópera”. Sua origem remonta à Grécia Antiga, quando os espetáculos teatrais apresentavam linhas declamadas acompanhadas ou intercaladas por música (SADIE, 1980, p. 593). Roland de Candé utiliza a palavra para designar, no sentido mais lato, as obras dramáticas cantadas e cita a peça Dafne (1594), musicada por Jacopo Peri (1561-1633), como sendo, provavelmente, o primeiro exemplar de melodrama inteiramente cantado. Esse novo gênero de espetáculo característico do final da Renascença surgiu a partir das experiências musicais realizadas sob a influência dos intelectuais humanistas florentinos. Porém, na opinião desse autor, tanto esse novo gênero quanto os primeiros masques ingleses ou os intermédios florentinos, bem como qualquer outro tipo de espetáculo renascentista que junta música e teatro, não podem ser considerados óperas primitivas (CANDÉ, 2001, pp. 424-426).
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Porém, os musicólogos John Spitzer e Neal Zaslaw, após analisarem uma significativa quantidade de fontes documentais visando à elaboração da obra The birth of the orchestra: history of an institution, 1650-1815, atestam que somente encontraram evidências de que a palavra orquestra havia assumido um novo sentido em arquivos datados do início do século XVIII. Entre esses arquivos encontra-se um memorando datado de 1702, no qual um violinista-compositor da Igreja de Santa Maggiore em Bergamo faz referência a despesas provenientes da compra de papel e feitura de cópia de sua música para “tutti li virtuosi della Sacra Orchestra”. Na interpretação desses pesquisadores, a palavra orchestra assume aí o seu novo sentido, ou seja, o de um conjunto instrumental considerado como uma unidade única, distinto dos "virtuosi", quer dizer, dos instrumentistas individuais (SPITZER; ZASLAW, 2004, pp. 16-17).  
 
Vale esclarecer, ainda, que até a difusão da palavra “orquestra” pela Europa, esses pequenos grupos musicais receberam diversos outros nomes, tais como: consort ou band em inglês; concerto ou gli stromenti em italiano; kapelle ou symphonie em Alemão; e les concertants, les instruments em francês.
 
Mas, quando surgiu um tipo de orquestra com a configuração instrumental próxima daquela que conhecemos atualmente? Será exatamente este o assunto do próximo texto.

 
Exemplo de orquestra moderna (Foto: Jogos e brincadeiras)




Leia na sequência:
 
Leia também:

Conjuntos pré-orquestrais (postado em 22/3/2019)
 
A “Orquestra” de Monteverdi (postado em 4/4/2019)

Os 24 Violinos do Rei (postado em 20/4/2019)

Les Petits Violons (postado em 16/9/2019)

La Grande Écurie (postado em 2/10/2019)

A música na corte do "Rei-Sol" (postado em 3/10/2019)

Lully e o "cajado" da morte (postado em 18/9/2019)

A família francesa do violino (postado em 9/3/2020).

A batuta (postado em 23/5/2019) 



Documentos consultados:
 
CANDÉ, Roland De. História universal da música. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
 
CARTER, Tim; LEVI, Erik. The history of the orchestra. In: LAWSON, Colin (Ed.). The Cambridge Companion to the Orchestra. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p. 313. 
 
DIAS, Gustavo Angelo; JANK, Helena. A formulação da Favola in musica de Jacopo Peri: uma tradução e estudo do prefácio de Euridice (1600). Revista Música Hodie, Goiânia, p. 149–164, 2016. 
 
DOURADO, Henrique Autran. Dobrar. In: Dicionário de termos e expressões da música. São Paulo: Editora 34, 2008. 
 
GROUT, Donald J.; PALISCA, Claude V. História da música ocidental. 2. ed. Lisboa: Gradiva, 2001. 
 
KOBBÉ, Gustave. Kobbé: o livro completo da ópera. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
 
LAWSON, Colin. The Cambridge companion to the orchestra. [s.l: s.n.]. 
 
MARTINELLI, Leonardo. Superorquestras. Revista Concerto - Gramophone: guia mensal de música clássica, São Paulo, p. 26–28, 2013. 
 
MEDAGLIA, Júlio. Música, Maestro!: do canto gregoriano ao sintetizador. São Paulo: Globo, 2008. 
 
SADIE, Stanley. Orchestra. In: The New Grove Dictionary of Music and Musicians, v. 1-20. New York: Grove´s Dictionaries of music Inc., 1980. 
 
SAMPAIO, Luiz Paulo. A orquestra sinfônica: sua história e seus instrumentos. Rio de Janeiro: GMT Editores, 2000. 
 
SANTOS, Maria do Rosário Laureano. O Teatro Romano. In: CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE OS TESTEMUNHOS ROMANOS EM PORTUGAL 2016, Lisboa. Anais... Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa, 2016.
 
SPITZER, John; ZASLAW, Neal. The birth of the orchestra: history of an institution, 1650-1815. New York: Oxford University Press Inc., 2004. 
 
STANLEY, John. Música Clássica: os grandes compositores e as suas obra-primas. Lisboa: Editorial Estampa, 2006. 
 

Comentários

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  • 11.04.2024 00:49 Saulo Ribeiro

    Faço os seguintes destaques sobre este ótimo texto: A palavra "orkestra" significar "lugar para dançar", na Grécia antiga e, também, o fato da palavra "orchestra" ter caído em desuso como referência ao "local do coro" para voltar depois, graças aos humanistas renascentistas. Destaco também o fato de a palavra ser usada para se referir a um espaço físico por longos anos, para depois se referir a grupamento musical. Fica claro a tradição complexa que abarca desde a orígem da palavra "orquestra" até os funcionamentos dos grupos, linguagem e etc.

  • 10.04.2024 20:10 Vitor Davi Ferreira

    Este texto, a orquestra é apresentada como um conjunto instrumental que, independentemente de seu tamanho e dos tipos de instrumentos utilizados, executa peças musicais ou acompanha cantores em apresentações artísticas. O termo "orquestra" é usado de maneira genérica para designar esses conjuntos musicais, abrangendo diversas formações, desde orquestras de cordas e de câmara até as sinfônicas ou filarmônicas. O foco do texto é não apenas na definição contemporânea da orquestra, mas também em sua origem e evolução ao longo da história. Inicialmente, na Grécia Antiga, o termo "orquestra" referia-se a um espaço físico destinado à dança em representações teatrais, antes de adquirir sua conotação moderna de um conjunto musical. O texto ressalta a complexidade dessa transição linguística e contextualiza a orquestra em seu desenvolvimento histórico desde suas raízes na antiguidade até a forma que conhecemos nos dias de hoje.

  • 01.02.2024 14:55 Amanda Silva Cordeiro

    A leitura deste texto evidencia muito bem como o autor detém conhecimento e paixão pelo assunto, pois cita diversas fontes e referências, além de expressar sua admiração e respeito pelos músicos e maestros que compõem as orquestras, o que particularmente acho incrível. O texto é um bom exemplo de divulgação científica e cultural, pois combina informações objetivas e precisas com opiniões e sentimentos pessoais. O autor consegue transmitir sua visão e sua emoção sobre as orquestras, sem perder o rigor e a clareza. É muito interessante descobrir pequenas coisas, como a palavra orquestra vir do grego e significa “lugar para dançar”, além de que as primeiras orquestras surgiram na Grécia Antiga para acompanhar as peças de teatro. Outra coisa importante também, é sobre como elas evoluíram ao longo dos séculos, incorporando novos instrumentos e estilos musicais, e que existem diferentes tipos de orquestras, como as de câmara, as populares e as experimentais.

  • 31.01.2024 17:23 Lara Fabiana Cardoso de Neiva Araujo

    A forma como houve mudança na palavra orquestra é muito interessante, uma vez que ao longo da história foi evoluindo e resultando em vários significados, até chegar no significado atual. A orquestra desempenha um papel crucial na interpretação de composições musicais, desde sinfonias clássicas até trilhas sonoras de filme.

  • 28.01.2024 18:25 Gabriel Costa Paz

    A trajetória que podemos observar na evolução da orquestra, desde sua origem na Grécia até as óperas italianas, é muito interressante. Descobrir que a palavra "orquestra" passou de um espaço para dança para descrever um conjunto instrumental unificado é surpreendente. A mudança do proscênio para "orquestra" durante as óperas adiciona uma camada intrigante à história. As diferentes designações na Europa e a incerteza sobre quando a palavra assumiu seu novo sentido acrescentam uma dimensão diferente ao contexto que geralmente aprendemos na escola.

  • 27.01.2024 00:21 Kaic Toledo Camilo

    No texto, a orquestra é apresentada como um conjunto instrumental que, independentemente de seu tamanho e dos tipos de instrumentos utilizados, executa peças musicais ou acompanha cantores em apresentações artísticas. O termo "orquestra" é usado de maneira genérica para designar esses conjuntos musicais, abrangendo diversas formações, desde orquestras de cordas e de câmara até as sinfônicas ou filarmônicas. O foco do texto é não apenas na definição contemporânea da orquestra, mas também em sua origem e evolução ao longo da história. Inicialmente, na Grécia Antiga, o termo "orquestra" referia-se a um espaço físico destinado à dança em representações teatrais, antes de adquirir sua conotação moderna de um conjunto musical. O texto ressalta a complexidade dessa transição linguística e contextualiza a orquestra em seu desenvolvimento histórico desde suas raízes na antiguidade até a forma que conhecemos nos dias de hoje.

  • 25.01.2024 16:49 Arthur Borges Taveira

    Este texto explora de maneira intrigante e minuciosa a transformação do conceito de orquestra ao longo da história da música. O leitor é guiado por uma jornada histórica, desde os tempos remotos até a transição para a adoção da palavra "orquestra" para referenciar um grupo de instrumentistas. Examina-se como, ao longo dos séculos, a terminologia evoluiu e se ajustou, desde os palcos da Grécia Antiga até o Renascimento na Itália, quando conjuntos instrumentais pequenos acompanhavam apresentações teatrais e óperas. O texto apresenta diversas perspectivas sobre o momento preciso em que essa terminologia passou a representar um conjunto coletivo de músicos, transcendendo a mera descrição do espaço físico de apresentação. A multiplicidade de denominações atribuídas a esses conjuntos antes da consolidação do termo revela a diversidade linguística e cultural em diferentes contextos geográficos.

  • 23.01.2024 19:29 Orlando Torquato da Silva Neto

    O texto oferece uma visão intrigante da evolução do termo “orquestra”, desde suas origens na Grécia Antiga até seu uso contemporâneo. É fascinante ver como o termo, que originalmente se referia a um espaço físico para dança, passou a designar um conjunto de instrumentistas. A influência da cultura grega na Roma Antiga e a subsequente assimilação do termo “orquestra” pelo latim ilustram a interconexão das culturas antigas. A ressurgência do termo durante o Renascimento, em meio à emergência da ópera, marca um ponto de virada na história da música. O texto também destaca a incerteza histórica em torno da cronologia exata e da evolução do uso do termo, refletindo os desafios da historiografia musical.

  • 17.01.2024 19:48 MARCEL FAZANI BORGES

    O texto explora a etimologia da palavra "orquestra", revelando sua evolução desde o contexto grego associado à dança até sua transição para o latim em Roma, onde ganhou um significado ligado aos assentos de autoridades. Destaca o Renascimento italiano como um período crucial, especialmente na ópera, e aborda a disputa entre estudiosos sobre a cronologia da transição do termo. A inclusão de termos de outros países antes da propagação do termo "orquestra" destaca a diversidade cultural. Em resumo, o texto destaca a complexidade da evolução da palavra, sua relação com a música ao longo dos séculos e a influência cultural em sua formação.

  • 16.01.2024 13:17 Matheus Gabriel Gontijo Silva

    O texto trás o conceito e significado da palavra "orquestra" em tempos e culturas diferentes, sendo utilizada para descrever grupos de músicos que executam peças musicais. O significado do termo é retratado em diversos momentos, como na Grécia em que ele era retratado com enfoque na dança em peças teatrais, enquanto em Roma, o termo passou a indicar um local reservado para autoridades romanas. No Renascimento, os renascentistas na Itália ressuscitaram a palavra, especialmente no contexto da ópera. Esta forma musical introduziu alterações na disposição dos músicos no palco, inicialmente próximos aos cantores, denominado "orquestra". A cronologia precisa ainda parece incerta, mas há indícios de que a palavra passou a designar um conjunto musical na década de 1670 na França e Itália. A mudança de significado é documentada em arquivos do início do século XVIII. Antes da disseminação do termo "orquestra" pela Europa, esses grupos musicais eram chamados por diferentes nomes em outros idiomas.

  • 14.01.2024 19:12 Carlos Eduardo Neves de Sá

    No texto, podemos aprender a interessantissima evolução do termo "orquestra", destacando como a linguagem evolui ao longo do tempo. Desde sua origem em um espaço de dança grego até sua transformação para denotar um conjunto instrumental na música, o termo passou por diversas fases, incluindo uma ligação aos assentos das autoridades romanas. O texto também explora a evolução das orquestras sinfônicas e filarmônicas, notando que, embora tenham havido diferenças no passado, hoje em dia, as distinções são principalmente de nomenclatura e dependem do financiamento público. Essa evolução reflete as mudanças culturais e sociais ao longo dos séculos, com ênfase nas complexidades da pesquisa histórica devido a diferentes interpretações sobre quando exatamente o termo "orquestra" passou a ser usado no sentido musical.

  • 09.01.2024 21:17 Giovanna Teodoro Melo Pereira

    Excelente texto, professor. Ele oferece uma explanação rica e detalhada sobre a origem e evolução do termo "orquestra", desde seu significado original no grego antigo até sua utilização contemporânea. Gostei de aprender sobre a ampla diversidade existente entre as orquestras, desde as de cordas até as sinfônicas/filarmônicas, cada qual com seus propósitos. É muito legal ver como as diversas formas de orquestras mencionadas podem ser incorporadas no teatro e essa fusão de artes é sempre bem vinda. Um ponto que eu achei importante foi as percepções históricas sobre a origem e maneiras de sustento das orquestras, apontando para a evolução desse conceito ao longo do tempo, especialmente no que se refere ao financiamento público como um suporte crucial para muitas dessas orquestras na contemporaneidade.

  • 07.01.2024 08:38 Matheus Henrique Bernardes Daniel

    O texto é um mergulho na origem etimológica da palavra "orquestra" e oferece uma perspectiva intrigante sobre a evolução dessa terminologia ao longo dos séculos. A palavra desde seu contexto grego inicial, onde se referia a um espaço destinado à dança, até sua transição para o latim em Roma, adquirindo um significado completamente diferente relacionado aos assentos destinados às autoridades. É muito interessante ver como termo experimentou revives durante o Renascimento italiano, especialmente no contexto da ópera emergente. A descrição da estreia da obra Euridice, com os músicos escondidos atrás das cortinas, adiciona uma camada fascinante à história da orquestra, destacando a adaptação contínua das configurações musicais ao longo do tempo. A disputa entre estudiosos sobre a cronologia exata da transição da palavra "orquestra" para denotar um conjunto instrumental é intrigante. A especulação de Carter e Levi contrasta com a conclusão de Spitzer e Zaslaw, criando um elemento de mistério na história linguística e musical. A incorporação de termos utilizados por diferentes países para se referir a pequenos grupos musicais antes da disseminação de "orquestra" pela Europa adiciona uma dimensão cultural ao texto, destacando a diversidade linguística na história da música.

  • 06.01.2024 18:23 Filipe Castro Saraiva

    É muito interessante conhecer a história por trás da palavra "Orquestra". Acredito que como já não existe muita diferença entre orquestra sinfônica/filarmônica essas diferenciações poderiam parar de ser utilizadas para evitar confusões.

  • 04.01.2024 21:43 Isabela Moreira Bianchi

    Hoje em dia, a palavra orquestra é atribuída a um grupo de instrumentos que, em conjunto, realizam uma apresentação musical. No entanto, nem sempre foi assim. O texto nos permite fazer uma viagem histórica, na qual descobrimos que na Grécia, por exemplo, a palavra designava um espaço físico de dança e música. Já na Itália, passou a ser utilizada como o local de assento de figuras política e socialmente importantes ou como sinônimo de proscênio. Infelizmente, não foram encontrados recursos suficientes para atestar quando o termo ganhou seu significado atual, mas estima-se que foi entre os séculos XVII e XVIII.

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