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Colégio IPE se mantém como símbolo da educação aliada à fé Cristã em Goiânia

Escola está situada na Rua 68 | 22.03.24 - 09:18
Colégio IPE se mantém como símbolo da educação aliada à fé Cristã em Goiânia Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - "[...] Pudemos constatar [...] que o ambiente cristão e evangélico da escola não fugiu à sua finalidade, que outra não é senão a de educar as crianças, chamando-as para Cristo.” Com essa frase, a professora Marta Rochael França descreveu o ano letivo de 1953 do Colégio IPE em um relatório direcionado ao Conselho de Educação.
 
Este era apenas o segundo ano do Instituto Presbiteriano de Educação, o IPE, como é carinhosamente chamado. A história da escola começa antes, com o sonho de Marta, juntamente com as professoras Gilda Machado Pimenta e Sebastiana Rochael Machado Pimenta, de fundar uma escola cristã que atendesse à comunidade evangélica de Goiânia e que servisse como um meio de educação e evangelização de crianças.
 
Ligadas à Igreja Cristã Presbiteriana de Goiânia, as professoras receberam o apoio e incentivo do Reverendo Wilson de Castro Ferreira, pastor da Igreja à época. A ideia foi proposta ao Conselho, que autorizou a abertura da sonhada escola.

A decisão foi registrada na ata da reunião de 28 de outubro de 1951, data considerada, portanto, a de fundação do colégio. A escola começou a funcionar em 15 de março de 1952, com quatro professoras e 67 alunos, distribuídos em séries desde a antiga pré-alfabetização até a 3ª série do que era chamado de Primário.
 

Alunos do IPE, no período vespertino, com a diretora Lyra Machado Pimenta (à direita, de preto) e professoras, em 1976 (Foto: Arquivo/Ipe)
 
Como o edifício próprio ainda não estava pronto, as aulas foram ministradas no salão da igreja durante os dois primeiros meses. Em maio de 1952, o primeiro pavimento ficou pronto e o IPE passou a funcionar na Avenida Santos Dumont - hoje, Rua 68 -, nº 9 (atualmente, nº 95), endereço em que ainda hoje se situa a Unidade Centro. O segundo pavimento do prédio foi concluído em 1953.
 
Em 30 de junho de 1958, foram publicados os Estatutos do Instituto Presbiteriano de Educação, pelos quais ficou instituída uma Sociedade Civil Filantrópica com o objetivo de manter os cursos Primário, Ginasial e Colegial, "a fim de ser ministrada, à mocidade Evangélica, completa Educação moral, intelectual e física, conforme preceituam as Sagradas Escrituras, formando seu caráter para ser útil à Família, à Pátria e à Humanidade", conforme diz o seu estatuto. O lema da escola foi definido como "Educando para Cristo", e se mantém até hoje.
 

Fachada do Colégio em 1980 (Foto: Arquivo/IPE)
 
Com o crescimento da demanda na unidade no Setor Central, o primeiro prédio a abrigar o IPE teve de ser demolido para dar espaço a instalações de maior capacidade. Em 1969 foi lançada a pedra fundamental do novo edifício. 
 
O prédio passou por diversas reformas ao longo dos anos, com o objetivo de promover  melhorias das instalações e estruturas. Em 2020 a unidade foi completamente modernizada para a sua reabertura, após um período de sete anos fechada.
 
Ensino e missão
Capelão geral do IPE, o pastor Márcio Alonso explica que não é necessário ser membro da Igreja Presbiteriana para ser um aluno do colégio. Ele diz, no entanto, que esta é uma "escola como todas, mas como nenhuma outra."
 
"Te explico o porquê disso. Para nós, nenhum conteúdo é neutro. Buscamos mostrar a integração entre as ciências e o conteúdo bíblico, porque a ciência nos aproxima de Deus. E temos isso como meta sem deixar de lado a excelência do ensino", sublinha.
 
Pastor Márcio afirma que um dos exemplos disso é a Mostra Pedagógica, realizada anualmente, e que tem o objetivo de destacar a integração entre o ensino e as escrituras da Bíblia. "São conteúdos integrados, porque a fé permeia tudo o que a gente faz."
 
A escola, que começou com apenas 67 alunos, hoje tem 352 estudantes distribuídos em 12 turmas no matutino (Infantil ao 8º ano) e seis no vespertino (Infantil II ao 3º Fundamental). Entre os trabalhadores são 29 professores e outros 31 colaboradores das áreas administrativas.
 

IPE mantém valores de sua fundação (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Para a diretora da unidade, Janaína Ferreira Araújo Farias, a missão da escola é vivida na prática. "Estou numa função desafiadora, mas buscando a melhor forma de atender as necessidades de todos."
 
Janaína, que trabalha na escola há 16 anos e começou como estagiária, destaca que é importante estar na liderança. "O IPE significa muito para mim, que passei por tantas funções desde que entrei aqui. Vejo verdadeiramente como uma missão.”
 
Para Márcio, atuar na escola como capelão é a oportunidade de "treinar mentes e corações para Deus". "Sem separação entre um e outro. A fé não é um compartimento isolado. O Deus de beleza e de exatidão em que a gente acredita é comprovado pela ciência todos os dias”, afirma.
 
Mesmo a escola tendo ficado fechada por um tempo, sua localização e modelo de ensino continuam sendo referências. "Reabrimos porque havia a demanda, mas também pela visão pedagógica, de educar para o evangelho", ressalta o capelão.
 

Detalhes do Colégio Ipe (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
O pastor afirma que, mesmo com as mudanças da região, viu o comércio e o movimento diminuírem ao longo dos anos. Nesse cenário, o representante religioso também destaca a importância da escola no sentido de resgatar as pessoas para o local. "Os valores do IPE foram mais fortes que as mudanças da cidade. Os valores são importantes, mas a tradição também é, por isso a escola se manteve."
 
Isso se comprova na fala da diretora, que afirma que muitos estudantes atuais são filhos de ex-alunos. "Muita gente chega aqui e diz que quer matricular o filho na mesma escola, na mesma unidade em que estudou. Isso nos dá muito orgulho", diz Janaína.
 
Márcio reforça que o colégio IPE é símbolo desta tradição do centro da cidade. "Os mesmos valores que embasaram a fundação da escola são os ensinados aqui hoje. É compromisso do IPE manter essas diretrizes e valores fundamentais enquanto existir", arremata.


Leia mais: Histórias de Goiânia e da Primeira Igreja Presbiteriana se fundem na fé


 

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