Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
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Carolina Pessoni
Goiânia - Na paisagem da região central de Goiânia, um prédio discreto guarda uma trajetória grandiosa. Em 2025, a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (FO/UFG), localizada no Setor Universitário, completa 80 anos de fundação, reafirmando sua posição como um dos pilares do ensino superior em saúde no estado.
Muito mais do que formar cirurgiões-dentistas, a instituição ajudou a moldar o cenário urbano, científico e social da capital. Tudo começou em 12 de outubro de 1945, quando a então Faculdade de Farmácia e Odontologia de Goiás foi criada.
Embora a autorização para funcionamento só tenha vindo dois anos depois, em dezembro de 1947, os primeiros passos foram dados com muito esforço e idealismo, em um contexto em que era comum que esses dois cursos caminhassem juntos. O primeiro vestibular aconteceu em janeiro de 1948, com 30 vagas para cada curso. Apenas 23 candidatos se inscreveram para Odontologia e 16 se formaram em uma cerimônia no Teatro Goiânia, com o professor Rômulo Rocha como paraninfo.
A primeira sede funcionou em um espaço improvisado na Santa Casa de Misericórdia, localizada, à época, na Avenida Tocantins. Foi apenas em 1957 que a faculdade ganhou prédio próprio, onde hoje funciona o Museu Antropológico da UFG.
Primeiro prédio da Faculdade de Odontologia funcionava na antiga Santa Casa de Misericórdia (Foto: Arquivo/FO/UFG)
Em 1960, a instituição foi oficialmente incorporada à recém-criada Universidade Federal de Goiás, ao lado das faculdades de Direito, Medicina, Engenharia e Música. A separação formal entre os cursos de Farmácia e Odontologia ocorreu em 1967, embora ainda compartilhassem o mesmo prédio. A mudança definitiva para a sede atual aconteceu nos anos 1980, consolidando a faculdade como referência na formação em Odontologia.
A presença da faculdade teve papel fundamental no desenvolvimento da região central de Goiânia. "Nessa localidade era tudo uma pedreira", relembra, entre risos, o atual diretor, professor Gersinei Carlos de Freitas. “A chegada da faculdade atraiu professores de outros estados, como São Paulo, além de estudantes e suas famílias. Vieram moradias, livrarias, comércios, restaurantes... E claro, a população passou a contar com atendimento odontológico de qualidade e com custo acessível, algo revolucionário para a época.”
Esse impacto continua até hoje. De acordo com o diretor, a faculdade realiza cerca de 2 mil procedimentos odontológicos por ano, em três grandes ambulatórios com mais de 30 consultórios, sempre supervisionados por professores doutores — todos os 56 docentes efetivos possuem titulação de doutorado, muitos com pós-doutorado.
Gersinei Carlos de Freitas foi aluno da faculdade e é o atual diretor (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
A instituição conta ainda com uma equipe de 52 técnicos administrativos e de laboratório. Os atendimentos são realizados por meio de convênios com a Prefeitura de Goiânia e o SUS, e há um pronto-atendimento durante o horário comercial para casos de urgência.
O curso de graduação tem duração de 5 anos (10 semestres), com mais de 4 mil horas de carga horária e forte ênfase na prática clínica. “Além dos laboratórios e manequins simuladores, os estudantes atuam diretamente nos ambulatórios, realizando estágios e atendendo pacientes encaminhados pelo sistema público de saúde. Atualmente, o curso oferece 60 vagas anuais via SISU e possui cerca de 300 alunos matriculados”, ressalta Gersinei.
Para garantir a permanência estudantil, a faculdade mantém um programa que empresta instrumentais odontológicos a alunos em situação de vulnerabilidade. O edital é anual e administrado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), o que garante acesso mais igualitário à formação profissional.
Ambulatórios são ambientes de prática para alunos e atendimento para a população (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
Nas últimas duas décadas, a FO/UFG passou por uma transformação: se consolidou também como centro de excelência em pesquisa e pós-graduação. Desde 2004, mantém um programa de mestrado acadêmico e, atualmente, conta com cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, somando cerca de 115 alunos de pós-graduação. “Muitos vêm de outros países. Temos um aluno da Jamaica e outros de nações do continente africano, além de diversas regiões do Brasil”, explica o diretor.
Além disso, são oferecidos cinco cursos de especialização (lato sensu): Implantodontia, Prótese Dentária, Dentística, Odontopediatria e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais. Juntos, reúnem cerca de 150 alunos. No total, a faculdade mantém aproximadamente 600 estudantes ativos entre graduação e pós.
A Faculdade de Odontologia também sedia o Centro Goiano de Doenças da Boca (CGDB), referência no estado em prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões da boca. Além disso, coordena inúmeros projetos de pesquisa e extensão. Somente em 2025, já foram registrados 18 novos projetos.
Memorial conta história dos primeiros 70 anos da faculdade, que chega a oito décadas em 2025 (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
Em reconhecimento à sua qualidade acadêmica e relevância social, a Faculdade de Odontologia da UFG alcançou nota máxima (5) na última avaliação do Ministério da Educação (MEC), em 2023, um feito raro entre os mais de 600 cursos de Odontologia existentes no Brasil. “A unidade figura no 14º lugar entre as melhores do país e segue exportando conhecimento: ex-alunos e professores atuam como pesquisadores e coordenadores de programas de pós-graduação em países como os Estados Unidos e Canadá”, orgulha-se Gersinei.
Neste ano, a Faculdade de Odontologia prepara uma semana especial de comemoração pelos seus 80 anos, durante o mês de outubro. “Mais que salas de aula e consultórios, a faculdade é símbolo de uma Goiânia que se constrói pelo saber, pelo cuidado e pelo compromisso com a transformação social”, encerra o diretor.