O título é uma brincadeira, mas, no fundo, a gente queria que ele voltasse mesmo, né não!? Só para tirar a dúvida se ele era loiro dos olhos azuis, ou aquele tipo árabe da pele clara e cabelos cacheados, ou um turco com aquele charmoso nariz adunco, ou até mesmo um negro, como creem alguns.
Por mim, tanto faz sua cor, seu cabelo, ou seu nariz, gostaria de conhecê-lo pessoalmente, com todos os seus erros, defeitos, fedores e doenças, comuns em todo ser humano.
Gostaria de tocá-lo, cheirá-lo, abraçá-lo e dizer-lhe que seria uma honra poder encontrá-lo. Um ser proclamado filho de Deus, um profeta, um filósofo, um poliglota capaz de falar todas as línguas do mundo.
Este ser iluminado que nos deixou há quase 2000 mil anos poderia voltar pelo menos encarnado. Se ele estivesse entre nós, neste momento, ainda não conseguiria identificá-lo. Mas, se por ventura seu espectro aparecesse, eu perguntaria se ele era capaz de traduzir o sânscrito para mim, se leu as escrituras védicas, se o I Ching lhe foi oportuno, o que achou do Cabalion, se as runas, se o reiki, o Tai Chi Chuan, ou o Yoga faziam parte de sua rotina.
Que tipo de música escutava, qual era seu pergaminho favorito, se sabia cozinhar e o que mais gostava de comer.
Me indagando a estas questões, olho novamente para a obra do artista, Tarcísio Veloso e, suavemente, observo seu próprio autorretrato. Um "Jesus" sereno, na plenitude de sua jovialidade, tal como um Don Juan, um aspirante a artista, com algumas habilidades de M.C.Escher, que seduziu e foi seduzido a um mercado melindroso da Arte, mas cheio de mistérios a se desvendar.
Seria então a imagem de Jesus, a ideia do reflexo do nosso próprio propósito? Um arquétipo, esteticamente correto, que nos inspira buscar o caminho da verdade, da beleza e do bem?
Será que estamos todos em busca deste mesmo propósito, ou a estética, digo, a sensibilidade, estaria um pouco em desuso?
Dito isso, eu acrescentaria à nossa sagrada oração de todos os dias: "E livrai-nos de todo mau gosto". Amém!
Assim como também cantou nossa saudosa e controversa, Rita Lee, em sua música "Reza".
Fiquem todos em paz, irmãos e irmãs e, que Deus nos abençoe!