Descobri há pouco tempo que antes do bambu soltar suas primeiras folhas ele expande suas raízes no subsolo profundo durante 3 a 5 anos. Essa peculiaridade da natureza se pode observar em diversas formas, como em alguns cactos que levam anos, ou até décadas para soltarem suas primeiras flores.
Tal como nos vegetais, assim somos nós, humanos. Nos introjetamos em empreendimentos árduos durante anos, décadas, séculos, milênios para observar, com o passar dos tempos o crescimento de nossas raízes, nossos galhos, folhas, flores e frutos. Empreendendo sem saber ao certo, ou exatamente o porquê, ou para quê, somos impulsionados pela energia solar, cósmica ou divina a nascer, crescer, desenvolver e morrer.
Somos caules e troncos vulneráveis, que se quebram, se reconstituem, regeneram. Somos como folhas que secam, caem, adubam e renascem. Metáforas vivas de celulose, que nunca se perdem, mas sempre se transformam.
Leonardo Da Vinci escreveu em seus diários e apresentou em desenhos inéditos a relação íntima do corpo humano com o movimento onipresente dos fenômenos da natureza. O fluxo dos rios, que ramificam na geografia da terra e se convergem para o oceano para reiniciar seu ciclo novamente. O fluxo da corrente sanguínea, que se converge para o coração para, então fazer esse percurso pelo corpo novamente.
O perigo, o predador
A caça, o caçador
Um mundo selvagem
Um mundo sagrado
Pulsando, pausando, gritando, silenciando...
"Uma semente cresce sem som, mas uma árvore cai com grande barulho. Destruição tem barulho, mas a criação é quieta. Esse é o poder do silêncio. Cresça silenciosamente"
Confúcio (China, 551 a.C a 479 a.C)
A mostra concept Natureza Humana, no Jardim Potrich fica até dia 11 de outubro com agendamento prévio para visitação.
(foto: divulgação)